sexta-feira, 21 de janeiro de 2011


Lampião e Maria Bonita. Este era macho!

Que o quinto sexo vá de retro


Por Tadeu Nascimento
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O mundo está cada vez mais pirado. Esta semana recebi um email de um amigo com o título Ariadna BBB 11 nua na Webcam. Abri o dito cujo. A moça tem um corpo que se não é a oitava, é a nona ou a décima maravilha do Word. Entro num portal de notícias, ela novamente: "Ariadna é transexual!". Êpa, ela não é mulher? Mas eu a vi nuazinha na Webcam! Aquilo é mulher! Com aquele corpo, com os detalhes que eu vi, com esses olhos que ainda se aprazerão muito em ver as minúcias femininas, não é mulher?- perguntei a mim mesmo. Curiosidade mata. Cliquei para ver a reportagem: ela não nasceu ela; nasceu ele. Com o nome de Thiago. Por muitos anos, Thiago fazia xixi em pé. Até que um dia se cansou. Sentado é o must!, decretou Thiago. E cortou o bicho. Indignei-me: meu Deus, não se pode confiar mais nem no que se vê! Daqui por diante, qualquer mulher que eu conhecer e se me interessar, conferirei a carteira de identidade, CPF, CNH, cartão do PIS/PASEP, da UNIMED; número do sapato e prestarei atenção no pescoço. Se tiver gogó ou pés grandes, "tô fora!" Perguntarei se quando criança brincava de médico ou de enfermeira; com espada ou com boneca. E pra não mais me enganar, levarei comigo um polígrafo (detector de mentiras)! Sabe-se lá o que pode estar dentro de sua calcinha! Eu, einh?
Diz a mitologia grega que os soberanos do Olimpo, Zeus e a deusa Heros, escolheram um mortal de nome Teirasias para ele dizer quem sentia mais prazer no sexo. Se o homem ou a mulher. Pra isso o transformou em mulher e nessa condição ficou por 7 anos. Depois novamente foi convertido em homem. Sobre a questão levantada pelos deuses, Teirasias respondeu que a mulher tem prazer sexual 10 vezes maior do que o homem! Talvez, esteja aí a razão dessa transformação maluca.
Caro leitor, quando criança, menino macho, acreditava eu, que havia 2 sexos, que logo depois, passaram para 3 quando fiquei sabendo que existe o homo sexual masculino. Depois a coisa se agravou quando soube da existência das lésbicas, detentoras do 4º sexo. Pensei que o mundo estaria involuindo. E agora, no 3º milênio, surge o tal do transexual. Como se não bastassem o metro sexuais, que não têm nada de metro e sim de quilometros de frescura, embora, se dizem macho. Que o diga o jogador de futebol David Beckhan!
Não tenho nada contra a opção sexual de cada um. Só que não quero ser enganado. Por volta de 1975, em Rio Verde, aconteceu um mini festival de música e um grupo de rock, Os Atômicos, fora convidado a prestigiar o evento. Com eles veio a travesti cantora, Rogéria, que anos depois, se tornou famosa no meio artístico. Um cidadão, metido a garanhão do cerrado, com o seu caminhãozinho tipo 3/4, ao passar à frente do Hotel Campos, viu aquela loira esvoaçante dando sopa na calçada. Não deu outra: jogou seu irresistível charme pra cima da dita cuja que logo abriu-lhe um sorriso. Convite feito, convite aceito. Fulano que era e é pequeno de estatura, dirigiu seu caminhão com sua presa para o córrego das Abóboras, pois na grande Rio Verde de então, não existia motéis. Ali chegando, logo iniciaram a sessão "amor com aço", ou seja, o amasso. De repente, o distinto garanhão, no agarramento nas partes baixas da loiraça, encheu a mão! Deu um salto para o lado e a ameaçou quebrar a cara da sirigaita. A loira engrossou a sua voz de Astolfo (seu nome de batismo ) e endereçou-lhe, no sentido anti-horário, um pescotapa na orelha no que ele rodou que nem pião em alta rotação! De sobremesa, fê-lo levá-la de volta ao hotel, caladinho que nem coruja muda, sem soltar um pio.
Tempos modernos. A vida não está fácil e do jeito que a modernidade caminha, tudo pode acontecer. Receio que daqui algumas décadas estaremos, nós humanos, fazendo amor com robôs. E não serão incomuns robôs homo sexuais pleiteando na justiça a adoção de crianças também gays robóticas. E o juiz- também robô- questionará quem vai ficar em casa dando de mamar para o gayzinho cibernético. Ainda bem que- quando isso acontecer- estarei mortinho da silva, no cemitério São Miguel, lá em Rio Verde, num túmulo, cuja lápide, deverá estar escrito: "Nasci, vivi e morri menino macho!"

