quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Os bem casados: The spirit and ectasy


Os bem casados

Por Tadeu Nascimento

Tem pessoas que são predestinadas a viver uma com as outras por longos períodos para construírem juntas histórias de glórias. Separadas, teriam destinos bem diferentes dos trilhados na vida real e ninguém saberia dizer se teriam sucesso ou não em suas carreiras solo. Juntas se completariam umas às outras como aconteceram a alguns pares de cabeças pensantes que ajudaram a humanidade a seguir adiante. Não estou falando de matrimônios, de casais que conjugam o axioma “felizes até que a morte os separe” e sim de pessoas sem enlaces matrimoniais, sem filhos entre eles, mas que conseguiram unir suas almas em prol de um determinado fim. Poucos sabem, por exemplo, que o famoso automóvel Rolls-Royce leva o nome de seu dois criadores, no entanto dá- se a impressão que se trata de uma única pessoa. Os ingleses Charles Stewart Rolls e Frederick Henry Royce criaram em 1906 o automóvel mais cobiçado do mundo (a Presidência da República possui um, ano 1953, doado pela rainha Elizabeth II ao governo de Getúlio Vargas, usado desde então nas posses de presidentes e Erasmo Carlos, na década de 70 se orgulhava em possuir um). Foram tão felizes nas suas cumplicidades que alem de carros, a empresa fabrica turbinas para o novo Airbus A 380, maior avião comercial do mundo. O símbolo da marca é uma escultura de uma sofisticada lady com asas, chamada de The Spirit of Ectasy”, que fica sobre o capô, presa por um cabo de aço ao radiador que a protege de “colecionadores” larápios. Hoje a Rolls-Royce pertence ao grupo BMW.

É também o caso da união bem sucedida de Wilhelm Maybach e Gottlieb Daimler criadores da Mercedes-Benz. Estes alemães inventaram o primeiro verdadeiro automóvel (1885), cujo motor era criação do amigo Karl Benz (considera-se Karl Benz o inventor do automóvel moderno). Antes dele era apenas uma engenhoca fabricado por Henry Ford que foi o primeiro a fabricar em escala industrial. Maybach e Daimler logo inventaram a corrida de velocidade e patrocinaram o cônsul austríaco Emil Jellinek para pilotar o carro. Este pintou no carro o nome da filha Mercedes. Houve um terrível acidente e os fabricantes resolveram homenagear o piloto e o construtor do motor batizando o invento de Mercedes-Benz. Uma curiosidade: a estrela de três pontas dentro de um círculo, símbolo da marca, representa as três maiores forças do planeta: terra, ar e água. A Marca da estrela continua viva, embora o controle acionário tenha mudado de mãos. Hoje a Mercedes-Benz é dirigida pela Volkswagen.

Outro enlace famoso é o dos inventores do revólver Smith&Wesson mais conhecido no Brasil como “Shimitiuesson” ou simplesmente “Shimite”. Horace Smith e Daniel Baird Wesson inventaram o revolver de repetição em 1857, depois de terem inventado, três anos antes o cartucho metálico. Com o evento da Guerra Civil americana foram estimulados a inventar o calibre 44. Em 1873 Smith se aposenta e Wesson compra a sua parte na sociedade e dá continuidade a fabricação da arma mais famosa da história. Em 1944 o seu sucessor cria a Magnum 44, imortalizada no cinema por Clint Eastwood nos filmes de Dirty Harry. A empresa passou a fabricar também lanternas, calçados para soldados, relógios e uma ampla linha de facas e canivetes.

