quarta-feira, 14 de agosto de 2013

        
          
Você se lembra de Ronald Biggs?

Por Tadeu Nascimento

                   Li num dos portais da Internet que Ronald Biggs comemora hoje, 08 de agosto,  50 anos de seu assalto a um  trem pagador de Londres. Biggs que cometeu o audacioso roubo no dia do seu 34° aniversário. Com 15 comparsas levaram 2,6 milhões de libras, que era uma grana pra sapecar elefante! Foi o maior evento midiático da Inglaterra de 1963. A opinião pública ficou fascinada por aqueles bandidos geniais e misteriosos. Mas todos foram presos. Biggs, no entanto, acabou fugindo da penitenciaria e se refugiou por 5 anos na Austrália, e depois mudou-se  em 1974 para o Rio de Janeiro e ali viveu, de "papo pro ar" por 31 anos. No mesmo ano, foi encontrado pelo jornal Daily Express no Rio De Janeiro. O repórter Colin MacKenzie recebera informações do paradeiro de Biggs, e os detetives da Scotland Yard  não tardaram a ir em seu encalço. No entanto ele não poderia ser extraditado, pois na época não havia compromissos recíprocos ou tratados de extradição firmados entre o Brasil e o Reino Unido.
                       Biggs, "de férias" na cidade maravilhosa, amancebou-se com uma esfuziante mulata,  dançarina de boate de nome bastante sugestivo, Raimunda de Castro e com ela teve um filho que o batizaram de Michael (Mike).  Mike viria a ser um dos meninos do grupo infantil Balão Mágico ( juntamente com Simony, Jairzinho, filho do cantor Jair Rodrigues) que fez muito sucesso no anos  80 o que acabaria trazendo uma fonte de renda para o pai. Biggs virou uma espécie de atração turística, uma parada obrigatória para artistas e celebridades em visita ao Rio. Até o paranormal Uri Geller, um israelense famoso por supostamente dobrar talheres com a força do pensamento, procurou Biggs com uma ideia para que ele o ajudasse, em um quadro de ilusionismo, em que Geller faria um trem desaparecer. Biggs, na época com a perna engessada devido a um tombo, respondeu: "Vamos ver se você é bom mesmo, Uri: conserte minha perna agora!" Seu status de foragido lhe rendeu grande fama e Biggs passou a frequentar capas de revista e não mais que de repente, seu rosto tornou-se estampa de camisetas por todo o Rio de Janeiro. E por 50 dólares poderia almoçar, tirar fotos, bater um papo com o maior assaltante da história que, aos olhos do irreverente carioca, se tornara uma celebridade!  Todo carnaval, o simpático Biggs surgia ao lado de belas mulheres ou de personalidades  da elite carioca.  Tornou-se uma espécie de play boy sem grana. Mas um dia a casa caiu.  Em 1990, Biggs foi sequestrado por um grupo de caçadores de recompensas que o levaram para o arquipélago de Barbados na América Central. Lá o sequestro foi desbaratinado e Biggs achou brechas na lei e acabou voltando para o Brasil. Escapolir-se  mais uma vez e agora de profissionais a mando do governo inglês o transformou em um anti-herói ou no mínimo, em um ladrão que deu certo. Engraçado, o povão sempre tem fascínio por esse modelo de bandido! Vide a história Lampião, o rei do cangaço! O leitor não se lembra de Leonardo Pareja que causou o maior "frisson" na mulheril de Goiânia, inclusive, recebendo visitas femininas na cadeia?
                    Em 1998, Biggs sofreu um derrame, que afetou sua fala. Foi o início de uma série de problemas médicos. Logo entrou em depressão. Em novembro de 2000, Mike encontrou o pai desacordado no banheiro, com os pulsos cortados.
"Foi aí que ele decidiu voltar à Inglaterra e se entregar", afirma Pickard. "Biggs estava falido, sem dinheiro, e sofria muito com o fato de seu tratamento estar custando tanto à família."
                   Biggs vendeu os direitos de exclusividade da cobertura de sua rendição para o tabloide inglês "The Sun", por, diz-se, 20 mil libras. Na época, a imprensa britânica disse que Biggs havia se entregado porque queria voltar ao país que amava. Chris Pickard, seu biografo, discorda: "Foi uma decisão financeira. Ron ( Biggs) estaria perfeitamente feliz vivendo até o fim da vida no Brasil".
Ronald Biggs ficou preso na Inglaterra de 2001 a 2009. Nesse tempo, sofreu diversos outros derrames. Acabou libertado devido à sua condição física.
                  Ele não tem muito tempo de vida e sabe disso. "Só quero viver meus últimos dias em paz. A liberdade é o maior prêmio que recebi", disse, na coletiva. "Meu último desejo é que minhas cinzas sejam divididas entre Londres, Austrália (onde vive sua primeira mulher e dois filhos) e Rio de Janeiro." Mas Biggs disse essa semana que tem muita saudade do Rio e gostaria de viver seus últimos dias na cidade maravilhosa.
Seedorf
E se o Botafogo for campeão e se cair neve no sertão 

