sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Diana Krall

Os Melhores Clips Musicais do Youtube

Por Tadeu Nascimento


Assim como colecionador de versos, sou amante de vídeoclips musicais de bom gosto. E pensando nisso, levo aos leitores que me privilegiam ao longo dos últimos 3 anos os 21 clips musicais do Youtube que entendo os melhores que já vi e que, de fato, os escolhi com cuidado que o assunto requer. A começar por Diana Krall- "The look of love" do genial Burt Barcharach". Trata-se de um trabalho de efeitos especiais, onde a belíssima cantora canadense 'canta num outdoor'. Maravilhoso! A seguir os outros dezenove: Brian Adams acompanhado do grande violinista Paco de Lucia numa taberna interpretando a canção principal do filme Don Juan de Marco: magistral!; Michael Jackson com a canção de protesto em defesa do meio ambiente, clip censurado pelo governo Bush por acusar os governos do 1º mundo pela destruição do meio ambiente; Marisa Monte em clip oficial cantando e dançando com o lutador da UFC, Anderson Silva, elegantemente bem vestido- uma beleza!; “Marisa Monte em dueto com a argentina Julieta Venegas em “Ilusão”; Caetano Veloso em ”Você não me ensinou te esquecer”, do filme Lisbela e o prisioneiro”; Caetano no palco interpretando "Fina estampa" que é o fino do fino; Pavarotti e Caetano cantam de Luis Bonfá "Manhã de carnaval" numa praça, ao ar livre, na província de Modena, Itália, show em benefício as crianças do Cambogia e do Tibet; Raimundo Fagner interpretando a música versão de "Durango romance" de Bob Dylan "Romance no deserto"; Paul McCartney com Michael Jackson em "Say Say, Say"; a versão de "Fina Estampa" na interpretação da belíssima argentina Soledad Pastorutti- lindo!; “Andrea Bocelli e Sara Brightman que dispensa comentário em Time say goodbye”; a imortal "What a wonderful word" na voz de Louis Armstrong; "All is need is love" do filme 'Across the universe' com Jim Sturgess; Carlos Santana e Rob Thomas em "Smooth lirycs"; Djavan em "Faltando um pedaço" , com apresentação do ator Andy Garcia no Gremy Latino Awards: 1º lugar; e na sequência, cinco clips dos Beatles inclusive 3 deles no famoso terraço que parou o trânsito uma rua movimentada de Liverpool, em 1969l, o mesmo terraço que 35 anos depois foi filmado "Across the Universe, citado acima. E por derradeiro, uma homenagem a Lennon:”Paul McCartney tribute to Lennon” com Paul,Elton John, Stting, Elton Jonh, Eric Calpton, Mark Knofler (Dire Straits) e Phil Collins (na bateria)- excelente! Aliás, todos os clips são belos!
Aproveite as festividades de fim de ano e curta os videosclips!
Antes, porém, é bom lembrar que se deva escrever no devido espaço (no youtube.com) os nomes dos clips, exatamente como se segue abaixo e de preferência, esperar baixar por completo o vídeo antes de assistir.

Como não poderia deixar de ser, a relação é bem eclética:

1- Diana Krall- "The look of love"
2- Brian Adams- Have you ever really loved a woman?
3- Michael Jackson- Earth song
4- Ainda bem- Marisa Monte com Anderson Silva
5- Marisa Monte e Julieta Venegas- Ilusão
6- Caetano Veloso- Lisbela e o prisioneiro
7- Caetano Veloso- Fina Estampa
8- Pavarotti e Caetano Veloso- Manhã de carnaval
9- Raimundo Fagner- Romance no deserto
10- Paul McCartney e Michael Jackson- Say, Say, Say
11- Soledad Pastorutti- Fina Estampa
12- Andrea Bocelli ft Sara Brightman Time say Goodbye Con te partiró
13- What a wonderful word- Louis Armstrong
14- All is need is love- Jim Sturgess
15- Carlos Santana e Rob Thomas- Smooth lirycs
16- Djavan "Faltando um pedaço"
17- Beatles-Get Back
18- I've got a feeling, The Beatles
19- The Beatles- Don’t Let Me Down
20- John Lennon- Come Togheter (live)
21- Paul McCartney, Sting, Elton John, Eric Clapton, Mark Knofler, Phil Collins- tribute to Lennon.

Feliz Ano Novo!

