sexta-feira, 24 de abril de 2009

DE HOMEM PRA HOMEM


Por Tadeu Nascimento


Sejamos decentes. Esta coisa de macho pra macho é extremamente vulgar e pré-histórico. Mulher nenhuma deseja um troglodita. Pelo menos as normais como diria Nelson Rodrigues. Assim fosse, a natureza nos faria sem sentimentos, surdos, cegos e mudos. Com a liberação sexual, o macho- apenas macho- encontra-se em qualquer prateleira dos classificados de jornais e no universo da Internet. Agora, homem é outra história.

É mais que sabido que esta espécie está em extinção. O mercado está cheio de falsos homens, de fanfarrões, de idiotas vestidos de homens e de idiotas vestidos de idiotas. Depois do Viagra qualquer Zé Mané se julga o máximo. E com isso estamos cada vez mais tratando pessoas como mercadorias. Durmo com você hoje e amanhã, nunca a vi. No máximo, um oi tudo bem. Tudo bem vírgula, isto é muita filhodaputisse! Ninguém é algo descartável. Muitas, ou quase todas - no day after – hão de sentir-se trapos. Por isso, convenhamos, quase sempre, os melhores homens (e também as melhores mulheres), já tem o seu par e os demais perambulam pelas ruas. Lá no fim da vida, este protótipo de homem há de se humilhar por um carinho, um gesto, uma migalha de atenção. O seu retrovisor, se honesto, vai refletir o quanto foi imbecil. O que lhe sobrou da vida? Quem estará com este hominho-genérico no leito do hospital nas últimas horas? É preciso prestar atenção na vida.

Houve um tempo que era normal sair pelas ruas com uma arma no coldre. Era o argumento da força sobre a força do argumento. Aquele tempo arredio passou. 30 anos atrás, contava-se nos dedos o número de detentores de mestrado e doutorado em Goiânia, hoje são centenas. Tudo mudou, o mundo mudou, mas o bom gosto, os bons modos, a inteligência hão de continuar em voga. Sempre. Se os homens comuns dão mais valor a um corpo torneado, a um rostinho bonito, a uma bunda empinada, as mulheres são bem mais exigentes. À primeira vista, a beleza conta, mas se o cidadão é oco, a conversa morre por inanição. Na verdade buscam homens inteligentes, cultos e atentos. Que conheçam o mínimo de cinema, de música, de livros. Que reparam (nelas) o corte de um dedo nos cabelos. Que lhes abram a porta do carro. Que não se esqueçam das datas de mês e ano de quando começaram o relacionamento. Que saibam que um buquê e um jantar são passaportes para uma noite inesquecível. As mulheres são assim, querem ser valorizadas (está no DNA delas). Por que não? Quem não gosta de ser paparicado? Em resumo, isto é uma coisa tão antiga que as pessoas não se lembram mais do nome. Trata-se do verbo namorar. Substituíram-no por um tal de ficar - um engodo, uma auto-tapeação - onde se brinca com o sentimento alheio. Mal sabem os genéricos (homíneos), que muitos casamentos acabam por falta de namoro. Está lá, no Aurélio, que namorar é cortejar, cativar, galantear, ser doce, ser terno. Ficar é algo tão esdrúxulo que não há tempo para cativar, muito menos de ser doce. Pergunta-se: ser terno é nunca a vi, apesar de ontem?

Cá entre nós, um há um caminho mais curto pra conquistar uma mulher que um belo jantar? Que custe um ou dois dias de seu salário! E daí? As mulheres adoram. E dinheiro existe é pra isto mesmo, pra gastar com as coisas mais preciosas do mundo (homem pão-duro é um desastre). E depois, quem sabe- como prêmio- a noite poderá rolar maravilhosamente.

Conquanto, não apareça de tênis e camiseta e com o carro lameado de um rally. Não venda barato a sua imagem. Também não force a barra no primeiro dia. Saber esperar o dia seguinte, poderá render-lhe o título de cavalheiro e o melhor da festa. É bom estar sempre preparado, caso a coisa pegar fogo. Meias furadas, cueca desbotada, nem pensar. Perfume muito adocicado, ninguém suporta- lembre-se que você literalmente vai colar o seu rosto no dela. Convém não falar de seus dotes financeiros, isto é grossura. Nunca discuta política, mostre que você acredita só no trabalho e o que interessa naquele momento é ser feliz, mas favor não insistir em falar sobre vacas, vacinas ou preço da soja. Não se esqueça que ela está interessada em homem elegante e não num peão de rodeio! Seja alegre e bem humorado. Flores depois do amor vão subir- em muito- a sua cotação. Eis a receita que me passam as mulheres que conheço e que buscam seu pares. Como se sabe disso? Simples, é só se interessar em saber o que as mulheres querem dos homens e ter um mínimo de sensibilidade...