Outro “casamento feliz foi o do polaco Antony Patek com o francês Adrien Philippe. Criaram em 1933 a mais famosa marca de relógios de pulso do mundo: Patek Philippe. Esta dupla conquistou mais de750 prêmios, incluindo 187 primeiros lugares. A apreciação de qualidade destes relógios é unânime: monarcas, presidentes, papas e milionários ostentam em seus respectivos pulsos a marca da Cruz de Calatrava (símbolo da Patek Philippe). É bom lembrar que o brasileiro Santos Dumont foi o inventor do relógio de pulso. Cansado da falta de praticidade dos relógios de bolso quando da necessidade de saber o tempo acima do chão enquanto manejava seus inventos, Dumont encomendou ao seu amigo Louis-Francois Cartier um relógio para o pulso. Voltando a qualidade de relógios, os dez mais valiosos do mundo são da marca Patek Philippe. O “Supercomplication” de 1933 é avaliado em 11 milhões de dólares, o equivalente a 7 milhões de euros (19 milhões de reais)- o mais caro do mundo e está exposto no museu Patek Philippe em Genebra. Na outra ponta, os relógios da Patek de preços mais acessíveis ficam em torno de 11 mil euros (26 mil reais).

Assim como na vida marital (homens e mulheres casados ou não) são raros os relacionamentos duradouros. Restam Roberto e Erasmo Carlos que ano após ano, vem batendo recorde, com mais de quatro décadas de casamento musical (todas suas músicas são de autoria da dupla). Uma parceria tão bem sucedida que dificilmente um dia será superada. Lennon e McCartney, por exemplo, foram muito felizes por 15 anos, mas a máxima “dreams is over” infelizmente não deixou.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Bêbado ensinando como fazer poesia a Carlos Drumond
Morri ? Assim como ?