domingo, 18 de dezembro de 2011


Lira de um menino de Rio Verde

Por Tadeu Nascimento

Na minha terra existe uma praça com 5 imensas palmeiras (imperiais) plantadas há quase 50 anos. A praça leva o nome de Major Frederico Gonzaga Jayme. A minha terra é Rio Verde. Lembro-me bem quando foram plantadas por um funcionário da prefeitura, um velho (e mal humorado) italiano de olhos azuis de nome Palastrino, na administração de Paulo Campos. Acredito que elas vingaram, graças a braveza do italiano que as protegia das traquinagens da molecada. Imagino que elas alcançam uns 12 metros. Em meio as suas palmas existem uma colônia de araras e outra de periquitos. Elas vestidas de amarelo-azul, eles de verde-verde. Tais como a bandeira nacional. Diariamente, quando a aurora lança suas cores no horizonte e quando o sol se desbota na outra vertente, as araras cortam o céu- exibindo seus vôos de liberdade sobre a rua, onde me vi crescer. Cumprem um trajeto de 45º de longitude, rasgando o céu- como se voassem para Goiânia à tarde e voltassem no outro dia com os primeiros raios da manhã. Mas, na verdade, a viagem é bem mais curta: vão dormir aos pares (elas são monogâmicas, ou seja, nunca cometem "adultério"!) em outras palmeiras mais jovens, as da AV. Presidente Vargas. Esse aero-caminho de ida e vinda de todos dias, passa sobre a casa da minha vida, a casa de meus pais. Enquanto as araras gorjeiam em pleno vôo, os periquitos se reúnem na beirada do telhado da casa de minha história, numa algazarra alegre (como se estivessem num boteco), para "por o papo em dia". Tento decifrar suas "conversas". É como se eles, os periquitos, discutissem sobre a minha presença naquela casa: "Quem é esse cara que acabou de chegar?" Responde outro periquito: "É o primogênito do Prof. Clóvis, que era o dono da casa, falecido há 6 anos! "Ele se parece com a mãe dele, Dona Zaira, lembra-te dela?" Como ela era brava, aliás era a mulher mais brava do mundo! Uma leonça! Tinha um enorme ciúme do Prof. Clóvis e ele, liso, escorregadio como enguia, dominava a fera! Conheceste o prof. Clóvis? Era um homem calmo, lia muito e adorava uma cervejinha! Pois é, viveram juntos por mais de 50 anos! Ambos, pessoas boníssimas que estão fazendo muita falta!" Enquanto isso, as araras com seus gorjeios me enviam em pleno vôo, uma mensagem, um "avegrama", como diria Vinícius de Moraes no seu poema "Patriazinha": "Tadeu, um dia vais voltar pra sua patriazinha que é Rio Verde e dela, nunca mais vais sair!..."
A Praça dos Coqueiros, como é conhecida, tem alma assim como as praças dos grandes romances. Praça que por muitos anos serviu de espaço para circos e festas juninas: palco de minha infância. Praça dos tilintares das bolinhas de gude, dos peões a rodopiar e das pipas no céu (que chamávamos de raias). Praça dos meus amigos Laurinho e Marcinho Campos, Leão (Pedro da Silveira), Nasir, Jerry e Barchira Okde (filhos de Hasse Okde), Adalberto "Moita" (por onde anda você?); do Aparicinho Toledo e de seus irmãos "Carretel" e Érica; do Zaga (Luis Gonzaga Cruvinel), hoje no TCE-GO; do Clóvis "Picolé" Guimarães (hoje em Cuiabá). Do Emilinho Baylão e do gordinho de calças curtas Emilinho Hannun (hoje, funcionário da Saga Veículos, em Goiânia).
O tempo viaja rápido demais. O ontem está ficando velho demais. E quanto ao hoje, eu com os cabelos gris, quando vou ao meu chão natal, passo pela "praça dos Coqueiros", miro o lábaro estrelado, o mesmo pedaçinho de céu, que agora é governado pelos periquitos verdes-que-te-quero-verdes e araras ouro-anis, me vejo menino lançando ao céu imensas pipas que a minha mãezinha encomendava ao Ozorinho Arantes, hoje publicitário de renome em Goiânia. E ele as fazia com maior esmero. Eu, dentro de minhas calças curtas, controlando a pipa com linha grossa e carretilha de madeira apoiando contra o meu corpo. E lá, no teto do mundo uma dezena de outras pipas disputando espaço e beleza. No chão da praça, as palmeiras, ainda pequenas, se erguiam para o céu, assim como eu para vida. Minha mãe me via feliz e isso- me lembro bem- deixava-a mais feliz ainda. Ah, que saudades do amor de minha mãe! Décadas se passaram e as palmeiras estão frondosas e eu, aqui, me desgastando com o tempo.
Sentado à mesa, ao ar livre, do "Quinta Essência", olho para os 4 cantos da praça, para as 5 palmeiras, para o azul infinito, me dá vontade de inverter a lógica do tempo e pedir ao nobre garçom 2 chopes; um pra mim e outro para o meu mais querido parceiro, meu pai. E repetiria muitas vezes: "Garçom, por favor, mais 2!" Mas ele não está ali. E nunca mais vai compartilhar um chope comigo. Um vazio enorme enche meu peito. Vem a vontade de chorar. Eu sei que esse é o preço que pagarei (sempre) por ter vivido dias felizes. Não tenho como impedir a lágrima que cai.
Ah...Palmeiras de minha praça, se soubesses de minha saudade... chorarias também.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011


O melhor afrodisíaco da vida

Por Tadeu Nascimento

Sempre defendi a tese que só existem dois mistérios indecifráveis na vida. Em primeiro lugar a morte, pois ninguém voltou do outro lado, pra contar o que rola por aquela banda. Embora, acredito que a alma é imortal. Se não, qual seria o sentido desta vida? Viver, morrer e acabou? Tem que haver um porquê do sol, da lua, do ser humano, do amor e até da própria "morte"! Todavia, respeito quem não crê que haja outra vida depois dessa. E o segundo mistério é o sexo oposto. Bem, esse minha amiga, talvez seja quase complicado quanto ao primeiro. Nem a mãe sabe o que pensa o filho. Tanto o homem quanto a mulher jamais saberão o que pensa o outro. E uma das coisas que mais me intriga- e chega a ser engraçado- são as contradições das mulheres; suas mudanças de opiniões. Exemplo: conheci mulheres que por muitos anos, cultivaram sonhos- com estereótipos de beleza de um Brad Pitt, de um Tom Cruise e sonhavam com eles ao ponto de babarem nos travesseiros. Victor Fazano, ator de novelas, teve seus dias de glória nas fronhas de muitas mocinhas brasileiras. Todavia, o ator bonitão despencou do alto dos sonhos das dondocas, depois que ele se confessou homossexual. Sumiu da mídia! Lamento amiga, mas gosto é gosto! Há de se perguntar: a beleza se confunde com felicidade? Pode ser, mas só até certo ponto. Na hora “dos finalmentes”, nos altares da vida, se casam com seres, cujos biótipos são totalmente contrários as pretensões de antanho. Algumas, passam a ter frissons por carecas; outras por homens de tamanho reduzido- tipo amostra grátis; outras por barrigudinhos- ou barrigudões- ou ainda por coroas de cabelos pintados com Gressin 2000. No frigir dos ovos, o fetiche por homens, ditos bonitos, é muito relativo. Embora, claro, exista um padrão de homem bonito. Que o Gianechini é um homem bonito, assim como Johnny Depp é óbvio, mas na hora da onça beber água, casam-se com o supra sumo de feiúra. Treino é treino; jogo é jogo! Com isso, fica claro que a beleza não governa eternamente as mulheres. A verdade é que as mulheres são muito pragmáticas. Sabem que a realidade é bem diferente da fantasia. O que está no mundo do possível e o que está no mundo dos sonhos. Não estou me referindo as que se apresentam "honestas", mas que se vendem facilmente a qualquer malandro que aparece com uma camionete Hillux último ano. Acontece que muitas dessas não imaginam que irão se casar com os ditos cujos e de quebra acompanhados de oficial de justiça com intimações judiciais a tira-colo. Mas isso é apenas um detalhe. Está no DNA feminino uma palavrinha mágica: segurança! Segurança econômica, óbvio. E quando tomam consciência disso, muda o foco em relação aos homens. Acho que estão corretas. A mulher é mais pragmática que o homem. Qual a mãe que gostaria que a filha se casasse com um duro na vida?

