quinta-feira, 5 de agosto de 2010


Duas estrelas: a minha e a do Botafogo


Por Tadeu Nascimento


Feliz no jogo, infeliz no amor (e vice-versa) é um dos mais conhecidos ditos populares. Não tenho que concordar com essa máxima. O Botafogo, time do meu coração, já fez o diabo comigo. Pra começar, ficou 21 anos sem ganhar um campeonato e só conseguiu tal façanha- depois de um longo jejum- graças a uma obra cabalística: no dia 21 de junho de 1987, aos 21 minutos do segundo tempo, justamente contra o seu arqui inimigo, Flamengo. Imagine o leitor, se realmente prevalecesse essa máxima, eu não teria- justamente na época que o Botafogo não ganhava nada, uma filha- única- que amo tanto, cuja mãe, é torcedora- advinha de que time- do Mengão, claro.
A vida tem sido assim. O Botafogo foi finalista do Campeonato Carioca nos 5 últimos anos e ganhou apenas um. E tal qual o meu time, eu quase fui feliz nestes 5 anos. Estou me referindo a minha vida particular. Quando iríamos (o Botafogo nos gramados e eu na vida) passar a mão na taça da felicidade, vem o destino e chuta a bola na trave, ou o juiz apita falta, ou uma bandeirinha exibicionista- que sairia na Playboy- ergue a famigerada bandeira, coisas que impedem de sermos felizes.
A minha estrela e a do Botafogo, andam quase sempre apagadas. Ás vezes, uma labareda vem iluminar o nosso caminho. O botafogo já foi rebaixado (2002)- pra Segundona do Brasileirão- ou quase, por muitas vezes, como no ano passado. Eu- nem é bom falar-, vivo sempre tentando me manter na primeira divisão do meu campeonato particular. Às vezes caio também. Aliás, o Botafogo e eu, infelizmente, sofremos a síndrome da perseguição: "tem coisas que só acontecem com o Botafogo" e, claro, comigo. Sempre achamos que somos injustiçados- pra não falar, ludibriados. Mas o que fazer? O cidadão muda de cidade, de país, de mulher, de até de sexo, mas não muda de time.
Coincidência ou não, a estrela sempre foi característica dos perseguidos: os judeus tinham como o símbolo uma estrela de 5 pontas, a de Salomão, como a do alvinegro carioca. Depois, com a perseguição de Hitler, os judeus adotaram (na sua bandeira) uma seis pontas- acho que é por mais um sofrimento-, a estrela de Davi. Se o Botafogo fosse um time israelense, teria sua sede ao lado do Muro das Lamentações e seria trapaceado pelos times do Hamas, do Hezbollah, ou do Fatah, sei lá! Só ganharia dos Kibutz Futebol Clube que seria o Vila Nova deles. O Botafogo e eu somos totalmente passionais. Vivemos de ilusões. Mal surge um razoável jogador, ou ganha uma partida de um time de renome, pronto, somos os melhores do mundo! Lotamos os estádios, vestimos a camisa do time, contamos vantagens mil. Basta uma derrota para um time pequeno e logo caímos na real. Na vida pessoal, não é diferente, quando entendo que tudo está bem, eis que cai um chuvisco que se transforma em tempestade, o teto desaba e o sonho acaba.
Botafogo Futebol e Regatas. Há muitos anos, ouvi de um comentarista esportivo que deveriam excluir o sobre nome Regatas- pois se o Botafogo é o clube mais supersticioso do Brasil, "a diretoria do clube deveria entender que o azar do time está no prefixo 'Re' que puxa as 'gatas' para trás e isso não é legal! Daí a sina de ser re-bai-xa-do, ou quase. Acho,- defendia ele- que se mudassem pra Posgatas ou Progatas, cabalisticamente o Botafogo seria o maior de todos"- Faz sentido.
Pra terminar, estive no Rio de Janeiro em junho de 2009. Final do Campeonato Carioca. Botafogo x Flamengo. Uma voz sobrenatural (talvez de algum parente meu Almeida) ou a minha insegurança, aconselharam-me a não ir ao Maracanã. Não fui. Dito e feito: o Mengo foi campeão e o Bota, vice. E bota vice nisso! Pela terceira vez consecutiva! Mais uma vez, quase feliz. No céu do Rio estouravam foguetes e rojões! Me senti um idiota, por torcer para um time que tem vocação pra ser vice. Vice é pior que ex-namorado, ex-marido. É algo parecido com ex-corno. Ex-corno não existe, mas o cidadão antes de ser corno, poderia ter sido feliz um dia, mas vice nunca é feliz; é um ser que existe-não-exite! Serve pra quê? A gente nunca se lembra de quem foi vice de qualquer coisa! O Brasileirão/2010 está na 11ª rodada campeonato e o Botafogo se encontra na faixa do rebaixamento (escrevo esta crônica no dia 30 de julho). Lá vai o Tadeu para o mesmo destino! Mais uma vez. Mas um dia, o Bota vai ser muito feliz e eu também. Como viu o leitor, sou um otimista!