Por Tadeu Nascimento

Já havia girado o ponteiro da meia noite- o que garantia que 1º de novembro, Dia de Todos os Santos, já havia se findado e , portanto, já era segunda, "Dia de Finados"- quando chegou a notícia que Ademir Gonçalves, mais conhecido como Tufão, abotoou o paletó após um acidente de carro na Br-153, perto da cidade de Santo Antônio da Platina, Paraná. Familiares e amigos reconheceram o corpo no necrotério e o sepultamento fora marcado para o mesmo dia. Justamente no dia dos mortos. Que azar, foi morrer logo neste dia! O desastre foi muito feio. A família ficou dividida quanto ao reconhecimento de Tufão. " Eu e meus tios ficamos em dúvida, mas outra tia minha e quatro amigos dele reconheceram o corpo, então o que iríamos fazer?" disse depois, a vendedora Rosa Maria, sua sobrinha. A polícia ligou para funerária para a retirada do corpo da pista e o proprietário Natanael Honorato, vendo que ali iria render uma boa grana tratou de colocar o corpo do distinto bem arrumadinho no caixão.
O corpo foi liberado às 6 horas da manhã. A família já estava no velório que ficava ao lado cemitério que já começava a se encher de vistantes, próprio para data de Finados. A mãe, no entanto, olhava para o corpo no caixão e achava tudo muito estranho e não acreditava que quem ali estava era Tufão. Tufão nunca usou paletó, muito menos gravata e aquele terno ficaria melhor num defunto mais gordo. Por volta do meio dia, o verdadeiro Tufão apareceu na porta velório em carne e osso- mais pinga do carne e osso- cambalaente de tontura como um semi-morto, com a "roupa de anteontem" e cheirando a gambá causando o maior alvoroço. Mas daí pra frente a noticia carece de exatidão. Sonegaram aos leitores dos jornais e internautas detalhes da confusão. Mas dá para imaginar o acontecido: Por exemplo, o dono da funerária "Cansei desta Vida", embora acostumado com defundo, segurou Tufão pela camisa e gritou:
-Você que é o Tufão?
-A seu dispor- repondeu Tufão, com bafo de engenho lá de Pernambuco .
-Tufão, você morreu!-determinou o funerário.
-Quem disse que eu morri!
-Eu! Eu entendo de morto mais do que ningúem! Você mooo-rreeeeu!
-Morri? assim como? Eu não morri não, graças a Deus! Eu só tava tomando umas!-sacramentou.
E o Tufão ao olhar a mãe chorando, gritou:
-Tira este cara daí, que este lugar não é dele! Este morto é um impostor! Esse cara está gastando as lágrimas de minha santa mãezinha! Eu sou o verdadeiro morto!
A debandada foi geral. Gente trombando com quem estava saíndo. Quem estava chegando correu sem saber do quê! Pânico geral.
Acontece que na noite do acidente, Tufão estava no restaurante Auto Posto Platina que fica pertinho do lugar do acidente. "Ele passou a noite toda bebendo pinga com os amigos", confirmou Rosa, sua sobrinha. Diante da "certeza que ele era o morto, o jeito foi providenciar o velório, continuou Rosa.
Em entrevista a jornalistas, o agente funerário Honorato, disse que o reconhecimento do corpo foi feito com muita emoção: " foi uma choradeira danada. Até eu chorei. Chorei por que faz parte da encenação. Eu nem conhecia o Tufão, muito menos o outro morto. São ossos do ofício, aliás na minha profissão o que mais tem é ossos! Pois é, em dez anos de profissão, nunca vi coisa igual! Agora fiquei no maior preju! Depois de esclarecida a dúvida de identidade do morto, a familia saiu do velório e foi pra casa e nem quis saber de conversa comigo. Nenhuma das duas familias pagou pelo meu trabalho. Nós ofeferecmos 24 horas de café, chá, lanche, cachaça, sem falar do caixão do sepultamento e o choro que eu derramei em cima do outro morto. Tudo ficou por R$ 1.300,00 que saiu do meu bolso, fora o choro chorado que não foi calculado. O choro é à parte, o cliente paga se quiser, é uma gratificação!"
Tufão também ficou no prejuízo. Mal soube da "morte" de Tufão o dono do barracão jogou as roupas e o colchão do então "defunto" no quintal e ateu fogo. Após ter virado celebridade Tufão declarou: "Não fui eu quem arrumou esta confusão!Tava de boa no meu cantinho, não pertubando nin-guém-nin-guém! Me mataram e quase me enterraram!" Já pensou, eu com documento de morto! não poderia nem votar na eleição; morto não vota! Nem o INSS iria me atender! Agora eles que se virem para me dar o de vestir, o de comer e o de beber- disse Tufão aos jornalistas- e aliás, agora é que eu não paro de beber mesmo. Todo mundo vai querer falar com um morto-vivo: fiquei famoso, saí até na Globo! E é lógico que todo mundo vai querer pagar uma cangibrina pra mim! Acho até que vou cobrar pelo autógrafo!"
Passado o mal entendido, abraços mil, tapinhas nas costas, alegria, alegria e que bom você não morreu, "eu sabia que você não morreria tão cedo!" Tufão chegou aos ouvidos de sua mãe e disse: "A senhora disse sempre que a pinga ia me matar! A senhora tava totalmente errada: a pinga me salvou! Se eu não estivesse bebendo eu estaria morto junto com aquele outro. Resolvi ficar pra tomar uns goles e aquele cara foi pegar a estrada. Sabe pra onde? Pra i-gre-ja! Quem mandou ele ser crente e "num" gostar de beber! Agora, quero que a senhora faça um brinde comigo!"
-Um brinde à pinga!
-À pinga!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009
Perón, Getúlio, Lula - Emir Sader



Quando acusou Lula de uma espécie de neoperonista, FHC vestia, em cheio, o traje da direita oligárquica latinoamericana. Que não perdoou e segue sem perdoar os líderes populares latinoamericanos que lhes arrebataram o Estado de suas mãos e impuseram lideranças nacionais com amplo apoio popular.

Os três – Perón, Getúlio e Lula – têm em comum a personificação de projetos nacionais, articulados em torno do Estado, com ideologia nacional, desenvolvendo o mercado interno de consumo popular, as empresas estatais, realizando políticas sociais de reconhecimento de direitos básicos da massa da população, fortalecendo o peso dos países que governaram ou governam no cenário internacional.