Mas afinal, o que mais atrai a mulher por determinado homem? Melhor, o que deve fazer o homem para ser atraído por uma mulher. A famosa escritora chilena, Isabel Allende autora do best seller "Casa dos Espíritos", numa entrevista à revista Play Boy, creio que na década de 90, sobre o que mais excitava as mulheres sexualmente, respondeu: A inteligência. O repórter, surpreso, indagou o porquê da afirmativa, ela respondeu: "Se você não sabe, fique sabendo que o ponto G está nos ouvidos! E é perda de tempo procurá-lo em outro lugar!" E disse mais: "Ah, o ponto G, esse é o paraíso secreto que leva os homens a explorações minuciosas! Pois saiba, não temos um ponto G, mas dois, um de cada lado da cabeça e não é preciso tirar nossas roupas para nos deixar em êxtase! Falem rapazes! Digam tudo que sentem por nós! Não há estimulante sexual mais forte que as palavras de amor! Não há como se apaixonar sem gostar do que ouve do outro! O melhor afrodisíaco da vida é uma declaração de amor!" A exteriorização da inteligência masculina é o que determina a atração feminina.
Já com os homens, o violino toca notas ainda mais complicadas. Tirante os picaretas e outros canalhas, os homens buscam mulheres que sejam belas em todos sentidos. Não se leva muito em conta a grana. Pode até ser paupérrima, mas sendo bela, elegante... Estou falando de projeto de vida a dois. Só que aí, amiga , para encontrá-la é raríssimo nesse mundo imediatista.

Agora, no que tange ao simples sexo, a performance, por exemplo, de Paola Oliveira, de Guilhermina Guinle não sobrevive mais que poucos minutos na cabeça de um homem. Por mais que a bunda de Juliana Paes seja algo estonteante, é tão passageira quanto da Mulher Melancia ou ainda, da Mulher Samambaia: não passam de pôsteres em borracharias! Pra nós, homens, não há sonho com atrizes de cinema ou de TV. Nunca ouvi dizer- de algum amigo- que ele tenha sonhado com Angelina Joule, por exemplo. Na verdade, passada a fase da puberdade, o que mais nos excita é aquela que esteja- no tempo presente- vivendo conosco uma história de amor, ou que tenha expectativa de dias inesquecíveis. Mesmo que um dia, a história acabe. Pois a mulher quando ama quer se entregar de corpo e alma ao ser amado. Razão pela qual entendo que o melhor afrodisíaco do mundo- perdoa-me o linguajar popular- é a mulher que quer "te dar"! E quando ela chega a tal ponto é porque existe um mínimo de sentimento. O desejo feminino é o que determina o sucesso na relação. Que seja, pois, infinito enquanto dure!- disse o poeta da paixão. Enquanto o fogo arder, nada mais sublime. Apagada a chama, acabou, como tudo nesta vida acaba. C'est la vie!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"Allons enfants de la patrie"

A Marselhesa (Avante, filhos da pátria!)


Por Tadeu Nascimento



Não é exagero afirmar que o hino nacional da França é o mais belo de todos. Embora o Hino Nacional Brasileiro seja muito bonito, o hino francês é de uma beleza única. O dos EUA, por sua vez, tem uma tristeza de marcha fúnebre. A Marselhesa, oficializada como hino quando das comemorações do 1º centenário da Revolução Francesa (1889) é um brado heróico, canção com espírito de esperança, um hino que mexe com os brios de quem a ouve e emociona quem a canta. Como não poderia deixar de ser, a Marselhesa tem muitas histórias em torno de si. Seu autor, Claude Joseph Rouget de Lisle, capitão da artilharia do exército, a compusera em 1792 em Strasburgo para os seus concidadãos. Rouget de Lisle era monarquista, o que quase o levou a guilhotina. Mas antes de tudo era um compositor. A letra que se inicia por chamar os filhos da pátria a lutar contra a tirania; uma melodia de compassos curtos, próprios de das canções militares, porém tem a doçura de uma obra de Mozart. "Allons, enfants de la patrie/ Le jour de glóire est arrivé/ Contre nous de la tyrannie/ L'étandard sanglant est leve" (Avante filhos da pátria/O dia da glória chegou/ Contra nós a tirania/ O estandarte de sangue se levanta". Tem seu ponto máximo no refrão "Aux armes citoyens! Formez vos bataillons! ("Às armas cidadãos! Formem seus batalhões!") A palavra francesa "enfants" vem da mesma raiz latina de infância, infantil, infante. La Marselhaise levava originalmente o nome de "Canto de guerra do Exército do Reno". Reno é uma região da França por onde passa o rio do mesmo nome. O prefeito de Straburgo, Barão Dietriche, pediu a Rouget de Lisle que ele fizesse uma canção de guerra para encorajar as tropas na guerra contra o exército austríaco. O poeta a compôs em apenas uma noite, em 24 de abril de 1792. Meses depois, na noite da queda da Bastilha, a tropa do exército que vinha de Marselha cantava pela primeira vez em Paris o "Canto de guerra do Exército do Reno". No dia seguinte, milhares de parisienses cantavam pelas ruas "Allons enfants de la patrie!.."

A curiosidade maior é por conta da vida do compositor. Rouget de Lisle, filho de um casal de aristocratas, inconscientemente fez a canção mais revolucionária de toda a história mundial. A mãe, Jeanne Madeleine brigava sempre com o filho, acusando-o de traidor, de um dos responsáveis pelo o sangue que estava derramando por toda França. Tudo por ser o autor do hino dos revolucionários, do hino encorajador do povo que destruiu a realeza e nobreza da França! Mal imaginava que a história havia reservado ao seu filho um lugar no ápice do panteão da glória! Que um dia La Marselhaise seria o Hino da França. O mais belo de todos os hinos do planeta! Tchainkovisk e Schumann a tinham como uma obra de grande beleza e qualidade.