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011


Marta e Joseph Blatter


O gênio de pernas depiladas

Por Tadeu Nascimento


A arte morreu. Se não morreu, agoniza-se. Não é necessário que seja especialista (crítico), para saber que nada mais se cria no campo da arte. Estamos de volta à escuridão da Idade Média. Não há mais gênios na pintura, na música, na escultura, na literatura, na dança, no teatro e na sétima arte que é o cinema. Talvez, justamente no cinema, ainda se vê arte nos veteranos Anthony Hopkins, Al Pacino, Robert de Niro e Mary Streep. De novidade mesmo, na arte de interpretar, não há algum com brilho do gênio. Nem Jonny Depp. Na música, nunca mais existiu um criador com a grandeza de um Mozart, de um Beethoven, de um Bach, de um Chopin, de um Tchaikovsky, ou mesmo de um John Lennon. De um Rodan, na escultura. De um Baryshnikov na dança. De um Molière no teatro. Na pintura então, a distância é enorme. Excetuando-se Van Gogh e Picasso que morreram há muitos anos, não surgiu um só homo sapiens que tivesse, mesmo que distante, o talento de Da Vinci, ou de Micheangelo, de Rafael, de Donatello. Até no futebol que considero uma arte menor, não se vê mais craques, muito menos gênios. A gana pela grana, a sedutora mídia e a velocidade da vida moderna, têm logrado da humanidade o direito de fazer arte e de se aprazer com ela. Vive-se mais da enganação. Da mesmice. Da mediocridade travestida de moderna. Evidente que nunca mais existirão outros Tom e Vinicius; Lennon e Mccartney; Mozart e Beethoven; Pelé e Garrincha. A questão é que não se vê- e não se sente- a menor tendência e nem terreno fértil para algum talento. O mundo está marchando errado. Dizer que Andy Warhol foi um gênio da arte moderna é demais para o meu entendimento. Talvez o seja para o polêmico e cada vez mais chato e menos criativo Caetano Veloso. Vale lembrar que o conceito de arte é a expressão do belo. E Caetano, não fez nada de belo nos últimos 20 anos. Na literatura, nas 3 ultimas décadas, o derradeiro dos moicanos geniais foi José Saramago e só. Pois vale mais nesse mundo moderno um Paulo Coelho com seus pleonasmos do que a originalidade de um Machado de Assis. Assim como Lair Ribeiro que faz mais sucesso que Clarice Lispector. A nossa MPB, por sua vez, passa por um interregno tedioso numa cama na UTI. Não surgiu ninguém, absolutamente ninguém. O derradeiro foi Djavan, que a mim, perdeu o lirismo. Chico Buarque enveredou-se pela literatura; e nela, não achou ainda o caminho das pedras da genialidade que em outros dias mais felizes, fizeram brotar pérolas em forma de canções.
A arte parece morta. Todavia, para o nosso júbilo, existe uma mulher, uma alagoana, que salva- embora não seja valorizada como merece- o gênio da raça: Marta que por 5 vezes foi a melhor jogadora de futebol do mundo. Se Marta fosse macho, acredito, seria reconhecida como gênio. Marta Vieira da Silva, nome e sobrenomes tão brasileiros quanto Edson Arantes do Nascimento. A Pelé de saia. Uma Pelé que quando recebe um prêmio da FIFA de a melhor do planeta, como recebeu essa semana da mãos de Joseph Blatter, é uma fêmea de vestido bem talhado, de salto alto, de brincos e maquiada que nem de longe traz consigo os traços masculinos, próprios do futebol. Talento em pernas depiladas. Se estivesse vivo, Nelson Rodrigues, não mais escreveria sobre os imperadores dos gramados, mas ergueria um pedestal imaginário para o talento de dribles rápidos e sutis das pernas roliças de Marta. O escritor Armando Nogueira teceu loas (em crônica) à Marta que continua jogando mais e melhor do que qualquer cabra peludo. E a vida de jogadora de futebol não é fácil. Receber cotoveladas nos seios ou desvencilhar-se delas é tão difícil quanto esquivar-se de chute maldoso nas partes baixas de um craque, do Pelé, por exemplo; mas ela se desvencilha ou suporta muito bem. Contudo, a artilheira sob a impaciência de uma TPM, sob o desconforto daqueles dias, diante da goleira no momento fatal do gol executa e corre para glória, socando o ar como fazia o rei Pelé. Antes, porém, um lençol sobre a quarta-zagueira- que mais parece um trator; mais um drible desconcertante em outra defensora, e em seguida um chute no ângulo com classe é pra ela algo tão simples como provocar um sorriso numa criança quando lhe oferecem um sorvete! Como um exímio joalheiro, Marta fabrica arte. A arte do futebol.