Foi o suficiente para que se tornassem os diabos para as oligarquias tradicionais – brancas, ligadas aos grandes monopólios privados familiares da mídia, aos setores exportadores, discriminando o povo e excluindo-o dos benefícios das políticas estatais. Apesar das políticas de desenvolvimento econômico, especialmente industrial, foram atacados e criminalizados como se tivessem instaurados regimes anticapitalistas, contra os intereses do grande capital. Quando até mesmo os interesses dos grandes proprietários rurais – nos governos dos três líderes mencionados – foram contemplados de maneira significativa.

Perón e Getúlio dirigiram a construção dos Estados nacionais dos nossos dois países, como reações à crise dos modelos primário-exportadores. Fizeram-no, diante da ausência de forças políticas que os assumissem – seja da direita tradicional, seja da esquerda tradicional. Eles compreenderam o caráter do período que viviam, se valeram do refluxo das economias centrais, pelos efeitos da crise de 1929, posteriormente pela concentração de suas economías na II Guerra Mundial, tempo estendido pela guerra da Coréia.

A colocação em prática das chamadas políticas de substituição de importações permitiram a nossos países dar os saltos até aqui mais importantes de nossas histórias, desenvolvendo o mais longo e profundo ciclo expansivo das nossas economias, paralelamente ao mais extenso processo de conquisas de direitos por parte da massa da população, particularmente os trabalhadores urbanos.

Se tornaram os objetos privilegiados do ódio da direita local, dos seus órgãos de imprensa e dos governos imperiais dos EUA. Dos jornais oligárquicos – La Nación, La Prensa, La Razón, na Argentina, ao que se somou depois o Clarin; o Estadao, O Globo, no Brasil, a que se somaram depois os ódios da FSP e da Editora Abril. Os documentos do Senado dos EUA confirmam as articulações entre esses órgãos da imprensa, as FFAA, os partidos tradicionais e o governo dos EUA nas tentativas de golpe, que percorreram todos os governos de Perón e de Getúlio.

Não por acaso bastou terminar aquele longo parêntese da crise de 1929, passando pela Segunda Guerra e pela guerra da Coréia, com o retorno maciço dos investimentos estrangeiros – particularmente norteamericanos, com a indústria automobilística em primeiro lugar -, para que fossem derrubados Getúlio, em 1954, e Perón, em 1955.

Mas os fantasmas continuaram a asombrar os oligarcas brancos, que sentiam que aqueles líderes plebeus – tinham desprezo pelos líderes militares, que deveriam, na opinião deles, limitar-se à repressão dos movimentos populares e aos golpes que lhes restabeleceriam o poder – lhes tinham roubado o Estado e, de alguma forma, o Brasil.

O golpe militar argentino de 1955 inaugurou a expressão “gorila” para designar o que mais tarde o ditador brasileiro Costa e Silva chamaria, de “vacas fardadas”. A direita apelava aos quartéis, porque não conseguia ganhar eleições dos líderes populares. Durante os anos 50, no Brasil, fizeram articulações golpistas o tempo todo contra Getúlio, até que o levaram ao suicídio. Tentaram impedir a posse de JK, alegando que tinha ganho as eleições de maneira fraudulenta. JK teve que enfrentar duas tentativas de levantes militares de setores da Aeronáutica contra seu governo, legitimamente eleito, tentativas sempre apoiadas pela oposição da época, em conivência com os governos dos EUA.

O peronismo esteve proscrito políticamente de 1955 a 1973. Até o nome de Perón era proibido de ser mencionado na imprensa. (Os opositores usavam Juan para designá-lo ou alguns de seus apelidos.) Quando foram feitas eleições com um candidato peronista concorrendo – Hector Campora -, ele triunfou amplamente e – ao contrário de Sarney no Brasil – convocou novas eleições, truiunfando Perón, que governou um ano, até que foi dado o golpe de 1976, pelas mesmas forças gorilas.

No Brasil, o governo João Goulart foi vítima do mesmo tipo de campanha lacerdista, golpista, articulada com organismos da “sociedade civil” financiados pelos EUA, articulados com a imprensa privada, convocando as FFAA para um golpe, que acabou sendo dado em 1964.