Certa vez foi perguntado a um parisiense o que ele fez nos 10 anos que duraram a Revolução Francesa, ele respondeu simplesmente: "Vivi!" É pouco?- pergunto ao leitor. É de se imaginar o quanto aqueles dias foram conturbados! Uma década de incertezas, fome, tiroteios, barricadas, prisões, patíbulos, guilhotinas...Foram 10 anos únicos na história da humanidade, algo inusitado, espetacular, no sentido mais trágico da palavra. Imagine testemunhar o rolar para o cesto as cabeças de Luis XVI, Maria Antonieta, Marat, Danton, Charlotte Corday, Camilo Desmolins, Lavoisier, Robespierre. A ascensão do megalomaníaco Napoleão Bonaparte. Ver a Revolução devorar seus filhos. Tudo dentro de uma só década! E ainda, depois, após outra década, ver Napoleão preso e os seus 530 mil soldados tombarem nos campos de batalha. Se não bastassem viver um dos momentos mais importantes da história universal, romper com os laços de família, com os amigos da aristocracia, Rouget de Lisle foi da glória ao ostracismo. Seu fim de vida foi melancólico, para não dizer miserável. Maltrapilho, ficava nas tabernas, bebendo vinho barato, posto que ficara pobre com a Revolução e depois amaldiçoado pela a monarquia que fora restaurada. Ninguém acreditava- quando, já sexagenário, com seu violino, executava nas madrugadas de boemia a sua obra maior- que aquele pobre diabo era realmente o autor da imortal La Marselhaise, que um dia seria oficializada Hino Nacional da França.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011


Bye bye, Capitalismo



Por Tadeu Nascimento


Foi uma longa espera, mas agora está acontecendo. O capitalismo está ferido de morte. Quando atinge a classe média do mundo todo; quando tiram dos bolsos daqueles que sempre tiveram bons empregos e geladeira recheada; quando se vê que se restarão somente a classe rica e classe pobre, aí o bicho pega! É o que está acontecendo nos EUA e na Europa! Não custa lembrar que a Revolução Francesa só foi possível quando a classe média da época, a burguesia, foi para as ruas lutar contra a realeza e contra as corporações. Não é mais possível a concentração de riquezas nas mãos de poucos. Nas principais países desenvolvidos e em desenvolvimento sopitam manifestações populares contra o capitalismo. Se nunca as manifestações populares obtiveram êxito, foi porque estas eram diversas e próprias de cada país. Mesmo assim, em 1968 uma grande onda mundial de revoltas populares mudou o rumo do planeta, embora não conseguissem vencer o capitalismo. Nos Estados Unidos, as grandes passeatas foram contra a Guerra do Vietnan; na França pela reforma política; na Thecoslováquia contra a ditadura soviética; no Brasil contra a ditadura militar. Eram revoltas diversas.
As verdades absolutas que defendem o capitalismo caminham para o brejo. Depois que instalaram o satélite de comunicação na órbita terrestre, não há mais verdade que se esconda e nem mentira que se perdure. O hacker australiano Julio Assange dono site Wiki Leakes, foi preso em Londres por divulgar documentos sigilosos sobre a Guerra do Afeganistão, mensagens pessoais da ex-candidata a presidente dos EUA, Sarah Palin e o pior, publicou no seu site cerca de 250 mil documentos sigilosos da diplomacia americana em novembro de 2010. Não adianta prendê-lo, ou mesmo matá-lo, outros ocuparão seu lugar. Não há dúvida que o mundo tornou-se uma aldeia.
A comunicação ficou mais ágil que as conversas de um cidadão com seu vizinho de rua. O que acontece em Tókio fica-se sabendo na mesma hora em Chique-chique no Ceará, em Cumari em Goiás, em Uruguaiana no Rio Grande do Sul, em Mombain na Índia. São as redes sociais, como Facebook, Orkurt, Twiter e outros caminhos da Internet como Youtube, Hotmail, Gmail etc. interagindo a humanidade. Elas são tão importantes nas vidas dos cidadãos como é o pão de cada dia. E não há censura que segure! Por conseqüência, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas na Europa e nos Estados Unidos neste sábado e domingo (15 e 16 de outubro/2011) para protestar contra o sistema bancário global (leia-se capitalismo) tudo por conta das redes sociais. A onda de insatisfações lastra como rastilho de pólvora! O padrão de vida caiu (e tende a cair ainda mais) em quase todo planeta! Daí as revoltas. Na Grécia, contra o arrocho salarial e o desemprego instituídos pelo governo para salvar bancos- com o dinheiro do contribuinte- em nome de salvar a economia- e com isso a população enfrenta a polícia e promove quebra-quebra de vidraças das instituições bancárias. Na França, contra o governo que protege os bancos (Nicolas Sarkoszy está prestes a perder a sua reeleição para o candidato socialista). Na Espanha a greve dos Indignados toma conta das grandes cidades. Em mais de 100 cidades americanas há revoltas contra o sistema financeiro. Em Nova York, milhares de manifestantes cercam o centro financeiro de Wall Stret, clamando -pela primeira vez- por aumento de impostos para os ricos para solucionar a crise que naufraga os EUA. Até a sólida Alemanha enfrenta greves porque o governo salvou o segundo maior banco do país. O grito é um só: contra o capitalismo que aí está!
Atenção, senhores políticos, banqueiros e donos de incorporações! Em 2008 o ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq, Bernard Madoff, deu um tombo no sistema financeiro americano em 110 bilhões de dólares e foi condenado a 150 anos de prisão! Golpe maior do qualquer outro no Brasil. O mundo mudou. Em Brasília, na porta do Congresso; em São Paulo, ao longo da av. Paulista; no Rio, na Av. Atlântica etc. As passeatas tupiniquins ainda são contra a praga da corrupção, pelo fato da crise ainda não ter chegado por aqui, mas a hora que chegar... A verdade é que pela primeira vez na história, em todo o planeta, milhões de pessoas (sem bandeiras partidárias) protestam em sincronia contra o capitalismo desumano, onde cada vez mais o rico enriquece e o pobre empobrece. E no mesmo balaio a revolta contra políticos que optam- quase todos- pelos banqueiros em detrimento do eleitor. Em suma: privatizam os lucros e socializam os prejuízos! Quem não se lembra do famigerado PROER do governo de FHC que injetou milhões de reais para salvar o Banco Econômico, o Banco Nacional e outros e mesmo assim, esses mesmos bancos quebraram? Não tem cabimento um diretor de banco receber salários de R$ 300 mil reais/mês para que depois, o governo banque suas quebradeiras! Os governos salvam os bancos com o dinheiro do povo! Tem sido sempre assim e o povo... Bem... o povo, como de costume, que se lasque!
Não tenho vocação para adivinho, mas sei que uma nova ordem vem aí! O capitalismo, mos moldes que aí está, a nos explorar até a alma, está agonizando! Com certeza virá um capitalismo sem as presas vampirescas que sempre sugaram o povo. Talvez um socialismo menos utópico, mais realista e sem as mãos pesadas como as de Stalin. A escravatura não caiu? Quando imaginaríamos um negro na Casa Branca? Uma presidente do Brasil? Em cada banco de escola não terá um computador? Alguma coisa está prestes a acontecer. E ai, meu caro, os homens do dinheiro terão que devolver o excesso antes que seja tarde demais. Ou através de impostos sobre grandes fortunas ou através de revoltas que podem desaguar na terceira guerra mundial- e o barco está mais para uma nova revolução! Não é difícil deduzir que terão que entregar os dedos para não perderem os braços. Quem viver verá!
Neste momento em que escrevo esta crônica, madrugada de 26/10, nos Estados Unidos, a pátria do capitalismo, continuam protestos contra a ganância e a corrupção. Houve confrontos com policiais e centenas de manifestantes foram presos na Califórnia, Georgia e New York
Os governantes que lançaram o satélite, se soubessem no que ia dar, jamais fariam o que fizeram e nós estaríamos ainda escrevendo em um teclado de uma velha máquina de escrever Olivetti...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011