Na verdade passamos a vida inteira pensando nelas. Pelo menos nós, os héteros. Como poetizava o nosso professor Fernando Pessoa, “tudo vale à pena quando a mulher não é pequena”.

Tadeu Nascimento é funcionário público e advogado














JUÍZES NO BANCO DOS RÉUS

Por Tadeu Nascimento

O que querem os representantes do Poder Judiciário? Que voltemos ao tempo da barbárie da era da Pedra Lascada? Que façamos justiça com as próprias mãos? Do olho por olho, dente por dente da Pena de Talião? Em um tempo não muito remoto, juiz de direito era personificação da honra e da ética. O magistrado era inatacável. Os tribunais superiores eram garantia que ao final da disputa judicial vencia aquele detentor do melhor direito. A toga vestia a justiça. Mas, desde as últimas duas décadas, inúmeras decisões estapafúrdias, imorais saem das varas e dos tribunais deste país. De proteção a bandidos às vendas de sentenças. De desvios de dinheiro público aos crimes passionais. Aos fatos: Quem não se lembra do juiz Nestor José Nascimento condenado e preso juntamente com a ex-advogada Georgina de Freitas por desvio de R$ 400 milhões do INSS em 1992? O mesmo juiz foi condenado também por guarda de entorpecentes no interior de seu apartamento, elevando sua pena para 21 anos de reclusão.

O famoso “Caso Lalau”. O desfalque de 169 milhões de reais na construção do Fórum Trabalhista em São Paulo pelo ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho Nicolau dos Santos Neto em 1998. Hoje, com 80 anos encontra-se em prisão domiciliar recebendo sua aposentadoria de 24 mil reais.

A Operação Anaconda que investigou juízes envolvidos em vendas de sentenças judiciais em 2003, levou para trás das grades vários magistrados, dentre eles o juiz federal e playboy João Carlos Rocha Mattos, que até março deste ano recebia seu contracheque de R$ 22.000,00. Finalmente, o juiz cabeludo perdeu a toga e as prerrogativas do cargo. Contudo só pegou 3 anos de cadeia. Na mesma operação, foram afastados do cargo os juízes federais de São Paulo Casem Mazloum e Adriana Pileggi Soveral. Ao votar pelo fim da ação penal contra o juiz Casem Mazloum o ministro Gilmar Mendes do STF, a quem chamo de Zeus, o pai de Deus, citou vários processos da Anaconda e escreveu que o recebimento de denúncias ineptas e aventureiras pelos Tribunais Regionais Federais e confirmadas pelo STJ “revela” uma “típica covardia institucional”. Em resposta ao ministro, uma das três procuradoras da República da Operação Anaconda, Janice Ascari reagiu: “É uma ofensa inaceitável sem precedente ao STJ, ao TRF e ao Ministério Público Federal”. Outra procuradora federal, Maria Cristina Frischeisen alega na Folha de São Paulo em 30/10/2005, que matéria criminal não é especialidade de Gilmar Mendes e que o ministro em seus votos tem “demonstrado rancor desmedido” em relação ao Ministério Público Federal, “possivelmente por ter sido acionado por improbidade administrativa”. São duas ações referentes ao período em que Mendes exerceu o cargo de advogado-geral da União entre 2000 e 2002. A primeira por nomeações irregulares de funcionários para cargo na AGU. A segunda é pior: o ministro é acusado de firmar contrato entre o IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), de sua propriedade, com a Advocacia Geral da União, em desacordo com a Lei n° 8.666/93, ou seja, sem a devida licitação. Um dia depois de eleger Gilmar Mendes, presidente da Suprema Corte, o plenário arquivou dois processos contra ele. A nação também precisa saber que o Ministro é irmão do prefeito de Diamantino (MT), Francisco Mendes, que segundo a revista Carta Capital de 19/11/2008 tem 8 prestações da contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso. Além disso, em um evento em 05/10/07 onde foi assinado um protocolo de intenções para instalação do Grupo Bertim (abatedouro, usina de biodísel e curtume) naquela cidade, o ministro Mendes era só sorrisos ao lado do ministro da agricultura Reinold Stephanes e do governador Blairo Maggi. Na ocasião, o governador teve a ousadia em discurso, dizer: “Gilmar Mendes vale por todos os senadores e deputados de Mato Grosso”. Portanto, dane-se a liturgia do cargo que impede ministro de participar de atos políticos.

