Malandro abordando anos atrás
A mulher foi educada para dizer não
A mulher foi educada para dizer não
Por Tadeu Nascimento
Descobri que o "não", além de advérbio, é um
chip implantado nas cabeças das mulheres. Chips que as mães
inserem no cérebro de suas filhas ainda crianças. Chips virtuais-
mas são chips- do não ao sexo oposto. Mas o "não" não
é só a palavra em si, mas pode ser atitudes ou
expressão facial e até linguagem corporal que tenham o mesmo
destino do "não" contra tentativa de aproximação de
qualquer homem. Portanto a mulher tem o monossílabo e
imperativo "não" pronto a ser expelido, tal qual um
dragão com sua chama. Mesmo se o distinto for bem apessoado. E
nesse caso, a negação pode ser também para se valorizar. Tipo "eu não sou
tão fácil assim!"
A
razão disso é que, para as mães, todos os homens são perigosos
predadores. Todos eles se aproximam exclusivamente para saciar a
fome sexual. Tal qual o lobo mau querendo papar a netinha. Então todas
abordagens masculinas (para elas), necessitam do contra-ataque
"não". Mesmo no caso de uma simples informação de
endereço. Lembro-me do filme nacional "E aí, comeu?", comédia em
que três rapazes (dois solteiros e um casado), interpretados por Bruno
Mazzeo, Marcos Palmeiras e Emilio Orciollo Neto, são incansáveis sedutores
e que um dos solteiros chegou ao ponto de levar consigo uma
mochila para porta de uma escola maternal, com intuito de conquistar
determinada mãe que estava a espera do filho no fim da aula. O distinto
garanhão então se aproximou da bela mãe e disse: "Com licença, que
hora os portões se abrirão?" De cara- antes dele terminar a frase-,
recebeu da bela mamãe um sonoro "não" e pior, com
a expressão facial de "nem vem que não tem!". Mas o
nosso anti-herói, com cara de cachorro pidão, com a
mochila (da filha que nunca existiu) nas mãos, insistiu humildemente:
"É que minha filha, coitada, esqueceu o lanche e ela não pode
ficar sem comer; ela tem que se alimentar a cada duas horas, pois ela é
diabética!- disse-lhe mostrando um sanduiche natural ( que ele comprou no
boteco da esquina) dentro da mochila. A orgulhosa mamãe que antes
lhe expelira um não com mil espinhos, ficou com dó do malandro e acabou
abrindo espaço para conversa. Pronto: horas depois ambos estavam numa cama de
motel!
Tal
exemplo, leva-se a entender que o homem diante da "presa" que ele
pretende morder, tem que se passar por desinteressado, e mais, passar a
imagem de bom rapaz, estar totalmente preocupado com coisas
altruístas como o meio ambiente, o trânsito- e se a sorte ajudar-
pegar no braço do cego para que ele atravesse a rua com segurança,
ceder a cadeira para uma gestante etc. Entretanto, nunca deixar escapulir
que é um predador e que o seu único interesse é levar a conquista pra
cama.
Mas o que está atrás desse "não" das mulheres? Se valorizarem? Horror
aos conquistadores, por serem elas as peças conquistadas? Por entenderem
que elas, sendo caça seriam inferiores ao caçador? Acredito que não. Ouso
apostar que o advérbio "não" é uma repulsa a cantadas vulgares,
infames e quase todas repetidas por quase
todos zé-ninguém metidos a garanhões. Claro que elas querem homens
viris, mas que não sejam vulgares, cafajestes! Querem que a inteligência
masculina se aflore. Que sejam criativos. Que as abordem com elegância. Que não
sejam mais barcas furadas quase sempre a naufragarem nesse oceano da relação
homem-mulher.