sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Diana Krall

Os Melhores Clips Musicais do Youtube

Por Tadeu Nascimento


Assim como colecionador de versos, sou amante de vídeoclips musicais de bom gosto. E pensando nisso, levo aos leitores que me privilegiam ao longo dos últimos 3 anos os 21 clips musicais do Youtube que entendo os melhores que já vi e que, de fato, os escolhi com cuidado que o assunto requer. A começar por Diana Krall- "The look of love" do genial Burt Barcharach". Trata-se de um trabalho de efeitos especiais, onde a belíssima cantora canadense 'canta num outdoor'. Maravilhoso! A seguir os outros dezenove: Brian Adams acompanhado do grande violinista Paco de Lucia numa taberna interpretando a canção principal do filme Don Juan de Marco: magistral!; Michael Jackson com a canção de protesto em defesa do meio ambiente, clip censurado pelo governo Bush por acusar os governos do 1º mundo pela destruição do meio ambiente; Marisa Monte em clip oficial cantando e dançando com o lutador da UFC, Anderson Silva, elegantemente bem vestido- uma beleza!; “Marisa Monte em dueto com a argentina Julieta Venegas em “Ilusão”; Caetano Veloso em ”Você não me ensinou te esquecer”, do filme Lisbela e o prisioneiro”; Caetano no palco interpretando "Fina estampa" que é o fino do fino; Pavarotti e Caetano cantam de Luis Bonfá "Manhã de carnaval" numa praça, ao ar livre, na província de Modena, Itália, show em benefício as crianças do Cambogia e do Tibet; Raimundo Fagner interpretando a música versão de "Durango romance" de Bob Dylan "Romance no deserto"; Paul McCartney com Michael Jackson em "Say Say, Say"; a versão de "Fina Estampa" na interpretação da belíssima argentina Soledad Pastorutti- lindo!; “Andrea Bocelli e Sara Brightman que dispensa comentário em Time say goodbye”; a imortal "What a wonderful word" na voz de Louis Armstrong; "All is need is love" do filme 'Across the universe' com Jim Sturgess; Carlos Santana e Rob Thomas em "Smooth lirycs"; Djavan em "Faltando um pedaço" , com apresentação do ator Andy Garcia no Gremy Latino Awards: 1º lugar; e na sequência, cinco clips dos Beatles inclusive 3 deles no famoso terraço que parou o trânsito uma rua movimentada de Liverpool, em 1969l, o mesmo terraço que 35 anos depois foi filmado "Across the Universe, citado acima. E por derradeiro, uma homenagem a Lennon:”Paul McCartney tribute to Lennon” com Paul,Elton John, Stting, Elton Jonh, Eric Calpton, Mark Knofler (Dire Straits) e Phil Collins (na bateria)- excelente! Aliás, todos os clips são belos!
Aproveite as festividades de fim de ano e curta os videosclips!
Antes, porém, é bom lembrar que se deva escrever no devido espaço (no youtube.com) os nomes dos clips, exatamente como se segue abaixo e de preferência, esperar baixar por completo o vídeo antes de assistir.

Como não poderia deixar de ser, a relação é bem eclética:

1- Diana Krall- "The look of love"
2- Brian Adams- Have you ever really loved a woman?
3- Michael Jackson- Earth song
4- Ainda bem- Marisa Monte com Anderson Silva
5- Marisa Monte e Julieta Venegas- Ilusão
6- Caetano Veloso- Lisbela e o prisioneiro
7- Caetano Veloso- Fina Estampa
8- Pavarotti e Caetano Veloso- Manhã de carnaval
9- Raimundo Fagner- Romance no deserto
10- Paul McCartney e Michael Jackson- Say, Say, Say
11- Soledad Pastorutti- Fina Estampa
12- Andrea Bocelli ft Sara Brightman Time say Goodbye Con te partiró
13- What a wonderful word- Louis Armstrong
14- All is need is love- Jim Sturgess
15- Carlos Santana e Rob Thomas- Smooth lirycs
16- Djavan "Faltando um pedaço"
17- Beatles-Get Back
18- I've got a feeling, The Beatles
19- The Beatles- Don’t Let Me Down
20- John Lennon- Come Togheter (live)
21- Paul McCartney, Sting, Elton John, Eric Clapton, Mark Knofler, Phil Collins- tribute to Lennon.