Em outro caso absurdo o Orgão Especial de Justiça do estado de São Paulo, em 26 de novembro último, por unanimidade, absolveu o promotor Thales Ferri Schoedl de ter matado a tiros o Diogo Mendes Nodanez e de ter ferido Felipe Siqueira Cunha Souza, depois de uma discussão, em 30/12/2004 em Riviera de São Lourenço, Bertioga (SP). Para os 23 desembargadores o promotor-réu agiu em legítima defesa. Foram 14 tiros disparados contra dois rapazes desarmados. Motivo: ciúme da namorada. Um defensor da sociedade tirar a vida de um rapaz e ferir outro por motivo fútil é inaceitável.

Aberração na magistratura. O ex-juiz Pedro Pecy Araújo, querendo entrar em um supermercado em 27/02/2005, em Sobral, cidade próxima de Fortaleza-Ce, quando o estabelecimento já havia encerrado o expediente, matou com um tiro na cabeça o vigia da casa José Renato Coelho por este não ter permitido o seu acesso à loja. O juiz se encontrava bêbado. As câmeras do circuito interno registraram o crime. O juiz pediu aposentadoria e continuou recebendo o salário de 16 mil reais, mesmo cumprindo pena de 15 anos de prisão. Não muito lamentável o ex-juiz morreu por complicação cardíaca em 08/07/2008 . Vai terminar de cumprir a pena no inferno.

Em 08 de dezembro, o juiz federal de Sinop em Mato Grosso, Murilo Mendes (não sei se é parente do megalomaníaco Gilmar Mendes) absolveu os norte americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, pilotos do jato executivo Legacy que setembro de 2006 se chocou com um Boing da Gol, que fazia o vôo 1907, matando 154 pessoas. O Ministério Público considerou e a Perícia Técnica confirmou em juízo que os pilotos desativaram o “transponder” do Legacy. Mas aí tem a questão do seguro. Se condenados seguradora, que é empresa americana, teria que indenizar 154 famílias... A mim parece muito estranha esta decisão.

E por último, os desdobramentos da Operação Titanic pela Polícia Federal que levaram à prisão do presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, o desembargador Frederico Guilherme Pimentel, os desembargadores Josenider Varejão Tavares e Elpídio José Duque por negociar decisões judiciais. Também foram presos o filho do Presidente, o juiz Frederico Luiz Pimentel e a cunhada deste, a juíza Bárbara Pignaton Sarcinelli.

Solução: como disse o juiz federal Fausto De Sanctis, somente a sociedade mobilizada pode reverter este caos.

Pois é, caro leitor, o dinheiro destrói a moral de quem tem caráter fraco.



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OS BEATLES EM NOSSAS VIDAS

Por Tadeu Nascimento


Esta semana assisti o filme Across The Universe. Trata-se de um filme-musical dirigido por Julie Taymor que dirigiu também “Frida” e a ópera “O Rei Leão” na Broadway. Across The Universe é um musical anti-guerra. Não que o filme seja a oitava maravilha, mas para quem gosta dos Beatles é uma das coisas belas nestes tempos de intolerância. A mesma briga de sempre: Os Estados Unidos versus qualquer país do Oriente, seja do extremo ou do médio Oriente. Se hoje o sangue derrama impiedosamente no Iraque e no Afeganistão por conta dos americanos e ingleses- além do paralelo belicoso de Israel massacrando a Palestina- “Across” tem como pano de fundo a Guerra do Viet-Nan da década de 60. A principio o filme pretende contar duas histórias: uma de amor e outra de uma geração, as dos loucos dos anos 60. Produzido em 2007, Acroos The Universe -já fora do circuito dos cinemas- encontra-se apenas em locadoras. Vale a pena ver.

A beleza se revela com as traduções das letras- com as cenas adequadas- que à época da Beatlemania, nós aqui, os debaixo do Equador- pouco entendíamos das mensagens daqueles rapazes de Liverpool. Sabíamos apenas que as músicas eram inovações e que o mundo estava virando de pernas para o ar. O filme têm o objetivo claro de espetar o governo Bush no que tange a guerra idiota contra o Iraque e que mais uma vez se repete o desastre da guerra com Viet-Nan. Um dos momentos mais marcantes traz a música “I Want You” (Eu quero você) com um personagem do Tio Sam, aquele de barbicha, cartola e o dedo indicador voltado pra quem o vê, a exigir dos jovens para que entrem nos uniformes dos Marines para morrerem nos pântanos vietnamitas. O filme denuncia ainda a fúria dos brancos contra os negros e a morte de Luther King com um tiro no pescoço, disparado por um branco em Memphis, 1968. Isto causou imensa revolta: enquanto a polícia espancava e matava os negros um menino, também negro, cantava em ritmo lento- mas com muita doçura- “Let it Be”. Aliás, quase todos pacifistas são assassinados. Vide Cristo, Gandhi, John Lennon...Os feixes de luz que emanam dos grandes homens cegam os fracos de espírito.

