quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Lennon e Yoko na campanha pela paz 


 Voltemos ao "Faça amor, não faça gerra"!


Por Tadeu Nascimento


             Antes, meus amigos, é bom que se diga, não me considero saudosista. No decorrer dessa crônica se verá que penso e olho para o futuro. Isto posto, vamos ao texto: nos últimos 40 não surgiu um único movimento que desse um rumo à paz ao planeta! Digo isso porque gostaria que houvesse uma nova luz que nos conduzisse, pois estamos na iminência de uma nova guerra que poderá ser mundial! Dessa vez, de consequências inimagináveis! Que Deus nos proteja! Acontece que a humanidade ainda insiste nas guerras para suprir seus desejos sempre insanos. É preciso que se evite esse grande mal. Nem que para isso inventemos um novo movimento aos moldes dos hippies das décadas de 60/70. Não se trata simplesmente repetir, até porque as circunstâncias são outras- no entanto, clamo por uma nova ordem altruísta! Isso também não quer dizer que faço apologia às drogas. Aliás, nunca usei qualquer tipo de drogas ilícitas. Não o fiz porque- diante de tantas loucuras no mundo- sempre soube que o maior barato é a lucidez. 
                 Como defendeu Karl Marx em "18 Brumário", a história se repete pela primeira vez como tragédia e a segunda como uma farsa. Sei, portanto que nada se repete tal e qual, no entanto, gostaria que a mocidade tomasse as rédeas do mundo. Reparem no passado: apesar dos jovens venderem a imagem de irresponsáveis, são eles que enfrentam as ditaduras e outras injustiças pelas ruas do mundo. Meses atrás, em todas grandes cidades da Europa, no mesmo dia e hora, a juventude estava contestando nas ruas contra o sistema financeiro do Euro! A Europa tremeu! Todavia, os jovens nunca desejam guerras. Sempre foram obrigados pelos os mais velhos- em nome da pátria- irem às guerras!  E seria maravilhoso- mais uma vez- se fossem novamente os jovens com flores, roupas coloridas e belas canções a clamar pela paz.  Só a juventude pode mudar os rumos do mundo! Assim como Cristovão Colombo, Vasco da Gama, Fernando Magalhães, Pedro Álvares Cabral. Todos, a época dos descobrimentos, não tinham mais de 20 anos! Talvez  consigamos antecipar e reverter o que seria o desastre.
                 Atualmente a pobreza intelectual, tanto musical como literária, é gritante. Quem sabe, reeditaremos o que foi o fim dos anos 60 e em toda década de 70, tempo que a cultura fervia e espalhava pelo mundo. Apesar de autodenominar-se de contracultura, posto que era contra a cultura reinante da época, o movimento era sim, uma fonte de cultura, principalmente no campo da música. Na literatura surgiram os talentosos Gore Vidal, Gabriel Garcia Marques, Mário Vargas Llosa. Ultimamente, emergiu apenas o genial José Saramago. No universo da música, leia-se rock e pop, surgiram nos Estados Unidos e na Europa grandes talentos. Em 1969 os festivais jorraram criatividade. Woodstock , o mais famoso deles, revolucionou o mundo. Jimmy Hendrix, Joe Coker, The Who, Carlos Santana e tantos outros. Os Beatles, os Rolling Stones, embora não tivessem participado dos festivais, imprimiram o tom dessa revolução que pôs um pouco de ordem no mundo. John Lennon e Yoko Ono fizeram campanha a favor da paz, numa cama, de pijamas, durante uma semana no Hotel Hilton de Amsterdã (1969). Dias depois John e Yoko gravaram "Give peace a chance". No entanto, anos depois, desencantado, Lennon escreveu a bela canção "God" e nela, o famoso verso "Dream is over" (O sonho acabou). Outras bandas seguiram os mesmos passos. A campanha contra a Guerra do Viet-Nan foi a causa das mudanças. Era preciso dar um basta no número de jovens tombados em campos de batalha! E a pressão fora tão grande que, por fim, deram um fim na mau-fadada guerra. Porém, muitos argumentam que se não houvesse a guerra não haveria os hippies. Não dá pra saber. Pois isso é metafísica- além de uma discussão meramente dialética!


               Nas ruas, roupas coloridas, calças apertadas (com bocas de sino), chinelas de couro. E não era incomum jovens com flores nas mãos. "Faça amor, não faça guerra!" era a nova ordem mundial. Nos Estados Unidos, os jovens não mais se alistavam nas forças armadas com intuito de fugir da famigerada guerra e consequentemente não conseguiam trabalho. Com isso, iam se juntando nas esquinas da América. Foi assim que os jovens deram o troco aos governantes. Milhares de "marginais" na América que se tornariam milhões em todo mundo. Cabelos longos e barbas de semanas. O violão era uma coisa muito comum nas calçadas e dava nova cor ao rock e ao blue. A "mariejuana" inspirava os rebeldes aparentemente sem causa. Na verdade, todos ingredientes estavam na panela! E os conservadores, como sempre, torceram os narizes. 


            Cá, na terra brasilis, o Novos baianos, grupo musical que viviam em uma comunidade hippie, gravaram em 1972,  talvez o mais belo disco de vinil ("Acabou chorare") das últimas 4 décadas.
            Longe de querer cultura à custa de guerra, mas, com certeza, surgiriam novos J.Lennon, M. Jagger, assim como novos Gil, Caetano e Chico. Por falar em talentos, quantos compositores brasileiros com qualidade despontaram nas últimas décadas? O último foi Cazuza! Djavan está na mídia desde 1975, ano do Festival Abertura da Globo. John Lennon tinha razão: pra ser feliz é preciso voltar a sonhar
 

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