Feliz Ano Novo!

domingo, 18 de dezembro de 2011


Lira de um menino de Rio Verde

Por Tadeu Nascimento

Na minha terra existe uma praça com 5 imensas palmeiras (imperiais) plantadas há quase 50 anos. A praça leva o nome de Major Frederico Gonzaga Jayme. A minha terra é Rio Verde. Lembro-me bem quando foram plantadas por um funcionário da prefeitura, um velho (e mal humorado) italiano de olhos azuis de nome Palastrino, na administração de Paulo Campos. Acredito que elas vingaram, graças a braveza do italiano que as protegia das traquinagens da molecada. Imagino que elas alcançam uns 12 metros. Em meio as suas palmas existem uma colônia de araras e outra de periquitos. Elas vestidas de amarelo-azul, eles de verde-verde. Tais como a bandeira nacional. Diariamente, quando a aurora lança suas cores no horizonte e quando o sol se desbota na outra vertente, as araras cortam o céu- exibindo seus vôos de liberdade sobre a rua, onde me vi crescer. Cumprem um trajeto de 45º de longitude, rasgando o céu- como se voassem para Goiânia à tarde e voltassem no outro dia com os primeiros raios da manhã. Mas, na verdade, a viagem é bem mais curta: vão dormir aos pares (elas são monogâmicas, ou seja, nunca cometem "adultério"!) em outras palmeiras mais jovens, as da AV. Presidente Vargas. Esse aero-caminho de ida e vinda de todos dias, passa sobre a casa da minha vida, a casa de meus pais. Enquanto as araras gorjeiam em pleno vôo, os periquitos se reúnem na beirada do telhado da casa de minha história, numa algazarra alegre (como se estivessem num boteco), para "por o papo em dia". Tento decifrar suas "conversas". É como se eles, os periquitos, discutissem sobre a minha presença naquela casa: "Quem é esse cara que acabou de chegar?" Responde outro periquito: "É o primogênito do Prof. Clóvis, que era o dono da casa, falecido há 6 anos! "Ele se parece com a mãe dele, Dona Zaira, lembra-te dela?" Como ela era brava, aliás era a mulher mais brava do mundo! Uma leonça! Tinha um enorme ciúme do Prof. Clóvis e ele, liso, escorregadio como enguia, dominava a fera! Conheceste o prof. Clóvis? Era um homem calmo, lia muito e adorava uma cervejinha! Pois é, viveram juntos por mais de 50 anos! Ambos, pessoas boníssimas que estão fazendo muita falta!" Enquanto isso, as araras com seus gorjeios me enviam em pleno vôo, uma mensagem, um "avegrama", como diria Vinícius de Moraes no seu poema "Patriazinha": "Tadeu, um dia vais voltar pra sua patriazinha que é Rio Verde e dela, nunca mais vais sair!..."
A Praça dos Coqueiros, como é conhecida, tem alma assim como as praças dos grandes romances. Praça que por muitos anos serviu de espaço para circos e festas juninas: palco de minha infância. Praça dos tilintares das bolinhas de gude, dos peões a rodopiar e das pipas no céu (que chamávamos de raias). Praça dos meus amigos Laurinho e Marcinho Campos, Leão (Pedro da Silveira), Nasir, Jerry e Barchira Okde (filhos de Hasse Okde), Adalberto "Moita" (por onde anda você?); do Aparicinho Toledo e de seus irmãos "Carretel" e Érica; do Zaga (Luis Gonzaga Cruvinel), hoje no TCE-GO; do Clóvis "Picolé" Guimarães (hoje em Cuiabá). Do Emilinho Baylão e do gordinho de calças curtas Emilinho Hannun (hoje, funcionário da Saga Veículos, em Goiânia).
O tempo viaja rápido demais. O ontem está ficando velho demais. E quanto ao hoje, eu com os cabelos gris, quando vou ao meu chão natal, passo pela "praça dos Coqueiros", miro o lábaro estrelado, o mesmo pedaçinho de céu, que agora é governado pelos periquitos verdes-que-te-quero-verdes e araras ouro-anis, me vejo menino lançando ao céu imensas pipas que a minha mãezinha encomendava ao Ozorinho Arantes, hoje publicitário de renome em Goiânia. E ele as fazia com maior esmero. Eu, dentro de minhas calças curtas, controlando a pipa com linha grossa e carretilha de madeira apoiando contra o meu corpo. E lá, no teto do mundo uma dezena de outras pipas disputando espaço e beleza. No chão da praça, as palmeiras, ainda pequenas, se erguiam para o céu, assim como eu para vida. Minha mãe me via feliz e isso- me lembro bem- deixava-a mais feliz ainda. Ah, que saudades do amor de minha mãe! Décadas se passaram e as palmeiras estão frondosas e eu, aqui, me desgastando com o tempo.
Sentado à mesa, ao ar livre, do "Quinta Essência", olho para os 4 cantos da praça, para as 5 palmeiras, para o azul infinito, me dá vontade de inverter a lógica do tempo e pedir ao nobre garçom 2 chopes; um pra mim e outro para o meu mais querido parceiro, meu pai. E repetiria muitas vezes: "Garçom, por favor, mais 2!" Mas ele não está ali. E nunca mais vai compartilhar um chope comigo. Um vazio enorme enche meu peito. Vem a vontade de chorar. Eu sei que esse é o preço que pagarei (sempre) por ter vivido dias felizes. Não tenho como impedir a lágrima que cai.
Ah...Palmeiras de minha praça, se soubesses de minha saudade... chorarias também.