sexta-feira, 20 de dezembro de 2013


                                   
Malandro abordando anos atrás 

 A mulher foi educada para dizer não

Por Tadeu Nascimento 
                                           Descobri que o "não", além de advérbio, é um chip implantado nas cabeças  das mulheres. Chips que as mães inserem no cérebro de  suas filhas ainda crianças. Chips virtuais- mas são chips- do não ao sexo oposto. Mas o "não" não é  só a palavra em si, mas pode ser atitudes ou  expressão facial e até linguagem corporal que tenham o mesmo destino do "não" contra tentativa de aproximação de qualquer homem. Portanto a mulher tem o monossílabo e imperativo "não" pronto a ser expelido, tal qual um dragão com sua chama. Mesmo se o distinto for bem apessoado. E nesse caso, a negação pode ser também para se valorizar. Tipo "eu não sou tão fácil assim!" 

                                    A razão disso é que, para as mães, todos os homens são perigosos predadores. Todos eles se aproximam exclusivamente para saciar a fome sexual. Tal qual o lobo mau querendo papar a netinha. Então todas abordagens masculinas (para elas), necessitam do contra-ataque "não". Mesmo no caso de uma simples informação de endereço. Lembro-me do filme nacional "E aí, comeu?", comédia em que três rapazes (dois solteiros e um casado),  interpretados por Bruno Mazzeo, Marcos Palmeiras e Emilio Orciollo Neto, são incansáveis sedutores e que um dos solteiros chegou ao ponto de  levar consigo uma  mochila para porta de uma escola maternal, com intuito de conquistar determinada mãe que estava a espera do filho no fim da aula. O distinto garanhão então se aproximou da bela mãe e disse: "Com licença, que hora os portões se abrirão?" De cara- antes dele terminar a frase-,  recebeu da bela mamãe um sonoro "não" e pior, com a expressão facial de "nem vem que não tem!". Mas o nosso anti-herói, com cara de cachorro pidão,  com a mochila (da filha que nunca existiu) nas mãos, insistiu humildemente: "É que minha filha, coitada, esqueceu o lanche e ela não pode ficar sem comer; ela tem que se alimentar a cada duas horas, pois ela é diabética!- disse-lhe mostrando um sanduiche natural ( que ele comprou no boteco da esquina) dentro da mochila.  A orgulhosa mamãe que antes lhe expelira um não com mil espinhos, ficou com dó do malandro e acabou abrindo espaço para conversa. Pronto: horas depois ambos estavam numa cama de motel!

                                    Tal exemplo, leva-se a entender que o homem diante da "presa" que ele pretende morder, tem que se passar por desinteressado, e mais, passar a imagem de  bom rapaz, estar  totalmente preocupado com coisas altruístas como o meio ambiente, o trânsito- e se a sorte ajudar- pegar no braço do cego para que ele atravesse a rua com segurança, ceder a cadeira para uma gestante etc. Entretanto, nunca deixar escapulir que é um predador e que o seu único interesse é levar a conquista pra cama.

                                     Mas o que está atrás desse "não" das mulheres? Se valorizarem? Horror aos conquistadores, por serem elas as peças conquistadas? Por entenderem que elas, sendo caça seriam inferiores ao caçador? Acredito que não. Ouso apostar que o advérbio "não" é uma repulsa a cantadas vulgares, infames e quase todas repetidas  por quase todos zé-ninguém metidos a garanhões. Claro que elas querem homens viris, mas que não sejam vulgares, cafajestes! Querem que a inteligência masculina se aflore. Que sejam criativos. Que as abordem com elegância. Que não sejam mais barcas furadas quase sempre a naufragarem nesse oceano da relação homem-mulher.