O vendedor de jornais
Lalau, um filho de Rio Verde
Por Tadeu Nascimento
Lalau era um menino pobre e trabalhador. Seu nome de batismo
era Lauro Paulo Rocha e morava na rua Almiro de Moraes, próximo ao
Hospital Evangélico. Lauro era filho do casal Eliezer José Rocha e
Anézia Paula Rocha. Pois bem, esse rapaz sofria de um mal que o afetou
mentalmente pois sua fala era embolada tal qual a de uma criança de 3 ou
4 anos, que o qualificava, segundo a psiquiatria, como especial. Mas
tinha uma vontade férrea para o trabalho. De domingo a domingo. Vendia
jornais na parte da manhã; maçãs e pirulito de tabuleiro no vespertino; à
noite, chocolates e outras guloseimas. Também vendia picolés da Kibon
numa caixa de isopor (para o prof. Sherlock Holmes da Silva à época,
represente da Kibon em Rio Verde, situado à Rua Henrique Itiberê). Em
todos os eventos lá estava o humilde Lalau defendendo o seu ganha-pão!
Lalau era um menino alegre e dócil. Era um dos exemplos raros de almas
inocentes e puras. Talvez seja a razão de sua breve passagem por essa
vida. Seu carma, acredito, não foi pesado, apesar de trágico desfecho.
Hoje estaria à beira dos 60 anos. Meu pai, o velho e bom prof. Clóvis,
dizia que todos aqueles que tinham curtas vidas terrestres eram almas
boas e que tinham poucas coisas a pagar nesta encarnação.
Naquela época o Clube Rioverdense passava por uma reforma quase que total. O seu presidente era o saudoso Dr. Ricardo Campos Sobrinho, mais conhecido como Tim Campos, o histórico Rei Momo de Rio Verde. Por conta disso, os bailes se realizavam nas instalações do Bar do Presídio (Presídio era o nome do proprietário) também na Rafael Nascimento. O carnaval de 1969 fora ali. Foi na segunda noite de momo, mais precisamente no dia 16 de fevereiro que ocorreu a tragédia. Uma contenda entre dois cidadãos- um deles de origem nordestina- terminou em tiroteio. Uma bala "perdida"- não existe bala perdida, pois toda bala foi feita com o propósito de tirar a vida!- atingiu o coração de um inocente menino que apenas observava os foliões no salão. Lalau quedou-se pra nunca mais. E Rio Verde perdeu um jovem trabalhador. E o carnaval que seria de 4 noites terminou naquele momento. Quanto a responsabilidade criminal pouco se sabe.
Lalau desencarnou-se no desabrochar de seus 15 anos. Seu carma foi leve e curto, talvez por ter sido uma alma nobre, posto que era desprendida de qualquer maldade.
A vida não é só alegria de carnaval; na verdade é mais tristeza de quarta-feira de cinzas.
Naquela época o Clube Rioverdense passava por uma reforma quase que total. O seu presidente era o saudoso Dr. Ricardo Campos Sobrinho, mais conhecido como Tim Campos, o histórico Rei Momo de Rio Verde. Por conta disso, os bailes se realizavam nas instalações do Bar do Presídio (Presídio era o nome do proprietário) também na Rafael Nascimento. O carnaval de 1969 fora ali. Foi na segunda noite de momo, mais precisamente no dia 16 de fevereiro que ocorreu a tragédia. Uma contenda entre dois cidadãos- um deles de origem nordestina- terminou em tiroteio. Uma bala "perdida"- não existe bala perdida, pois toda bala foi feita com o propósito de tirar a vida!- atingiu o coração de um inocente menino que apenas observava os foliões no salão. Lalau quedou-se pra nunca mais. E Rio Verde perdeu um jovem trabalhador. E o carnaval que seria de 4 noites terminou naquele momento. Quanto a responsabilidade criminal pouco se sabe.
Lalau desencarnou-se no desabrochar de seus 15 anos. Seu carma foi leve e curto, talvez por ter sido uma alma nobre, posto que era desprendida de qualquer maldade.
A vida não é só alegria de carnaval; na verdade é mais tristeza de quarta-feira de cinzas.
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