Perón, Getúlio e, agora, Lula, tem em comum a liderança popular, projetos de desenolvimento nacional, políticas de redistribuição de renda, papel central do Estado, apoio popular, discurso popular. E o ódio da direita. Que usou todos os “palavrões”: populista, carismático, autoritário, líder dos ”cabecitas negras”, dos “descamisados” (na Argentina). A classe média e o grande empresariado da capital argentina, assim como a clase média (de São Paulo e de Minas, especialmente) e o grande empresariado, sempre a imprensa das rançosas famílias donas de jornais, rádios e televisões.

É o ódio de classe a tudo o que é popular, a tudo o que é nacional, a tudo o que cheira povo, mobilizações populares, sindicatos, movimentos populares, direitos sociais, distribuição de renda, nação, nacional, soberania. FHC se faz herdeiro do que há de mais retrógado na direita latinoamericana – da UDN de Lacerda, passando pelos gorilas do golpe argentino de 1955, pelos golpistas brasileiros de 1964, pelo anti-peronismo e o anti-getulismo, que agora desemboca no anti-lulismo. Ao chamar Lula de neo-peronista, quer usar a o termo como um palavrão, como acontece no vocabulário gorila, mas veste definitivamente a roupa da oligarquia latinoamericana, decrépita, odiosa, antinacional, antipopular. Um fim político coerente com seu governo e com seus amigos aliados.