Por Tadeu Nascimento 

                              
                               Nos meados da década de 80 o cantor Francis Hime,  gravou a música "E se" (de autoria dele e de Chico Buarque) onde  faz gozações com os fatos impossíveis ou quase.  E aí, ele pega o time da estrela solitária: "E se cair neve no sertão"/ E se o Botafogo for campeão. Pois, não há de ver, leitor,  que pouco anos depois tiveram que engolir o próprio verso, pois o Botafogo foi bi-campeão carioca 1989/90 e depois campeão brasileiro de 1995- série A.  A letra capciosa da canção faz alusão aos 21 anos que alvinegro carioca não erguia qualquer taça. 

                                   Depois de 13 partidas, um terço do campeonato brasileiro de 2013 o Botafogo está na ponta, juntamente com o Cruzeiro, com 25 pontos. O time mineiro está à frente, por saldo de gols. Mas em que pese os caprichos dos deuses do futebol, tudo conspira a favor do alvinegro carioca. Até na numerologia: a somatória de 1995, o ano que o Botafogo foi campeão brasileiro (1+9+9+5= 24 que por sua vez somados, 2+4 = 6)  e o ano de 2013 ( 2+0+1+3= 6). Os dois resultados redundam em 6! Eis, o que diz a ciência da numerologia. Outra passagem cabalística: Botafogo versus Flamengo, ano 1989. Botafogo, 21 anos sem ganhar nenhum campeonato. Mas com os deuses do futebol não se brinca: aos 21 (olhe a repetição dos 21!) minutos do 2º tempo! Em que data? Ora, no dia 21 de junho de 1989!  O baixinho Mazolinha , que calça chuteira nº 36, cruza para Maurício balançar as rede: 1x0 e o Botafogo campeão!  Pra quem não acredita, é bom lembrar de um outro fato, o do "Tri-campeonato da Seleção Brasileira" que é bastante curiosa: a somatória dos dois anos nos quais o Brasil sagrou-se campeão, diminuindo-se do ano em que perdeu em casa, em pleno Maracanã, resulta no Brasil Tri-campeão (1958+1962= 3920-1950= 1970).  Se não bastasse, o Brasil, na campanha para o "TRI", em 1970, no México,  enfrentou na 1ª fase a Tchecoslováquia, Romênia e Inglaterra. Exatamente nesta sequência. Pois não é que as iniciais desses 3 países formam a palavra "Tri"! Então, caro leitor, não é sintomático, o futuro do Botafogo em 2013? Sem contar que o alvinegro é o campeão carioca de 2013. E ainda está disputando, com grandes chances, a Copa do Brasil.   

                                Mas não é só isso: o Botafogo conta com um time organizado. Tem um goleiro de seleção, uma defesa firme, um meio de campo criativo com Gabriel, Lodeiro (da seleção Uruguaia) e Seedorf  (ex-Milan e ex-seleção da Holanda) e no ataque  Vitinho (um garoto de 18 anos, que segundo o mestre Zagallo, será um novo Jairzinho) e Rafael Marques que finalmente resolveu  dizer a que veio.

                                Seedorf. Capitulo à parte. O atleta negro precioso. Um diamante negro do futebol do 3º milênio. Grande jogador. Líder em campo. Mais que um homem simples e educado; ele é elegante. Tanto dentro das 4 linhas, quanto nas linhas gerais da vida.

                                Agora, como nada é perfeito nesse mundo- muito menos no mundo futebolístico- esperamos ter muita sorte com a arbitragem, pois o Botafogo sempre teve contra si a leviandade dos juízes. Certa vez, em 1981, jogando uma semi-final contra o São Paulo, fora de casa e o alvinegro, ganhando por 2x0, o homem de preto, ao 45 minutos do 1º tempo, marcou penalt inexistente pró São Paulo: Serginho Chulapa se jogou na área. E no 2º tempo pressionaram tanto, inclusive com invasão de campo e  inversões  de faltas a favor do time paulista, que resultou na vitória  do São Paulo, que o credenciou para jogar a final contra o Grêmio, naquele episódio em que o Serginho Chulapa foi expulso por ter chutado a cabeça do Leão, então goleiro do time gaúcho.  E então os deuses do futebol castigaram o tricolor paulista e o Grêmio com o gol de Baltazar, que recebera um passe da ponta esquerda do ex-botafogo Renato Sá, sagrou-se campeão Brasileiro daquele ano.

                                "Sonhar não custa nada"- diz o samba-enredo de 1992 da Mocidade Independente de Padre Miguel- e  é por essa  razão, que continuo sonhando.

                                Então, mesmo que precise  cair neve no sertão, o Botafogo será o campeão brasileiro de 2013!

                                É a "Operação Botafogo rumo a Tóquio 2014".