Elano e Nívia

O amor e outros desastres

Por Tadeu Nascimento

Esta crônica poderia também se chamar de "Armadilhas da vida" ou " Crônica do amor ferido". O fato tornou-se público. Trata-se da atriz Nívea Stelmann e de Elano, jogador de futebol do Santos. O jogador teve um caso amoroso com a atriz global. Nada demais. Aliás, tudo de bom. Amar é única razão dessa vida. Mas aí que mora o perigo! Ninguém sabe das armadilhas que o amor arquiteta. O caso foi parar na justiça. Elano Bruner entrou com uma representação por danos morais acusando Nívea de enviar para a ex-esposa e para sede do Santos Futebol Club fotografias e áudios da intimidade do casal. Nívia contra-ataca e diz que também acionará Elano por invasão de domicílio, atentado ao pudor e danos morais.

Não é a primeira vez que casos de amor de jogador de futebol com atriz ou cantora tornam-se escândalos em jornais e na TV. O mais famoso foi o de Garrincha e Elza Soares. Tiveram um amor tórrido e desastrado que teve episódios como o acidente automobilístico onde morreu o único filho do casal. A história de Mané e Elza termina. Para sempre. Embora se amassem até a morte como os trágicos Romeu e Julieta.

Quando Elano e Nívea começaram a se relacionar ele ainda era casado com Alexandra. No início de 2011 o jogador do Santos se separou judicialmente da esposa. O romance com Nívea durou um ano. Mas enquanto juntos, pareciam viver um conto de fadas. Nos jornais e revistas Nívea se mostrava em estado de graça! Elano, por sua vez, jogando bem na seleção. No entanto- não se sabe o porquê-, quando a seleção brasileira estava disputando a Copa América na Argentina o craque santista terminou com Nívea por telefone. No mesmo dia Elano postou no Twiter que estava solteiro mais uma vez.

Praga de urubu em jogador canarinho. Vieram as quartas de final e o jogo foi contra a seleção do Paraguai e foi decidido nos pênaltis. Elano bate e erra. André Santos, Thiago Silva e Fred também erram. Um desastre! O Brasil é eliminado. Como desgraça pouca é bobagem, dias depois, pelo campeonato brasileiro o Santos que vencia o Flamengo por 3X0 menosprezou o adversário que conseguiu diminuir:3X2. Veio a oportunidade para selar a vitória do Santos com um pênalti. Quem vai cobrar? Ele, Elano. Despretensiosamente, com a cabeça na lua ou talvez pensando em uma atriz da Rede Globo, Elano chuta bisonhamente e erra o pênalti. E o Flamengo vira para 5X4! Maravilha para o Flamengo e desastre para o Santos! Desequilíbrio emocional? Azar? Inferno zoodiacal? Tudo conspira contra!

Em agosto tenta se reatar com Nívea. Ela o evita. Elano insiste. Chega ao disparate de pular o muro da casa atriz em um condomínio nobre do Rio de Janeiro para falar com ela. Nívea posta no Twiter "Bom dia!..homem-aranha mesmo..."

Dias depois, Elano volta a se relacionar com a sua ex-esposa. Nívea teve conhecimento e ficou indignada, para não dizer possessa. Iniciam-se os escândalos na mídia. Mágoas à parte, é evidente que o amor está lançando suas farpas! Para machucar. Para não se deixar esquecer.

Não acredito que as barras dos tribunais decidirão o fim da história de amor entre a atriz e o jogador. Ainda há muitos pênaltis a serem convertidos em gols no palco das vidas de Elano e Nívea. A novela não terminou e o campeonato está apenas começando.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011