Os Beatles e movimento hippie abriram caminho para que um dia um negro chegasse à Casa Branca. Nas décadas de 60/70 a ultradireita encapuzada, a Kun Klux Klan, queimava vivo qualquer pretinho que ousasse empinar o nariz. Vinte anos depois da separação dos Beatles, Paul McCartney gravaria (com Steve Wunder) Ebony and Ivory que diz: “Ebony and Ivory/Live together in perfect harmony/Side by side on my piano Keyboard/Oh Lord Why don´t we?” Traduzindo: “Ébano e Marfim/ vivem juntos em perfeita harmonia,/ lado a lado no teclado do meu piano/ Oh, Senhor, por que nós não?”- alusão a uma convivência pacífica entre negros e brancos.
Voltando parao DVD, tem-se ainda Joe Cocker cantando “Come together” e Bono Vox cantando “I am the Walrus” , as maravilhosas Hei, Jude e Strawberry Fields Forever na voz de Jim Stugess e pra fechar “All you need is Love!” maravilhosamente interpretado pelo mocinho do filme, Jude (Jim Stugess) para lembrar-nos de que precisamos mesmo é de amor. É de se emocionar.

Os Beatles tiveram um papel fundamental na rebeldia dos jovens do mundo todo, principalmente os da América do Norte onde os rapazes se negavam alistar-se no serviço militar e com isto acabavam impedidos de conseguir empregos e por conseqüência eram empurrados para uma nova marginalidade: o movimento hippie, um dos momentos mais ricos do século XX. A juventude desarmada contra os velhos tarados por dinheiro que usavam -e ainda usam- os jovens como bucha de canhão para fomentar as economias dos seus países e mais e principalmente os fabricantes de armas, de remédios etc. Por que os donos do poder- a parte interessada na guerra- não vão, eles mesmos, à frente das batalhas? Não, eles nunca vão, mas obrigam os jovens filhos da pátria que teriam um futuro brilhante a morrerem em combate. Como consolo, uma medalha de herói e uma bandeira dobrada entregue às mães que seriam infelizes pelo resto de suas vidas, enquanto crianças vietnamitas ardiam no napalm (gel com gasolina, que continua a queimar mesmo sob água!), uma das partes mais interessantes do filme.

Em 1968, John Lennon e Yoko Ono lançam a campanha “Dê uma Chance à paz” numa cama branca tal qual a pomba branca da paz, completamente nus- durante uma semana- para as câmeras de TV do mundo inteiro. Nesta época Lennon gravou “Imagine”: “Imagine all the people living life in peace” (“Imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz”). O amor com todas suas facetas é uma constante na obra dos Beatles.

O filme me remete a uma época maravilhosa: Os pais pressionando os filhos a cortar os cabelos e ainda criticando as camisas coloridas e as calças Saint-tropès; os ventos da liberdade invadindo os sonhos de todos os jovens da minha geração. Vi-me no pátio do Ateneu Dom Bosco, no intervalo de meia-hora, sob os alto-falantes do Grêmio Auri-verde Domingos Sávio ao som dos Beatles. Na minha mente, as lembranças da Rua 8 com o Lanche Americano, o Acapulco Bar, o Cine Casablanca e a Liverpool Discos do Fabiano Viegas. A minha geração era regida pelas vozes de John, Paul, Jorge e Ringo. Chego a conclusão que depois surgimento dos meninos de Liverpool, tudo na minha vida tem haver com os Beatles.

Procurar no youtube:Across of universe all is need is love (com Jim Sturger).

Tadeu Nascimento é servidor público e advogado
PROTÓGENES: A CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA

Por Tadeu Nascimento
Novamente o personagem Protógenes Queiroz. O assunto é inevitável, diante da orquestração diabólica contra o corajoso delegado federal. Não será surpresa se a qualquer hora ele for assassinado. Existe imensa expectativa sobre o que o delegado irá declarar na CPI, dia 1°de Abril. Tem muita gente preocupadíssima em saber se o seu nome estará no rol dos corruptos envolvidos com Daniel Dantas. Os congressistas da CPI deverão ter muito cuidado na inquirição porque a resposta do delegado pode ser arrasadora! Se a sua coragem persistir, muitas máscaras irão para o ralo. Rogo a Deus para que ele chegue vivo até lá. E que a verdade esteja na mesa do povo brasileiro.
Será um escândalo! Uma bomba de um milhão de megatons, com uma reação em cadeia sem igual! Como disse em outro artigo neste mesmo jornal, vai sobrar até para quem nunca imaginávamos. Não se trata de mera adivinhação e sim de evidências escabrosas do rombo atrás dos negócios do mega picareta Daniel Dantas em parceria com autoridades de todos os poderes. A República sofrerá um abalo sísmico!
É de se preocupar com a segurança física do delegado. A juíza de Direito da 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro Márcia Cunha Araújo foi abordada, em novembro de 2008, por um motoqueiro que ao mostrar-lhe uma arma a ameaçou: “Juíza, você e seu filho já era!”. Meses antes, a juíza tomou decisão desfavorável ao Opportunity do banqueiro Daniel Dantas.
A revista Veja de 18 de março trouxe em suas páginas as ilegalidades de Protógenes, como se ele fosse o verdadeiro larápio da coisa pública, todavia o conteúdo da revista não revela nada consistente contra o delegado. Dia 24 de março, Dantas sofreu uma grande derrota no Tribunal Regional Federal da 3ª Região – por unanimidade dos desembargadores- que destruiu a estratégia de defesa de Dantas, pois considerou que a ação conjunta entre a Abin e a Polícia Federal são legais. Os advogados do banqueiro queriam trancar a ação penal nascida da acusação de corrupção ativa, por tentativa de subornar um delegado federal na Operação Sathiagraha. Somente o Estadão publicou. “A Folha”, o “Globo” e o “globo.com” não deram menor notícia.
Em entrevista ao apresentador Kennedy Alencar da Rede TV, em 18 de março último, Fernando Henrique Cardoso, num quadro tipo pinga fogo, disse que achava Protógenes amalucado, Gilmar Mendes corajoso e quanto a Daniel Dantas disse textualmente: conheço pouco, mas dizem que é brilhante! (para comprovar é só acessar o site Youtube ou o blog de Paulo Henrique Amorim (paulohenriqueamorim.com.br). Declarações recentíssimas, o mesmo FHC disse que o Congresso é um grande cupim! Esqueceu que o atual Congresso é praticamente o mesmo que se vendeu para lhe dar a reeleição, instituto que não existia antes da sua primeira posse!
É bem próprio da pessoa de FHC inverter os fatos: Corajoso é o delegado Protógenes, que está enfrentando sozinho a maior corja da história do Brasil. A bem da verdade, o juiz Fausto De Sanctis também se encontra nesta batalha contra a mesma quadrilha. Quanto ao Sr. Gilmar Mendes este sim, é um amalucado porque está expondo a Suprema Corte a uma desmoralização ainda inédita na história da justiça brasileira, além de proteger o banqueiro com a veemência de um Dom Quixote. Antes porém, Gilmar Mendes deveria aceitar o desafio do Ministério Público Federal em defender o seu nome e o da sua empresa em Brasília, cujos contratos com órgãos públicos foram feitos sem licitação. Um ministro presidente da maior Corte do país sob suspeita é vergonhoso, moralmente inadmissível e inconstitucional. No que tange a Daniel Dantas, FHC o conhece muito bem! Foi apresentado ao ex-presidente por Antônio Carlos Magalhães, quando Dantas era um simples consultor econômico do PFL (hoje um dos homens mais ricos do mundo, ele só não se vangloria disto, porque seria um tiro no pé nesta briga judicial!). Poucos dias depois de apresentados, o então presidente FHC destituiu toda diretoria dos Fundos de Pensão e entregou de mãos beijadas ao futuro mala-banqueiro do Grupo Opportunity. Tudo gravita no fato em que Protógenes pode destruir sua biografia e de muitos outros. Por isso tenta esvaziar a operação Sathiagraha. Reparem o seu desespero! Se FHC estivesse tranqüilo, estaria escrevendo suas psedo-memórias e cuidando dos netos.
Tanto FHC, Gilmar Mendes e a venal revista Veja, tentam expor Protógenes como maluco pois quanto a sua honestidade eles não tem como questionar, caso contrário, mesmo se os fatos continuassem os mesmos, teriam- meses atrás- massacrado o valente delegado. Seria muito interessante saber por quanto se vendeu a Veja para acusar Protógenes. A Veja é contumaz em acusações falsas. Quem não se lembra do presidente da Câmara Ibsen Pinheiro acusado pala Veja de ter em sua conta bancária um milhão de reais, oriundos do dinheiro do Orçamento. Anos depois foi comprovada a sua inocência. A questão da propina de um milhão de reais feita pelos diretores do Grupo da Opportunty a um outro delegado federal para livrar Dantas e sua esposa da acusação, a revista dos Civita faz questão de minimizar, como se as irregularidades da investigação anulassem o crime cometido pelos assessores de Dantas. A sociedade brasileira está estarrecida com as transmutações de Daniel Dantas em santo e Protógenes Queiroz em bandido, feitas por FHC, Gilmar Mendes e a Veja.
O senador gaúcho Pedro Simon, um dos parlamentares mais respeitados do país afirmou em discurso na Associação Nacional dos Procuradores da República em 10 de março, que tanto Protógenes Queiroz quanto o juiz Fausto De Sanctis não podem ser presos em função de seus trabalhos honestos e que se tivessem prendido qualquer João da Silva e não Dantas, não teria processo nenhum contra o delegado e o juiz!
Estamos diante do maior embuste, da mais diabólica arquitetura para fritar Protógenes Queiroz (e também o juiz Fausto De Sanctis) a fim de deletar a culpabilidade do PSDB quanto às privatizações que causaram o maior prejuízo a nação e outras negociatas envolvendo o governo do PT. Que respondam pelos crimes quem os cometeram, inclusive, se for o caso, o presidente Lula.