Postado por Emir Sader

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Mineirinho sedutor

Ainda os melhores e os piores amantes do mundo

Por Tadeu Nascimento

Na última quinta-feira, 05 de novembro, escrevi neste Diário da Manhã a crônica “Você se considera um bom amante?” que faz referência a uma pesquisa sobre os melhores e os piores amantes do mundo realizada pelo site One Poll, na internet, cujo resultado foi o seguinte: os piores amantes do mundo: em 10º lugar, os russos (muito peludos); em 9º, os turcos (suam demais); em 8º, os escoceses (muito grosseiros); em 7º, os galeses- País de Gales (muito egoístas); em 6º, os gregos (muito sentimentais); em 5º, os americanos (muito brutos); em 4º, os holandeses (muito dominadores); em 3º, os suecos (muito afobados); em 2º, os ingleses (muito preguiçosos) e em 1º lugar, os alemães (muito fedorentos). Os melhores do mundo: em 10º, os canadenses; em 9º, os dinamarqueses; em 8º, neozelandeses; em 7º, os australianos; em 6º, os sul africanos; em 5º, os irlandeses; em 4º, os franceses; em 3º, os italianos; em 2º, os brasileiros e em 1º lugar, os espanhóis. Os jornais e portais eletrônicos publicaram centenas de comentários de leitores e internautas, alguns interessantes. Um internauta me enviou o seguinte email: “Os espanhóis estão à frente porque a pesquisa foi patrocinada pela Telefônica e pelo Banco Santander (Rafton, Rio de Janeiro). Então imaginei, ou melhor, inventei algumas opiniões de fictícios leitores:
“Os espanhóis em primeiro? Jamais! Eu conheço!” (Lolita, de Barcelona);
“É, pensando bem, o melhor é investir no amante nacional, já que as passagens para Espanha estão os olhos da cara...” (Mariazinha de Araguari);
“Finalmente um vice-campeonato do qual podemos nos orgulhar e de quebra ganhamos da França” (Ronaldo Verdadeiro Fenômeno, Cobrobó- BA);
“Os franceses só sabem fazer biquinho: ‘merci beaucoup’, ‘Ronaldô Fenomenô, ‘Chico Buarquê de Holandê” (Severino Franco- PE);
“Os americanos gostam em primeiro lugar, de money, depois de money, depois de money e depois de money. Bem diferente de mim: primeiro eu gosto de mulher, depois de mulher, depois... tudo de mulher, de cabo a rabo! Entendeu? (Nenzim Bico Doce, Orós- Ceará);
“Os Russos são muito peludos? Agora sei a origem do Tony Ramos” (Mariana- Beozonte);
“O que faltou pro Brasil estar em 1º? Aí galera, ‘vamo’ trabalhar mais pra melhorar no ranking...” (Neguinho do Arpoador, RJ);
“Uai, não têm argentinos? Ah,ah, ah!” (Gerson, Vitória- ES);
“Acho que os argentinos ficaram a dançar tango: hermano com hermano!” (Zé Perfeito- Alegrete, RS);
“Os espanhóis são tão bons que importaram nossas garotas de programa para aprenderem o bê-a-bá do ‘fuque-fuque, inheque-inheque’! (Luis Gomes- Brasília);
“Ah, entendi!... Os espanhóis são os melhores amantes do mundo porque dormem com touros, coisa que ninguém consegue! Ah bom!” (Vivaldo Vivaldino da Silva- Recife);
“O espanhol não está com esta bola toda não!” Experiência própria! Dá-lhe Brasil! (Cidinha do Pelô- Salvador, BA);
“O nome Picasso é a prova cabal que os espanhóis precisam de auto-afirmação. Eles precisam se convencer que são do ramo! (Manoel Joaquim das Couves- Lisboa, Portugal);
“Há controversa: o touro disse que o espanhol é uma delícia!” (Pierre Gasteau- Paris, France);
“Acho que tô precisando de um grego...” (Solange- Tatuapé, SP);
“O americano é puro barrigudo: McDonalds e Coca-Cola dia e noite...(Carol- Miami, EUA);
“Os espanhóis compram tudo no supermercado. Até as pesquisas (Alfacinha- Porto, Portugal);
“E os portugueses? Em que lugares eles ficaram, Joaquim? Resposta de Joaquim: a pesquisa era para saber quem são os melhores amantes do mundo e não os mais inteligentes do mundo, ora pois! (Joaquim do Alpendre Netto- Coimbra, Portugal);
“Nasci no Brasil, sou descendente de espanhóis e italianos e minha família viveu na França! Sou 1º, 2º, 3º e 4º lugar! Ninguém me supera! he, he, he!(Arieh);
“O Brasil em segundo lugar? Brasileiras que quiserem colocar o Brasil em primeiro, falem comigo! he, he, he! (Arthur Ottoni);
“Entre os brasileiros, em 1º lugar, os goianos (eu sou o melhor!)- Jerônimo Gomide;
Um outro contestando Jerônimo Gomide:
“Este Jerônimo é um cascateiro, vai ver é espanhol. Melhor amante do mundo é mesmo goiano, só que de Inhumas e que por acaso sou eu!” (Chiquinho Silva).
Como se vê o assunto é mesmo instigante. Não há modéstia no campo da performance sexual. Ser modesto é se comprometer, cair no ridículo...
Depois desta pesquisa ampliou-se- pelo menos na minha imaginação- o entendimento da frase “Hay que endurecer pero sine perder la ternura jamas! (Ernesto Che Guevara). Êpa, mas esse cara é argentino!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009


Amante Don Juan

Você se considera um bom amante?


Por Tadeu Nascimento



Você se considera bom, razoável ou ótimo amante? É claro que ninguém se acha péssimo amante. Uma pesquisa realizada no site One Poll (só buscar no Google) com 15 mil mulheres de 20 países diferentes para saber quem são os melhores e os piores amantes do mundo constatou o seguinte: os piores – 10º lugar, os russos (muito peludos); 9º, os turcos (suam demais); 8º, os escoceses (muito grosseiros); 7º, os galeses – País de Gales (muito egoístas); 6º, os gregos (muito sentimentais); 5º, os americanos (muito brutos); 4º, os holandeses (muito dominadores); 3°, os suecos (muito afobados); 2º, os ingleses (muito preguiçosos); em 1º, os alemães (muito fedorentos). Como se vê, a ordem é decrescente, ou seja, os piores do mundo – segundo a pesquisa – são os alemães.