John Lennon e Mike Jagger

Sou um daqueles garotos que amavam os Beatles e os Rolling Stones


Por Tadeu Nascimento


"O passado é uma roupa velha que não nos serve mais", nos lembram versos de uma canção do cearense Belchior. Tudo bem, mas depende do ponto de vista. Do ápice da montanha da saudade, a visão do passado nos servem muito bem! Quando nos olhamos nos álbuns de fotografia, vemos o quanto éramos bregas. Aliás, as palavras brega e cafona surgiram naquela época. Época das mudanças: 1968 a 1978. Anteriormente, para se referir a alguém fora de moda, dizia-se que a pessoa era démodé, antiquada, de mal gosto, deselegante etc. Época em que os rapazes se vestiam com calças boca de sino, camisetas esbirradas, sapatos de saltos altos e sem meias, cintos largos com fivelões, e o mais chocante: os cabelos descendo pelas omoplatas. Elas, com mini saias tão curtas que qualquer poça d'água refletia suas delícias anatômicas. E, no entanto, nos achávamos o máximo! Quem se vestia ao contrário era quadrado! Naquele tempo, não se exibia os cofrinhos, mas as mini blusas denunciavam os umbiguinhos e as curvas da cintura; os vestidos curtos provocam imaginações interessantes... Não se usava tatuagens e os bíceps eram normais. Barriga de tanquinho era somente uma parte da anatomia feminina de quem exercia a honrada profissão de lavadeira. Homem usando brinquinhos, só em filmes de piratas. Dançávamos o rock e também de rostos colados. Diferentes do punk, do than, da dança da garrafa e de outras malemolências eróticas-imbecís, com músicas (e letras) mais imbecís do que eróticas que incomodam qualquer inteligência mediana.
Acontece que o passado sempre está fixo. Seja nos álbuns de fotografias ou nas nossas lembranças. O futuro, ao contrário, é tão amplo quanto incerto e não cabe nas nossas mentes. Rapazes com cabelos compridos eram seres tão modernos quanto aos de hoje que usam tatuagens. Usar calças com boca de sino era tão comum quanto usar calças de cós baixo, reveladoras de segredos dos cofrinhos das gatinhas nesse inicio da segunda década deste milênio.

Todavia, cabelos longos eram sinônimo de rebeldia. Os conservadores nos olhavam com desdém, quando não nos acusavam de vagabundos. Até porque, ficávamos mais expostos do que os jovens de agora, pois andávamos, quase todos a pé. "Cabelos longos, idéias curtas"!, "Rebeldes sem causa!"- denegriam-nos, os conservadores. O fato é que nós os incomodávamos muito. E nós os chamávamos de trogloditas ou de caretas. Pouco se falava ainda em drogas, isso até por volta de 1975, quando elas chegaram como praga social. A polícia, naquele tempo de fusquinha, fazia questão de nos encher o saco. Tínhamos que portar documentos, principalmente a carteira de trabalho, sob pena de passear na delegacia. No interior do país, havia muitos delegados que- por pura maldade- faziam questão de raspar as cabeças dos playboys cabeludos que ousavam passear nas cidades de suas jurisdições, nas férias. Além da estampa irreverente, havia o rock and roll que irritava a velha guarda que se orgulhava da trilha sonora de suas vidas que eram arcaicas quantos são trágicos os tangos de Gardel. Os tons saiam graves nas vozes de Nelson Gonçalves, Vicente Celestino, Carlos Galhardo e de outros melodramáticos. As músicas deles se agonizavam diante das novidades dos Beatles e dos Rolling Stones. As campanhas contra a guerra do Vietnam e a bandeira do sexo livre faziam com que os conservadores- que para nós- ainda estavam na era da pedra lascada- tivessem pesadelos. O sexy livre que imaginávamos não é este do "fiquei com ela ontem e hoje já estou com outra", mas sim o sexo livre para o amor. Maior exemplo disso era o amor do casal Jonh Lennon e Yoko Ono. Nas telas dos cinemas rodavam Romeu e Julieta...nus como o amor é absoluto. E a música do filme "A time for us" estourava nas rádios nas vozes de Johnny Mhatis e Andy Willians. Enquanto na vida real, demorava-se meses para levar uma garota para cama, isso quando acontecia.

Demorou um tempão para aceitar-nos sem reservas. Mas tempo foi passando e, aos poucos, aceitaram-nos e até alguns se aderiram aos cabelos cumpridos.

Embora bregas aos olhos de hoje, fomos felizes. O mundo pelo qual "brigávamos" era o da paz. Queríamos o fim das guerras, das desigualdades, da Kun Kux Klan, do Apartteid na África do Sul. O mundo que hoje vivemos está muitíssimo longe do ideal, mas conseguimos passos importantes. A democracia como fato consumado no ocidente, principalmente na América Latina e no Leste Europeu e a rebeldia contra as guerras (que ainda, lamentavelmente, persistem) cuja máxima ficou pra história: "Faça amor não faça guerra!" são frutos da rebeldia dos cabeludos que amavam os Beatles e os Rolling Stones. E ainda os amam. E muito.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Seu Luiz Oliveira, o Don Juan do Sertão e suas mulheres


Distinto Garanhão


Por Tadeu Nascimento

Tem coisas que só acontece no Brasil. Em Rio Verde (GO), por exemplo, um cidadão (nascido em Pirenópolis) - parente meu- teve mais de 100 filhos! Seu nome: Frederico Gonzaga Jayme. Frederico era irmão do senador Luis Gonzaga Jayme que empresta seu nome a uma rua do setor Campinas em Goiânia. O senador, por sua vez, fora assassinado no Hotel dos Estrangeiros, Rio de Janeiro, adivinhe por quê? Porque fora pego nu com a esposa de seu assessor de gabinete. O marido traído o matou, quando o senador, ainda pelado, tal qual Adão antes de morder a maçã, se escondia atrás de um relógio de pêndulo! Tal episódio ocorreu em 29 de janeiro de 1921. Mas, voltemos ao Frederico: apesar de que a centena e algumas unidades de filhos foram com 7 mulheres, convenhamos, 100 filhos é algo extraordinário! Sem contar que conviviam entre si em razoável harmonia, na então pequena Rio Verde no idos de 1920. Feito heróico de quem teve apenas 42 anos de vida! Essas peculiaridades humanas me fascinam.

Esta semana surgiu num portal de notícias um cidadão de 90 anos que teve 69 filhos! O notável genitor em série reside no município de Campo Grande, sertão de Rio Grande do Norte. Claro, perto do meu parente Frederico Jayme, ainda é um principiante! Mas acontece que o distinto garanhão tem 17 filhos com a primeira mulher (falecida), cujo nome era Francisca. Logo depois se casou com outra Francisca, agora Maria Francisca, e com ela teve mais 17 filhos. Outros 15 com a cunhada Ozelita Francisca e- pasmem!- 13 com a sogra, dona Francisca Maria da Silva. "A gente foi se conhecendo melhor...e tive 13 filhos com ela!" (Vai gostar de Chiquinha lá em Mossoró!). Desejar a cunhada, é até compreensível pelo fato de ser a pessoa mais parecida com sua esposa- embora nunca aceitável-, mas a sogra é demais! E por conseguir encarar a sogra- e com ela ter uma prole de 13 filhos- no quesito testosterona ganha longe de meu parente Frederico Jayme! Tem que ir não só para as páginas do Guinness Book , mas também para o Devil Book ( livro de records do capeta) ! Os outros sete filhos (que faltam para se chegar ao total de 69) são frutos de relacionamentos, digamos, extraconjugais- embora ele não tem certeza, não nega que é o pai. Bill Clinton, o Mister Testosterona, deve estar morrendo de inveja!

