quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sônia Braga em "Gabriela"


Cadê o IBAMA?

Por Tadeu Nascimento



Nas décadas de 70, 80, Luiza Brunet, Magda Cotrofe, Sandra Bréa, Sônia Braga, Lúcia Veríssimo, Maitê Proença, Bruna Lombardi, Vera Fischer e Cláudia Raia foram as musas brasileiras- além de mais algumas- que povoavam e brincavam com o imaginário masculino da época. Não é como agora que uma ou outra se destaca, a exemplo da atriz Juliana Paes. As revistas masculinas faturavam aos montes em cima dessas maravilhas. Lembro-me da estréia da nudez pública de Sônia Braga nas bancas de revistas. Não houve macho (urbano) em exercício que não se deliciou, passando e voltando páginas, com vontade de morder, beijar, etc a Gabriela Cravo e Canela do vídeo que estava ali, nas mãos... nuinha, nuinha! Como se o papel fosse a pele... e o cheiro da revista (tinta do papel) fosse o perfume daquela deusa dos anos 80. Se não me engano, existiam poucas revistas do ramo: a Play Boy, a Ele e Ela e a Sexy que estava surgindo (sem se esquecer que a Play Boy ocupou o lugar da comportada Status, que mostrava os seios, as pernas, as bundas, mas- cuidadosamente- negava aos leitores, o principal). Atualmente as bancas de revistas ocupam um terço do seu espaço físico, com dezenas revistas de sexo- sem qualquer pudor- além de DVDs e coisas afins. É a prova do poder do sexo.
Qual a diferença (dos conteúdos) das revistas de ontem com as de hoje? Os pêlos, meu caro, os pêlos! Luiza Brunet, no auge dos seus vinte anos, linda como a juventude é linda, trazia no meio das pernas uma respeitável moita (não era moitona, nem moitinha). Dizem os portais de notícias que ela voltará a posar nua, agora aos 48 anos- e, sabe-se que ainda é muito interessante. Mas aposto uma long neck que ela não ousaria expor-se com aquele buquê de pêlos! Seria, agora, algo como um bigodinho atravessado, ou um montinho muito discreto, à moicano, com a virilha cavada, ou ainda ao extremo, à moda Kojak, o que não escaparia, pelos indícios, que ali um dia foi uma virgem e densa mata! Cadê o IBAMA?
Sônia Braga, a Gabriela mostrava uma mata que não existiria na Bahia, mas sim nas mais distantes terras da Amazônia. Bruna Lombardi mostrou que sua vereda (como as do Grande Sertão) é tão bela-que se Riobaldo não fosse ficção, não deixaria que o peludo Tony Ramos pousasse o olhar- estupefato- na mata íntima da personagem Diadorim (Bruna)- no último capítulo da mini-série. A belíssima Lúcia Veríssimo também não subtraía pêlos. Sandra Bréa, idem. Cláudia Raia, bidem.
Todavia, isto ocorreu no mundo todo. As americanas com os seus mega seios (e com suas mini bundas) também expunham suas touceiras. As francesas, com suas anatomias quase anoréxicas, também. Obedecendo a nova ordem mundial do desmatamento, as mulheres modernas submetem-se a verdadeiras torturas chinesas: depilação com cera quente (e fria), na pinça, ou com lâminas (as famosas Gilette ou GII) e até a laser. Não há como negar, o planeta libido está ficando careca! Voltando pra cá, para o chão quente da parte de abaixo da linha do Equador, chamou-se atenção de muita gente a nudez de Cláudia Ohana, com seu imenso repolho negro, a um palmo abaixo do umbigo. Quem não se lembra? Há pouco tempo, Ohana voltou às bancas- vinte anos depois da primeira aparição na mesma Play Boy- com sua nudez, agora com uma modesta plantação de cerrado. Quem viu, não achou graça e os demais sexo-ecologistas não deram à mínima! Alô, Ministério Público!
Não mais que de repente, há alguns anos, a atriz e ex-miss Brasil, Vera Fischer surge com uma floresta tropical, digna de prêmio da ONU pela preservação. Foi um choque, agora para machos e fêmeas: muitos não gostaram! Como, meu amigo, se a 30 anos atrás não havia devastação rural, urbana e muito menos, pubiana?! Estamos mal de memória e mal acostumados! Ou você leitor, não gostava do que via? Às vezes, recebo emails com fotos de mulheres nuas. Não digo que não aprecio- ao contrário-, mas constato uma produção em série, de tão parecidas. O desmatamento é total, ou quase. Acho que é o reflexo inconsciente do que acontece com o nosso planeta. Do jeito que o mundo vai, vamos viver no (e do) deserto. Chame o Protógenes! Acorde o Romeu Tuma!

Nenhum comentário:

Postar um comentário