Tadeu Nascimento é servidor público e advogado
DANIEL DANTAS: A HISTÓRIA DE UM NOVO BARRABÁS

Por Tadeu Nascimento


Num certo dia de 1999, o senador Antônio Carlos Magalhães leva o ganancioso Daniel Dantas para conhecer o então presidente Fernando Henrique Cardoso em um evento político. Dantas era um obscuro consultor econômico do PFL. O Partido da Frente Liberal, por sua vez, neto da Arena, bisneto da UDN, sempre cultivou um imenso serpentário- bem maior do que o existente no Butantã- e que naquele momento tinha uma cria cujo veneno seria o mais letal já conhecido, que desestabilizaria de vez a República. Alguém mais peçonhento que Carlos Lacerda e sua corja de jararacas como David Nasser e Sandra Cavalcante; muito mais eficaz que a malvadeza de ACM com seus rastejantes angolano José Lourenço e o “delicado” Roberto Cardoso Alves, o Robertão (quem conhece a História do Brasil sabe do que estou me referindo). Alguém cuja voracidade pelo dinheiro alheio iria fazer história, alguém que seria a própria encarnação do capitalismo (o sonho de todo capitalista é se enricar com o dinheiro dos outros). É de se meter medo a audácia de Daniel Dantas. Acredita-se que vencerá a qualquer preço. O mal destruirá o bem e o diabo vai judiar de Deus! Engraçado como a história se repete: tem muita gente manipulada pela revista Veja que defende que o demo não está no demo dos democratas e nem na rapinagem dos tucanos, mas sim nas honestidades do delegado Protógenes Queiroz e do juiz Fausto de Sanctis. Por último, os adeptos da imoralidade inventaram a tal da polícia política, uma alusão a Polícia Federal cujas inteligências dos seus componentes, nada mais são que neurônios paus-mandados do governo federal e que Daniel Dantas é um mero boi-de-piranha. Realmente, estes se colocam do outro lado. Do lado daqueles que ganham sempre. Isto me faz lembrar o julgamento de Jesus, o Cristo, onde a uma parte da população- os manipulados da Veja da época- se esquivaram da verdade do filho do homem e preferiram Barrabás, o Dantas dos tempos bíblicos.
O leitor acha que estou exagerando? Dantas pela sua Inteligência poderia até ser presidente do Brasil, mas escolheu o lado mais fácil, o da bandidagem. O que intriga é que sua grande inteligência salta da exuberante escolaridade para esperteza barata, o que é uma burrice. Nos EUA pegaria 300 anos de prisão! O especulador norte-americano Bernard Madoff fraudou o sistema financeiro americano em 50 bilhões de dólares, está preso e tem contra si 11 acusações que, segundo especialistas deve amargar 150 aos de prisão. A hora de Dantas também vai chegar e por fim vai entrar para história como o maior picareta do Brasil. Poderia ser presidente, um homem notável, mas a ganância...
Dias depois, Dantas consegue uma audiência com o presidente FHC no Palácio da Alvorada. Na semana seguinte toda a diretoria da Previ é destituída e é passada ao banqueiro. Começa-se, então uma avalanche de atividades criminosas.
Antes, porém, um breve histórico de Daniel Dantas. O empresário baiano de 54 anos, além de economista, foi engenheiro da Odebrecht. Aproximou-se de ACM através de Mário Henrique Simonsen. Foi conselheiro do PFL e um dos financistas que tentaram salvar o Banco Econômico. Claro, não conseguiram. Durante dez anos foi sócio do publicitário Nizan Guanaes na agência DM9. Fez doutorado no Massachusets Institute of Technology, nos EUA. De volta ao Brasil, empregou-se no Bradesco. Tornou-se íntimo de Antonio Carlos de Almeida Braga, ex–presidente daquele banco. EM 1996 montou o banco Opportunity. O império de Dantas foi montado em cima de fundos de pensão públicos e de sócios estrangeiros com as quais teve sérios conflitos: a Telecom Italia, na telefonia fixa e a canadense TIW, no caso dos celulares. Em 1998 esteve no centro das investigações suspeitas de favorecimento na privatização de empresas do sistema Telebrás. Em maio começaram as brigas com os sócios da Telecom Itália e os fundos de pensão. Os italianos acusaram-no de ter lesado a sociedade. No mesmo ano, sócios e fundos de pensão estatais entraram na justiça contra o Opportunity, por manobras societárias fraudulentas. Dantas também tem uma longa disputa com um ex-sócio, Luis Roberto deMarco Almeida, na empresa CVC/Caiman, o fundo de investimentos que o banqueiro administrava no Caribe. Em 2004, a Brasil Telecom, controlada por Dantas, foi acusada de contratar a Kroll para espionar a Telecom Itália. As investigações extrapolaram o mundo empresarial, atingindo autoridades do governo federal. Dantas negou que tivesse pedido à Kroll a violação do sigilo telefônico de pessoas. A Comissão de Valores Mobiliários multou o Opportunity por burlar regras do Banco Central ao admitir brasileiro num fundo de investimento estrangeiro nas ilhas Cayman.
Esta é apenas parte de uma biografia que poderia ser de lisura, de honradez. Gênio nos negócios, ele o é, não há dúvida. Queria ver seu sucesso pelas vias da moralidade, da retidão. A minha alegria está nas suas noites de insônia, com medo da corda se rebentar (e vai mesmo!) Está gastando milhões com advogados e creia o leitor, ele será preso! Não tenho dúvidas. Pois os maiores malfeitores da humanidade foram vencidos, como Napoleão que aterrorizou a Europa e acabou morrendo na cadeia, Al Capone, que os americanos imaginavam que ninguém conseguiria prender-lo até ele conhecer as algemas de Eliot Ness! Pior, Dantas também sabe que uma hora dessas será condenado a uns 100 anos de cadeia e terá de cumprir ao menos uns 10 anos em regime fechado. Casca de banana foi feita também para se escorregar. Vai gastar o resto de sua existência lutando contra os que ele causou prejuízos, sem contar que uma hora podem exterminá-lo, o que, para mim, não será nenhuma novidade. Entrar na história como bandido é muito vergonhoso!