Justifica o aposentado Luiz Costa de Oliveira, que o seu romance com a cunhada se deu quando a sua esposa estava nos períodos de gestação e resguardo. Ozelita, ia cuidar da irmã. Enquanto isso, entre eles, “ia rolando um clima”. Depois, com o número incessante de gestações e resguardos das duas irmãs, muitas vezes concomitante, o Dom Juan das Caatingas em face de “na falta de tu, vai tu mesmo!", se acochambrou com a sogra. Paquerador nato e insaciável, o nosso anti-herói é muito modesto: "A gente passa e as mulheres ficam olhando...Não sou bonito como dizem, mas tenho as minhas qualidades! Mas também não escondo que sempre fui namorador. A melhor coisa do mundo é mulher, e meu divertimento era namorar. Preferi que meus namoros ficassem em casa, e elas se entenderam. Nunca houve uma briga, pois eu lembro muito bem que dava conta de todas, além de trabalhar muito na roça para sustentar todos os meus filhos. Nunca faltou nada para ninguém”, disse. Todas dividem a casa, a comida e o amor de seu Luis, por mais de 40 anos. E o mais interessante é que eles moram numa casinha com apenas 1 quarto, sala, cozinha e banheiro! "Não tem muito conforto, mas dá pra fazer amor. E quando eu faço amor é sempre na mesma casa, no mesmo quarto, na mesma cama", disse Oliveira.

O segredo para tanta vitalidade. "Não bebo, não fumo, me alimento bem e durmo melhor ainda". Mas será que sobra tempo para dormir? Quanto a se alimentar bem, leia-se muita rapadura! E põe rapadura nisso! Oliveira não quis explicar como faz para se dividir entre as três mulheres na mesma casa. A minha casa é pequena, mas tem espaço pra todas. Pra fazer amor, não tem hora e nem lugar, basta querer."- garante o Dom Juan do Sertão. Como encontram espaço, tempo e privacidade para fazer amor, ninguém sabe.

E pensar que na Europa os casais tem, em média, menos que dois filhos!.. Só no Brasil. Oh, terra abençoada! O que não falta aqui é rapadura!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Keanu Reeves como Buda


Seremos todos "bundistas"

Por Tadeu Nascimento

Muitos de meus amigos vão pegar no meu pé por conta dessa crônica. Mas não tenho como fugir, é meu ofício. Vamos lá. Se você é chegado a um churrasco, então aproveite, porque, daqui a alguns anos- lamento decepcioná-lo- será cada vez mais difícil degustar um pedaço de vaca no espeto ou na panela. Provavelmente seus netos não terão esse prazer. Somos as últimas gerações a ingerir carne vermelha. O mundo- daqui uns anos- trocará a carne bovina, suína, ovina, por peixes, crustáceos, moluscos e outros bichos d’agua. Aliás, apesar dos interesses dos ricos criadores de gado, campanhas contundentes contra o consumo da carne bovina estarão em evidências. Coisas do 3º milênio. Um estudo publicado pela FAO- Food and Agriculture Organization voltado para alimentação e agricultura, assegurou que os bovinos estão entre os maiores responsáveis pela emissão de gases causadores do aquecimento global. E tal aquecimento, por sua vez, é a causa dos tsunamis, tufões, terremotos e de outras catástrofes. O relatório intitulado "A grande sombra da Agricultura" afirma que os bovinos geram mais gases de efeito estufa do que o setor de transporte em todo o mundo, com sua incessante queima de combustíveis a base de petróleo. E segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente- PNUMA, agência da ONU- além dos desmatamentos para pasto, o gado vacum, com seus puns, isso mesmo, puns, gases, flatulências, estão aquecendo o planeta. Assim como os tubos de aerozol exalam gases que destroem a camada de ozônio, os puns das vacas estão aumentando o efeito estufa do planeta, posto que são ricos em gás metano (CH4) que é 21 vezes mais prejudicial que o famoso dióxido de carbono (CO2) ao homem e a natureza. E ainda de acordo com o mesmo relatório, o gado bovino emite, através de seus puns, 4 toneladas de metano ao ano em comparação às 2,7 toneladas de CO2 emitidas por carros populares. O eterno beatle Paul McCartney está liderando uma campanha contra a criação dos gado bovino e suíno em prol do não aquecimento do planeta. Enquanto aqui na terra brasilis, o estado de Goiás, detém "com muito orgulho", o título do maior rebanho de gado do país. Por via de consequência, é o estado campeão em exalar de puns de vacas e de bois. (Oh, trem bão é Goiás!). Sinto-me orgulhoso em ser goiano, mas quando se fala nesse tipo de ranking, saio de fininho, pois não tenho terra nem debaixo da unha e muito menos, uma bezerrinha para poluir o meio ambiente!
E ainda- é bom que se diga- que a maioria das áreas desmatadas da Amazônia, por exemplo, não são aproveitadas para agricultura, mas sim à pecuária. Além das toxinas da carne, os hormônios, o colesterol, inimigo número um das artérias do coração humano, o aquecimento global pelos puns bovinos será um dos fortes argumentos para as campanhas ambientalistas- que serão cada vez mais ferrenhas- contra os desmatamentos, impostas por todas nações mundo- e ainda mais e principalmente, pela razão econômica em face do crédito de carbono. Ao invés de se queimar áreas, visando criação de gado, ganharão muito mais vendendo a peso de ouro o crédito de carbono em função da preservação da floresta. O que poderá dar sobrevida ao planeta com o reflorestamento.
Além de tudo isso, existe uma tese na qual os animais que se alimentam de carne de outros animais são mais ferozes. Partindo dessa premissa seremos mansinhos-mansinhos. Portanto, sugiro que você vai já se acostumando, se deliciar com outras alternativas como lobós no espeto, lambaris ao termidor, pererecas com manjericão etc. Não será tão difícil. Como disse, acostuma-se. Na Índia, 90% da população, desde os tempos do Buda, não se consome carne de qualquer bicho. Com isso, especializaram-se em temperos para enriquecer sua culinária. Ficaram tão bons nesse quesito que tais medidas chamaram a atenção da Europa nos séculos XIV e XV: as especiarias da Índia. Em busca de ingredientes que melhorassem a (insossa) comida europeia, acabaram por levar os navegantes ao descobrimento das Américas no famoso episódio do "Caminho para as Índias." A nós moscada, o cravo da Índia, a canela, cana-de-açúcar e até muitas frutas como- pasmem!, a manga que poucos sabem que é indiana. Seu nome científico é "mangifera indica” ( pronuncia-se mangífera índica) que significa fruta de comer (manjar) aos pedaços (da Índia). Segundo muitos gastrônomos, a comida indiana é a melhor do mundo! Com isso, talvez em face da alimentação vegetariana, tenhamos alguns gurus, avatares, ascetas, sidartas gualtamas e até, quem sabe, um dalai lama, por que não? Vai chegar o dia em que o capiau vai dizer: "Nóis tá virando tudo bundista!"