Agora, os melhores amantes do mundo: em 10º lugar, os canadenses; em 9º, os dinamarqueses; em 8º, os neozelandeses; em 7º, os australianos; em 6º, os sul-africanos; em 5º, os irlandeses; em 4º, os franceses; em 3º, os italianos; em 2º, os brasileiros; em 1º, os espanhóis.

O leitor concorda com esta classificação ou – como todo brasileiro – não aceita a condição de vice-campeão? Contudo, algumas observações têm de ser registradas. A primeira delas: a pesquisa traz os defeitos dos piores amantes do mundo, mas não traz as virtudes ou qualidades dos melhores. Deixaram para o internauta deduzir. Segunda reflexão: por que não somos os melhores, e, sim, os detentores do 2º lugar? O que faltaria para sermos os campeões? Ouso pensar que os espanhóis são os melhores porque importaram nossas garotas de programas e, com isto, tornaram-se experts no assunto. As “dadivosas” da terra de Picasso – em grande parte – são brasileiras. É só elas regressarem para o Brasil e esperar um tempo que os espanhóis vão amargar a segunda divisão.

Outra observação: os quatro qualificados como os melhores. Os espanhóis, os brasileiros, os italianos e os franceses são de origem latina, sangue quente. Não é à toa o antigo título “latin lovers”, pois o verbo seduzir está entranhado no DNA deles. Os latinos, em geral, pensam menos em poder, em grana e em guerra; eles têm mais o que fazer do que ficar se atracando com os outros em campo de batalha. A prioridade é outra, todos nós sabemos. Ao contrário dos alemães, que já fizeram duas guerras mundiais, dos turcos, que foram seus cúmplices nestas duas guerras, dos ingleses e dos americanos, que insistem em dominar o mundo invadindo outros países (vide Malvinas e Iraque), adoramos viver romances. O resultado da pesquisa tem fundamento: os russos são peludos pelo fato do clima da Rússia ser gelado. Os turcos suam muito porque comem muito quibe com cebola. Os escoceses são muito grosseiros porque bebem muito uísque e ficam valentes. Os americanos são abrutalhados porque – além de descendentes de ingleses – só pensam em guerra e em grana. E os alemães são muito fedorentos porque comem muita batata com repolho fermentado. Só eles mesmos para se suportarem. Já os 10 melhores amantes do mundo não têm os defeitos dos outros – pelo menos com tanta intensidade – e adoram o sexo oposto e investem nisto. Repare o leitor que todos os dez melhores amantes em questão são menos dominadores do que os dez piores do mundo. Há centenas de tratados que garantem que a violência tem relação direta com a performance sexual. A violência é uma das causas da incompetência sexual e vice-versa. A obsessão pelo dinheiro também é outra causa. Como disse o escritor goiano Brasigóis Felício em uma crônica antiga: “Quem não ama fica rico.”

O brasileiro tem na sua gênese a síntese de três raças – a branca, a negra e a indígena que o faz um povo sui generes. Não há um povo parecido. Deu na Globo.com: brasileiros gastam horas com “virada de pescoço”. Não é o máximo? Como dizia o professor Clóvis, meu pai, basta a mulher ter o “andado miudinho” para que todo homem vire o pescoço. Pisado miudinho é quando a mulher pisa com o calcanhar do pé direito rente aos dedos do pé esquerdo, depois, o pé esquerdo com o calcanhar à frente dos dedos do pé direito, provocando na musculatura glútea traseira o subir e descer mais lindo do mundo.Tal qual as manequins na passarela, só que com mais naturalidade. Quanto à questão de valentia, faz-me lembrar uma piada do mineirinho. O mineiro, como se sabe, é o povo mais sabido do Brasil. Encontraram-se em Brasília um gaúcho e um mineiro. E o valente gaúcho dispara: “Lá no Rio Grande todo mundo é macho!”E o mineirinho (com seu jeito simplório) dá o troco: “Pois é, lá em Minas a metade é mulher, e nóis gosta muito!”