Tadeu Nascimento é servidor público e advogado
BARACK OBAMA E A ERA BEATLES
Por Tadeu Nascimento

Depois que os jornalistas do mundo todo noticiaram a surpreendente ascensão de Barack Obama à presidência do país mais poderoso do planeta, modestamente exponho aqui, a minha visão sobre este que a mim parece se revelar um grande estadista.
Quando da certeza de que o mundo não tinha mais jeito, surge um negro de nome afro/mulçumano que veio para ditar uma nova ordem mundial. Se os EUA pretendem ser a locomotiva do mundo é preciso atentar para algumas questões inevitáveis que antes o próprio governo americano virava o rosto. A questão ambiental, o desarmamento das nações e o fim da intolerância racial. Um país que se negou assinar o Protocolo de Kyoto sobre o aquecimento global; que tinha até o começo deste ano um vice-presidente que era o maior fabricante de armas do mundo, Dick Cheyne; que árabe algum põe os pés na América do Norte depois do “11 de Setembro de 2001”; um país, cujo governo-apenas 40 anos atrás- dava cobertura a Ku Kux Klan. Obama veio para quebrar paradigmas erguendo consigo as bandeiras de Martin Luther King e de Jonh Lennon. Embora o “Dream is over” seja o retrato da humanidade governada por belicosos como George W. Bush, Ariel Sharon, Tony Blair, Silvio Berlusconni de quaisquer épocas, este moço negro, de corpo oblongo, de voz firme, de sorriso largo e de olhar para o infinito promete dias de paz para todo planeta. Barack é a Boa Nova de um mundo desacreditado, carcomido pela ganância, pela autodestruição do planeta, pela imoralidade que rege o mundo capitalista. Quem imaginaria um ano atrás um negro no comando da maior economia do mundo? O mais otimista dos cientistas políticos jamais imaginaria.
Barack Obama tinha apenas 7 anos quando o negro Martin Luther King foi assassinado com um tiro no pescoço em abril de 1968 por um branco em Menphis, Tenessee. Luther King, era pastor norte-americano, prêmio Nobel da Paz, líder do movimento a favor dos direitos civis que lutou por melhoria da situação da comunidade negra, protestando contra a desigualdade racial. Em 1963 dirigiu uma marcha pacífica de Washington até ao Lincoln Memorial, onde pronunciou o famoso discurso “Eu tenho um sonho.” Três meses depois, 5 de julho de 1968, acontece o assassinato de Robert Kennedy. O mundo pegava fogo naquele ano de 1968: Na “Primavera de Praga” os tanques soviéticos fizeram jorrar sangue pelas ruas. No Vietnan a bomba de napalm queimava milhares de crianças e velhos. Aqui na “Terra Brasilis”, em 13 de dezembro o Congresso Nacional é fechado e centenas de idealistas amargaram cassetetes e choques elétricos nos porões da Ditadura. Um ano depois, a guitarra de Jimi Hendrix, e a voz rouca de Joe Cocker chamaram a atenção para o maior festival de Rock até então, o Festival de Hoodstock. No mesmo ano os Beatles se separariam, e Jonh Lennon, lançaria “Imagine” pedindo socorro à paz enquanto George Harrison cantava My Sweet Lord, uma oração pala pela harmonia entre os homens e anos depois, Paul Mccartney gravaria Ebony and Evory (ébano e marfim).
