sábado, 23 de março de 2013

Papa Francisco

Sai Bento e entra Chico 

 Por Tadeu Nascimento




                              Sai Bento e entra Chico. Acho que o personagem Chico Bento- do gibi de Mauricio de Souza- deve estar rindo à toa, pois nunca o seu nome esteve tão na moda. Tudo por conta do jogo de campeonato no Vaticano. Entretanto, Chico parece ter mais habilidade que Bento. Pelo menos Chico é todo rizonho e o seu antecessor, um tanto sem graça. Os noticiários disseram que o nome Francisco I foi sugestão do arcebispo de São Paulo, D. Claúdio Hummes. Presente de grego de um brasileiro para um argentino, pois resta saber qual São Francisco o papa portenho quis homenagear. Se o de Assis ou o Xavier. Se o de Assis, ótimo! Só que o papa da época o perseguiu até a morte. Seu nome foi amaldiçoado pelo Vaticano. Francisco de Assis era muito humilde, fez voto de pobreza, dedicou sua vida aos pobres e amava os animais e o meio ambiente. Se confirmado a homenagem do papa ao franciscano, este acabou dando o troco mesmo "pos morten", ao emprestar o seu nome para o ocupante do posto mais nobre do igreja católica. Dante Alighieri disse que "Francisco de Assis foi uma luz que brilhou sobre o mundo" e que ele foi maior figura do cristianismo desde Jesus.
                                  O papa argentino poderia mesmo seguir os exemplos de São Francisco de Assis e destribuir a riqueza da igreja para os mais pobres, ao invés de se preocupar com o banco do Vaticano como tem sido com os outros papas. E seria nobérrimo também se ele se desobrigasse da vida nababesca da cúpula católica. Assim, seria uma verdadeira homenagem a São Franscico de Assis ou mesmo a São Franscico Xavier.
                                  Na festa da posse na Capela Sistina a presidenta do nosso país deu uma espetada no papa quando ela lhe disse: Deus é brasilero! Uma alusão que "se o papa é argentino, Deus é brasileiro!". O papa deu um sorriso sem graça, quase verde-amarelo.
                                  De fato, não vai ser fácil suportar os argentinos. Já se gabam tanto por ter o melhor jogador de futebol do mundo, Leonel Messi, imaginem agora também o papa. Sem contar o Maradona e o tango! Mas o papa Chico parece ser um cara bom. Já o papa alemão Joseph Ratzinger foi soldado de Hitler e ser nazista nunca foi algo de se orgulhar.
                                  O nome Francisco me faz lembrar um outro Francisco, o Cândido Xavier, ou simplesmente Chico Xavier que eu tive a felicidade de conhecê-lo pessoalmente, em Uberaba. Tão humilde, tão pobre, tão cristão quanto o seu homônimo de Assis. Eu trabalhava em uma loja ao lado do Banco do Brasil, onde Chico ia retirar no dia 30 de cada mês a sua aposentadoria. Caridoso, enchia os bolsos de notas de dinhero em forma de bolihas de papel e distribuia aos pobres que ficavam ali a espera de Chico. E ele entregava a quantia a cada um, com a mão fechada, pois "o que a mão direita dá, a esquerda não pode saber!". O Chico Xavier sim, mereceria uma grande homenagem. Mas a igreja com seu orgulho milenar, no alto do seu pedestal de ouro, assim como renegou e perseguiu São Francisco de Assis, não teria humildade em prestar homenagem ao espírita brasileiro que tanto honrou o nome de Francisco.
                                   Por falta de exemplos não será desculpa para que Francisco I não seja um papa digno do cargo que exerce.

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