3 comentários:

  1. Pra começar
    Dizer que o amor chegou ao fim
    Esqueça de me perguntar
    Se ainda há amor em mim
    Pra te enganar
    escondo num sorriso a dor
    Que sinto ao te ver passar
    Na rua com seu novo amor
    Se eu te encontrar
    Não me pergunte como eu tô
    Não saberia te explicar
    Pra mim ainda não terminou
    Pra começar
    Dizer que o amor chegou ao fim
    Esqueça de me perguntar
    Se ainda há amor em mim
    Pra te enganar
    Escondo num sorriso a dor
    Que sinto ao te ver passar
    Na rua com seu novo amor
    Se eu te encontrar
    Não me pergunte como eu tô
    Não saberia te explicar
    Pra mim ainda não terminou
    Pra terminar
    Dizer que o amor chegou ao fim
    Esqueça de me perguntar
    Se ainda há amor em mim
    Pra te enganar
    escondo num sorriso a dor
    Que sinto ao te ver passar
    Na rua com seu novo amor
    Se eu te encontrar
    Não me pergunte como eu tô
    Não saberia te explicar
    Pra mim ainda não terminou
    Pra terminar
    Dizer que o amor chegou ao fim
    Esqueça de me perguntar
    Se ainda há amor em mim
    E pra terminar
    Dizer que o amor chegou ao fim
    Esqueça de me perguntar
    Se ainda há amor em mim

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  2. Batidas na porta da frente
    É o tempo
    Eu bebo um pouquinho
    Prá ter argumento
    Mas fico sem jeito
    Calado, ele ri
    Ele zomba
    Do quanto eu chorei
    Porque sabe passar
    E eu não sei
    Num dia azul de verão
    Sinto o vento
    Há fôlhas no meu coração
    É o tempo
    Recordo um amor que perdi
    Ele ri
    Diz que somos iguais
    Se eu notei
    Pois não sabe ficar
    E eu também não sei
    E gira em volta de mim
    Sussurra que apaga os caminhos
    Que amores terminam no escuro
    Sozinhos
    Respondo que ele aprisiona
    Eu liberto
    Que ele adormece as paixões
    Eu desperto
    E o tempo se rói
    Com inveja de mim
    Me vigia querendo aprender
    Como eu morro de amor
    Prá tentar reviver
    No fundo é uma eterna criança
    Que não soube amadurecer
    Eu posso, ele não vai poder
    Me esquecer
    Respondo que ele aprisiona
    Eu liberto
    Que ele adormece as paixões
    Eu desperto
    E o tempo se rói
    Com inveja de mim
    Me vigia querendo aprender
    Como eu morro de amor
    Prá tentar reviver
    No fundo é uma eterna criança
    Que não soube amadurecer
    Eu posso, e ele não vai poder
    Me esquecer
    No fundo é uma eterna criança
    Que não soube amadurecer
    Eu posso, ele não vai poder
    Me esquecer

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  3. VAI SER ESSE ANO RAPA....VAMO SER CAMPEÃOOOOO!!
    FALTAM 4 PONTOS... hiauHAIHua

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