Obama é cidadão do mundo, tal qual uma salada de origem e de raças. Nasceu Em Honolulu, Havaí em 04 de agosto de 1961; Seus pais se separaram quando ele tinha 2 anos e sua mãe o levou para morar por 10 anos em Jacarta, Indonésia, onde ela se casou, desta vez com um indonésio. Seu pai nasceu no Quênia e sua mãe- uma mulher branca- no Kansas, EUA. Volta para o Havai e é criado pelos avós brancos. A origem paterna passa também pela religião muçulmana. Sua adolescência no Havaí foi marcada não por sua marcante trajetória escolar, mas também por anos de contravenção. Experimentou maconha e cocaína, conforme afirma sua autobiografia “Sonhos de meu pai: Uma história de raça e de herança”. Na disputa eleitoral questionaram o seu uso de drogas quando adolescente e ele, sem pestanejar desconcertou o entrevistador respondendo: Não há relevância alguma o caso de um jovem fumar maconha e ter experimentado cocaína para o fato de ser presidente dos EUA. Barack foi professor e defensor dos direitos civis em Chicago antes de ser eleito senador democrata por Illinois, em 2004. É um democrata dos novos tempos, que coloca sua mulher ao seu lado no palco dos eventos e não apenas nos bastidores.
De pronto, no seu primeiro dia na Casa Branca, dando o tom de uma nova era, determinou o fechamento de Guantánamo, Cuba, cuja prisão expunha atrocidades a prisioneiros de guerra. Obama mostrou a que veio e o mundo o viu com outros olhos: olhos com respeito para com aquele que no primeiro dia de governo agiu como estadista. Neste último domingo, 5 de abril, discursou numa praça em Praga (República Tcheca) no qual anunciou uma iniciativa para erradicar os arsenais nucleares no mundo, além de prometer que os EUA irão liderar esforços contra a mudança climática- leia-se o Tratado de Kioto (quanta diferença do seu antecessor, George Bush!). Nesta terça-feira, 07 de abril, Obama fez visita surpresa em Bagdá onde- quebrando o protocolo- misturou-se aos soldados que o abraçaram com grande entusiasmo onde depois, em discurso, prometeu retirar as tropas daquele país até 2010. Enquanto isso a direita empedernida americana acusa o presidente de expor os EUA ao perigo dos terroristas. O ex vice-presidente Dick Cheyne com a mais dura cara de pau, disse que foi um grande erro fechamento Guantánamo e que seria um desastre a saída das tropas do Iraque. A questão é quanto perderão em milhões de dólares com o esvaziamento da indústria bélica.
Obama é tudo ao contrário: Obama, filho de negro (justamente para quebrar o orgulho americano); Obama, mulçumano da raça dos terroristas; Obama da cor de Martin Luther King; Obama pacifista; Obama que veio unir o Ocidente ao Oriente; Obama que tomou para si a responsabilidade de ser o líder da campanha da preservação ambiental; Obama filho de pais separados; Obama que fumou maconha e cheirou cocaína como ele mesmo admitiu; Obama, filho do movimento hippie e de um sonho que teria acabado (Jonh Lennon se estivesse vivo o aplaudiria); Obama a esperança do mundo.

Tadeu Nascimento é servidor público e advogado
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