sexta-feira, 2 de setembro de 2011


Steve Jobs


Steve Jobs e seu pai biológico

por Tadeu Nascimento


Se você ainda não tem um tablet, com certeza, um dia, fará uso de um. O tablet é o filho mais novo da era do computador. Assim como o telefone celular, todo mundo terá o seu. Seu inventor: Steve Jobs. Mas você sabe quem é Steve Jobs? Conhece sua história? Então, peço-lhe licença para contar. Porém, antes, é preciso começar pelos últimos acontecimentos. Jobs é o criador e ex-presidente da Apple Inc. Mais do que um magnata, é um gênio do mundo moderno. Afastou-se da empresa devido a doença que o acomete. Agora imaginemos como tudo começou. Em 1954, um imigrante sírio chamado Abdulfatth John Jandali engravidou a jovem Joanna Simpson. Em 24 de fevereiro de 1955 em San Francisco, Califórnia, nasce o rebento. O pai dela, um tirano, segundo Jandali, foi contra a união dos dois, por ele ser sírio. Joanna decidiu entregar a criança para adoção. Jandali aceitou a decisão, mas por ele, o filho não seria adotado. A adoção foi feita por Paul e Clara Hagopian Jobs que o batizaram de Steve Paul Jobs. Quando completou 17 anos, entrou na universidade Reed Colled em Portland, Oregon. Seis meses depois é obrigado a abandonar a universidade, devido aos seus altos custos. Aos 20 anos ficou fascinado pela eletrônica e então a sua vida tomou um novo rumo.
Meio século se passou e Jandali nunca mais teve notícias do filho. Somente alguns anos atrás, ficou sabendo que Steve Jobs era o filho que ele havia entregado para adoção há 56 anos. Jandali atualmente trabalha como vice-presidente de um cassino em Nevada, EUA. Mas o destino, que às vezes, parece ser perverso, apenas cumpre a lei da causa e efeito ou da ação e reação
: Jobs adquiriu um câncer perverso. No pâncreas. Jandali vê, pelos noticiários, seu filho- com o nariz de árabe, igualzinho ao seu- definhar-se para morte. Não existe um só dia que os portais eletrônicos não falam de seu filho biológico. Pois Jobs é um dos homens mais importantes e ricos do mundo. Todavia, é um homem muito modesto- mesmo com sua fortuna de mais de 8 bilhões de dólares- que aparece nas premiações vestido de tênis branco, calça jeans e com a sua indefectível camiseta preta de mangas longas. Por algumas vezes, tentou comunicar-se com Jobs através de email. Em vão. Todavia não teve coragem de falar com filho ao telefone e muito menos encontrá-lo pessoalmente. "Meu orgulho sírio não quer de forma alguma que pensem que estou interessado na sua fortuna".

Jandali, com quase 80 anos, declarou que quer conhecê-lo antes que seja tarde. Mas, parece que as mãos do destino estão atadas. Só há uma forma de aproximá-los: Jandali terá que lutar pela aproximação com o filho biológico. Para Jobs, esse senhor é apenas o seu pai biológico. Para Jandali, um abraço de Jobs é o perdão para o maior de seus pecados! É tirar de seus ombros um grande fardo que é o seu remorso! Jobs está muito debilitado e não cabe a ele estender a mão a quem um dia o abandonou, mesmo que a decisão final fosse da mãe. Que preço terá agora de pagar! Vai dizer o quê, ao filho abandonado? Bater à porta do quarto do hospital e dizer:" Oi, eu sou seu pai!? Jandali vai ter que se curvar até ao chão e pedir perdão ao filho e a Deus por uma negligência cometida quando rapaz! Quem é esse estranho a me visitar?- diria o assustado Jobs, no leito, diante de seu pai biológico! "Isso pode soar estranho, disse Jandali, mas eu não estou preparado, mesmo que um de nós esteja no leito de morte, a pegar o telefone e ligar pra ele. Ele terá que fazer isso. Um convite para um café com ele faria de mim um homem muito feliz."

No momento, não se vê o interesse material, mas o humano. O pai carregando o seu remorso a caminho do fim da vida e o filho cambaleando para a morte. Jobs, um ser predestinado a vencer, a dar a volta por cima, agora não está dando a volta nem por baixo. Dono da empresa que mais lucrou nos Estados Unidos nos últimos dois anos, está carregando a sua cruz, a caminho do calvário.

De filho adotado ao topo da tecnologia. Steve Jobs é um gênio do mundo digital, criador do iPod, do tablet iPad que está revolucionando o mundo. iPad é um produto que substitui biblioteca, videoteca, toca cds, possui rádio, internet, tudo em um único e compacto aparelho. Jandali também confessou que apesar de entender pouco de informática e apesar disso ele possui um Mac, um iPhone e um iPad. "Eu olho para essas coisas e não acredito que Steve foi quem as criou", disse."

E o tempo- para eles- continua em alta velocidade... Quem dará o primeiro passo desse encontro?

Moral desta história: o dinheiro não compra tudo e somente o amor pode fazer um novo final, mesmo diante da morte.