quinta-feira, 26 de janeiro de 2012


Os Paradoxos da Vida

Por Tadeu Nascimento


Tem coisas que nunca entenderei. Entre elas, o porque das mulheres se encantarem por gatos. Achar que um homem bonito é um gato. "Ah, ele é um gato!" Que contra-senso! Não sei onde existe relação entre o bicho homem e o bicho gato. Na hora de levar o animal para "passear", aliviar o bicho que mia de suas necessidades fisiológicas, não se vê alguém levar um gato, mas sim, o seu querido cachorrinho (ou cachorrão). Aliás, os cachorros estão sempre acompanhados pelas madames e mocinhas (e vice versa) em todas as ruas, sob coleira ou não! O gato, por sua vez, é um dos animais mais traiçoeiros, preguiçosos, se alimenta de ratos e vagabundeiam pelas madrugadas virando latas de lixo! Depois o cachorro que é vira-lata! A dona gata faz ninhada no estuque da sua casa e não o deixa dormir. E não adianta colocar a felina em um saco e levá-la para bem longe, 40 0u 50 kms de distância. Dois dias depois, eis a gata magra, esquálida, de volta para o estuque de sua casa! O cachorro sim, é o melhor amigo do homem e mais, das mulheres. Protege a casa de assaltos, brinca com os seus filhos, serve de guia para cegos e até morre por seu dono! Daí, o termo "fidelidade canina". E, se não bastasse, ainda temos que ouvir as mulheres zombando dos homens: "O que adianta sermos gatas, se eles são cachorros e preferem as galinhas!
Mas também, não entendo quando os homens chamam as mulheres- digamos-, com traseiros avantajados, de cachorras. Lembra-se da música funk "...E as cachorras/ E as preparadas..."? Assim também não entendo quando se diz vestir as calças e calçar as meias. Não seria mais lógico calçar as calças e vestir as meias? Também me intriga, por que as moças usam as calças com cós tão baixo deixando transparecer as penugens do baixo ventre e ficam o tempo todo puxando a mini blusa para baixo tentando tampar os mistérios do triângulo das bermudas! Ora, é pra exibir ou pra esconder? Decidam! Muitas desfilam com calças tão baixas- que acabam expondo os segredos dos seus cofrinhos. Outras, de tão distraídas, escancaram não os seus cofrinhos, mas os labirintos do Banco Central. É pra poupar ou para gastar?
Nunca entendi o ditado "caiu como uma luva". Ora se a luva cai é porque estava sobrando na mão, portanto, não é a perfeição que o ditado insinua! A língua portuguesa, a última flor do Lácio, é uma confusão só! O termo "pois não" é sim e "pois sim" é sim também!- Vai entender!
Outra contradição: se é proibido, no mundo inteiro, dirigir um automóvel com velocidade superior a 100 km/h (e em algumas rodovias brasileiras, até 120 km/h) por que permitem fabricar tais veículos com motores capazes de alcançar 240, 280, 300km/h. Ainda sobre automóveis: o bafômetro é para coibir o uso de bebidas alcoólicas ao volante. Para os homens da lei, tanto faz consumir um litro de uísque, 10 garrafas de cerveja ou mesmo apenas um chope , um copo de vinho ou um bombom de licor. Um bêbado é igualado a um cidadão sóbrio. E tome multa pesada! E tome um ano carteira de habilitação suspensa! E tome injustiça! Os senhores deputados e senadores com seus folgados salários têm motoristas (pagos pelos contribuintes), são os inventores dessa lei mal feita. Os ricos não reclamam, justamente, pelas mesmas razões! Qual o inocente que acredita que tomam a carteira de motorista de um deputado federal (ou de senador) e que o obrigue a responder processo administrativo, por conta de dirigir depois de ingerir bebida alcoólica? E para os drogados, cadê cocainômetro, o maconhômetro e outros aferidores de viajantes alucinados? Estes podem dirigir livremente? Quantos, então, trocarão a bebida pela droga? Quanta incoerência! Sem contar que notáveis como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defende a descriminação da maconha! Se uma hora dessas liberarem a maconha, neguinho vai dirigir “numa boa” enquanto o outro não poderá ingerir uma taça de chope. Para o STF, qualquer quantidade ingerida de álcool e dirigir é crime! Absurdo!
Também não entendo as regras gramaticais. Se o plural da palavra "todo" com as duas vogais "o" pronunciadas sonoramente fechadas e a palavra "corno" no seu plural pronuncia-se "cornos" com as duas vogais "o" abertas! E ao se tratar de pessoas traídas voltam a se fechar: "Cambada de cornos!" Com os "os" fechados. Só porque se trata de insulto? Também me é contraditório o termo "prova inválida" que rola nos meios jurídicos. Prova é prova e ponto. Outra aberração aceita na literatura jurídica é o termo "... alterações posteriores" mas os doutos juízes, desembargadores e jurisconsultos, muitos deles professores com títulos de doutorado, PHD etc, aceitam e ainda confirmam tal redundância nas suas decisões judiciais! Ora, todas alterações são sempre posteriores!... Prefeitura municipal: por acaso existe prefeitura estadual ou federal? Nos telejornais os apresentadores noticiam "a criação de novos empregos". Alguém consegue criar algo velho? Assim, as redundâncias, para eles tão naturais, que se referem aos generais de exército (só existem generais de exército!); despesas com gastos (despesas e gastos são as mesma coisa!); "O escritor Fulano de Tal em sua autobiografia..."(se é autobiografia, já é sua...) "Só que existe um pequeno detalhe" (alguém já viu um grande detalhe?) Sem contar "Erário público", "Planos para o futuro" "Encarar de frente" etc. Pois bem, caro leitor, queria apenas entender porque ninguém se toca, nem os revisores pagos para evitar esses terríveis pleonasmos. Realmente não dá para encarar! Nem de frente... Nem de lado... Nem de costa!

2 comentários:

  1. Muito bom Tadeu, ainda quero saber qual o texto que você cita o seu grande amigo Dilonilson. (risos) Um grande beijo, e sempre estou aqui lendo. Que por sinal são otimas.

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