quarta-feira, 14 de novembro de 2012


               
Não mate o menino que existe em você! 

  Por Tadeu Nascimento

                     "O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe", disse Jean Jacques Rosseau, filósofo iluminista francês, morto 10 anos antes da Revolução Francesa. Enquanto criança, não se tem maldade. Tudo é bom e maravilhoso. Mas o meio a faz sofrer: amarguras, perdas e descrença em relação a vida. Com efeito, o ser humano vai se tornando mau. Ás vezes, bicho fera! Os maiores genocidas da humanidade nasceram sem maldade. Napoleão foi uma criança como outra qualquer. Hitler e Stalin também. Jack, o estuprador, idem. Os combates entre os soldados são impostos aos jovens que matam quem nunca viram (seus iguais, filhos de Deus pai)! Tornam-se neuróticos de guerra e depois, em tempo de paz, por qualquer motivo banal, serve pra tirar a vida de seu semelhante; já os mandantes são homens idosos, loucos por grana- sentados em suas poltronas macias com copos de uísque do lado- que mandam em generais também velhos, muitos deles, setentões carcomidos pelas ganância, crueldade e insensibilidade!
Qualquer menino, por mais perigoso que seja o lugar onde nasce, não sabe o que é maldade. Nas favelas das grandes cidades crianças nascem ouvindo tiros de metralhadoras! E a maioria delas não sabem- ou não conhecem- quem são os seus pais. As mães tiram os seus sustentos em casas de madames (ou nos prostíbulos), enquanto os filhos são "educados", nas ruas, por bandidos! Que futuro terão esses pequeninos, se aos 10 anos já portam um trabuco na cintura? Esperar de uma criança que ela seja um homem de bem ou uma senhora feliz é exigir demais de quem nasceu apanhando (e continua) da vida!
Se você quer um mundo melhor, comece a não aceitar qualquer tipo de maldade. Seja justo com o seu semelhante e não aceite entrar no jogo de quem quer levá-lo ao confronto. Por que nos vendemos tão barato, se a vida é brevíssima? O que querem esses senhores que comandam as guerras, se lhes restam pouco tempo de vida? Deixar o espólio da guerra para seus futuros herdeiros e nesse caso transformá-los em novos genocidas? Trata-se de mentes doentias que vieram deteriorando ao longo do tempo. Pergunta-se, como se portarão esses seres perversos perante o pai criador? Deus há de lhes perguntar: por que você matou um filho meu, seu irmão? Por causa de dinheiro? E agora que você desencarnou, para que lhe serve o poder que por ele fez tantas atrocidades?
Os homens nascem inocentes. Como prova dessa inocência , basta lembrarmos das vésperas de Natal e do amor crianças pela figura do Papai Noel; da alegria delas pelos palhaços e outros artistas circenses, e nas suas distrações quando estão lambendo sorvete. Em todos esses momentos elas estão simplesmente felizes ! Por que interrompemos esse caminho? Porque destruímos o que é bom? Porque corremos tanto sobre uma esteira rolante em busca daquilo que realmente não precisamos? Como seríamos felizes, se não tivéssemos levado a vida tão a sério? Profissão, grana, futuro, sexo pelo sexo, poder, orgulho; inveja; vaidades mil e o pior: rancor!
Na década de 80, em Goiânia, um pai chegou bêbado em casa e já foi espancando a esposa. O filho de 12 anos, vendo a mãe levar socos e pontapés, vai até a parte superior do guarda-roupas e retira de lá o revólver do pai, calibre 38, e descarrega a arma no peito do próprio genitor! Resumo da opereta: Um pai assassinado, uma mãe viúva e um filho órfão e assassino! Nada disso teria acontecido se o pai não agisse com tal crueldade o que acabou em tragédia! Qual é o grau de culpa desse menino de 12 anos? Já não basta o peso moral que ostentará pelo resto da vida, por ter tirado a vida do próprio pai? Será que quanto mais o tempo passa nos tornamos mais perversos e ambiciosos? Por isso que peço para que não percamos a inocência, a doçura que moram nos corações das crianças! A razão de nossa passagem por essa vida está em evoluirmos!
O escritor psicanalista alemão Wilhelm Heich em sua grande obra "O assassinato de Cristo" dedica esta às crianças do mundo. Diz ele que o homem já sofre agressões logo ao nascer. Primeiramente, pela luz exterior nunca vista. Depois pelo rompimento do cordão umbilical e o pior, no caso do macho , a circuncisão (principalmente os judeus). Esta última é uma violência intensa contra um ser pequenino que não tem como se defender.
O notável escritor mineiro Fernando Sabino encomendou para sua lápide: "Nasci homem, morri menino"! Quanto a mim, um simples cronista, gostaria deixar para o túmulo : "Nasci menino, morri menino!"
menino!"

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