quarta-feira, 27 de março de 2013

Paul McCartney 
 
Um Beatle na terra do pequi.


Por Tadeu Nascimento

                               Sempre pensei que eu nunca assistiria os Beatles de perto. Ou, um deles ao menos. Mas eis que Paul Mccartney vem a Goiânia nos primeiros dias de maio do ano da graça de 2013. Digo o antigo "ano da graça" porque a sua vinda é realmente uma graça de Deus e, claro, de Paul. E isto é muito bom, pois será mais um dado importante para minha biografia e sei que essa é oportunidade única.  Lembro-me de que quando era menino, falava-se na vinda de Frank Sinantra no Brasil que nunca se realizava.  E muitas pilérias versavam sobre o tema. Até uma peça de teatro foi a cartaz em São Paulo e Rio de Janeiro com nome "O dia que Frank Sinatra veio ao Brasil". Mas era apenas uma sátira. Até que um dia, pimba, eis o Sinatra no Brasil! Foi um evento tão importante que o Maracanã lotou para ver o  artista dos velhos olhos azuis. Até o beijoqueiro, um português maluco que tinha mania de beijar quem fosse famoso, inclusive o Papa João Paulo II (e por isso foi preso por precaução em São Paulo, mas acabou beijando o pontífice em Belém do Pará) foi tirar uma lasquinha, subindo no palco e beijando de surpresa o Sinatra que acabou por lhe desferir um safanão, defenestrando-o de perto de si, enquanto a segurança vinha socorrê-lo retirando o seboso beijoqueiro do além-mar!
                                  Inimaginável Paul na terra do Anhanguera. Terra onde imperam (ai, meu Deus, até quando?) as trilhas sonoras das duplas Leandro e Leonardo; de Zezé de Camargo e Luciano e  Bruno e Marrone.  Seria o prenúncio da Era de Aquarius, com sua nova cultura e que essa nova era estaria fincando suas raízes nesse cerrado? Com isso, ouso acreditar , num futuro próximo, que  aqui virão grandes vultos da música internacinal a soltarem a  suas vozes como o italiano Andrea Boccelli,  a canadense Diana Krall, o escocês Rod Stwart e outros astros de primeira grandeza, além de peças de teatro de renome como as apresentadas na Broadway como "O fantasma da ópera ", "Carmen" (de Bizet), além do Circ du Soleil! Coisas de primeiro mundo!
                                 Mas acontece que foi preciso 50 anos pós lançamento do primeiro disco dos Beatles, "Please, love-me please", para  que um Beatle tivesse a ousadia de vir a Goiás para espinhar a língua com o nosso pequi.
                                 Acredito que muitos milhares de beatlemaníacos lotarão  o Estádio Serra Dourada e que ficarei bem longe do palco onde Paul e seu piano, soltarão os seus sustenidos e bemóis. Talvez eu o verei pequenino no meio das parafernálias eletrônicas. Não importa. Ele estará lá cantado "Across the universe", "Hey jude", "Yesterday"  e outras maravilhas para  minha geração (e também pra outras). É como se ele cantasse para minha juventude. Juventude que me escorre  pelos os dedos. E nada mais saudável e belo que se imaginar jovem.
                                 Contudo, sei que fcarei feliz em reencontrar muitos conteporâneos do tempo inesquecível- pelo menos para mim- do Lanche Americano da Rua 8, centro de Goiânia, da Discoteca Liverpool, também na Rua 8 e do Bazar Paulistinha, na Av. Anhanguera, onde os beatlemaníacos se concentravam. Isto lá para as bandas de 1970.
                                  Sir Paul McCartney, seja bem-vindo à terra do pequi!

sábado, 23 de março de 2013

Papa Francisco

Sai Bento e entra Chico 

 Por Tadeu Nascimento




                              Sai Bento e entra Chico. Acho que o personagem Chico Bento- do gibi de Mauricio de Souza- deve estar rindo à toa, pois nunca o seu nome esteve tão na moda. Tudo por conta do jogo de campeonato no Vaticano. Entretanto, Chico parece ter mais habilidade que Bento. Pelo menos Chico é todo rizonho e o seu antecessor, um tanto sem graça. Os noticiários disseram que o nome Francisco I foi sugestão do arcebispo de São Paulo, D. Claúdio Hummes. Presente de grego de um brasileiro para um argentino, pois resta saber qual São Francisco o papa portenho quis homenagear. Se o de Assis ou o Xavier. Se o de Assis, ótimo! Só que o papa da época o perseguiu até a morte. Seu nome foi amaldiçoado pelo Vaticano. Francisco de Assis era muito humilde, fez voto de pobreza, dedicou sua vida aos pobres e amava os animais e o meio ambiente. Se confirmado a homenagem do papa ao franciscano, este acabou dando o troco mesmo "pos morten", ao emprestar o seu nome para o ocupante do posto mais nobre do igreja católica. Dante Alighieri disse que "Francisco de Assis foi uma luz que brilhou sobre o mundo" e que ele foi maior figura do cristianismo desde Jesus.
                                  O papa argentino poderia mesmo seguir os exemplos de São Francisco de Assis e destribuir a riqueza da igreja para os mais pobres, ao invés de se preocupar com o banco do Vaticano como tem sido com os outros papas. E seria nobérrimo também se ele se desobrigasse da vida nababesca da cúpula católica. Assim, seria uma verdadeira homenagem a São Franscico de Assis ou mesmo a São Franscico Xavier.
                                  Na festa da posse na Capela Sistina a presidenta do nosso país deu uma espetada no papa quando ela lhe disse: Deus é brasilero! Uma alusão que "se o papa é argentino, Deus é brasileiro!". O papa deu um sorriso sem graça, quase verde-amarelo.
                                  De fato, não vai ser fácil suportar os argentinos. Já se gabam tanto por ter o melhor jogador de futebol do mundo, Leonel Messi, imaginem agora também o papa. Sem contar o Maradona e o tango! Mas o papa Chico parece ser um cara bom. Já o papa alemão Joseph Ratzinger foi soldado de Hitler e ser nazista nunca foi algo de se orgulhar.
                                  O nome Francisco me faz lembrar um outro Francisco, o Cândido Xavier, ou simplesmente Chico Xavier que eu tive a felicidade de conhecê-lo pessoalmente, em Uberaba. Tão humilde, tão pobre, tão cristão quanto o seu homônimo de Assis. Eu trabalhava em uma loja ao lado do Banco do Brasil, onde Chico ia retirar no dia 30 de cada mês a sua aposentadoria. Caridoso, enchia os bolsos de notas de dinhero em forma de bolihas de papel e distribuia aos pobres que ficavam ali a espera de Chico. E ele entregava a quantia a cada um, com a mão fechada, pois "o que a mão direita dá, a esquerda não pode saber!". O Chico Xavier sim, mereceria uma grande homenagem. Mas a igreja com seu orgulho milenar, no alto do seu pedestal de ouro, assim como renegou e perseguiu São Francisco de Assis, não teria humildade em prestar homenagem ao espírita brasileiro que tanto honrou o nome de Francisco.
                                   Por falta de exemplos não será desculpa para que Francisco I não seja um papa digno do cargo que exerce.