Fim de Relacionamento
Por Tadeu Nascimento
Quando um relacionamento vai para o brejo, fica a dor, às vezes raiva, e o mais cruel, a dúvida. Desta vez foi pra sempre? Difícil responder: enigma das pirâmides. O fato é que uma inquietação passa a tomar conta da gente e os dias seguintes ficam estranhos, sem sal, sem açúcar, sem aspartame. Começar de novo? Tocar a vida pra frente? Focar somente no trabalho? Fugir das tentações, amém? Mudar os hábitos, dormir cedo-acordar cedo? Fazer caminhada, perder peso? Dar um tempo aos botecos? Levar vida de monge, ser um santo que nunca foi? Ler "O amor no tempo do cólera" de Gabriel Garcia Marques, ou o último da Danuza Leão? Para as mulheres, Lia Luft, e ou Augusto Cury podem aliviar quem precisa de (auto) ajuda! Quem sabe um de Martha Medeiros, a papisa dos fins dos relacionamentos? Árduas promessas! Não conseguimos. Sai tudo ao contrário: o trabalho não rende, porque está disperso; dormir cedo, impossível- a insônia não deixa. Ficar quieto em casa, ver um filme? Os barzinhos nos puxam como um imenso imã! Ler?- não se tem espírito nem para ler as horas no relógio! Caminhar, queimar calorias, nem pensar! Pode-se até perder peso por comer e dormir mal, mas o inverso é o que mais acontece: come-se mais por ansiedade e o ponteiro da balança impiedosamente acusa: a vida está péssima! Pra variar, sonhou com ela de novo! De repente, descobre-se uma nova ruga- a enésima (no caso delas é uma tragédia!) ou uma mecha de cabelos gris. Pronto: instalou-se o caos.
Uma coisa é certa. Agora é pra nunca mais! O problema é que não se consegue facilmente se livrar do fantasma dela/dele. Tira-se o cd do toca-cd do carro porque as músicas são a cara dela, insere-se outro no aparelho: piorou, cai na música que ela mais gosta. Muda-se para FM e o meloso Roberto Carlos pega na veia. E não é só isso: tudo lembra o ser amado que agora está na categoria de ex. Os lugares que freqüentavam, os amigos em comum e até o perfume (quando passa alguém com o mesmo aroma). Custa-se entender que o amor foi feito pra doer, pra machucar, pra judiar, para infernizar nossas mentes. Fosse eu um ditador (como todo ditador é insano) decretaria: "É proibido sentir saudade, sob pena de fuzilamento ou amputação de membro- (isto mesmo: castração!- o mesmo para as mulheres: cortar o cartão de crédito!" Freud explicaria: o cartão de crédito é o pênis feminino) conforme o grau de tristeza. Mas não tem jeito, o amor é uma demência no seu mais alto grau. Coisa pra camisa de força e pra muito Zoloft. Mas o pior dos piores é não vivê-lo, como acontece com os covardes que tem medo de se envolver. Como se alimentassem somente com salada de alface com chuchu a vida inteira. Vida mais ruminante! No nosso DNA está escrito, como uma sentença: "Nada é para sempre e o amor não tem termo de garantia!" Então quem não quiser sofrer, que não se envolva, não ame; que alugue um pasto e rumine capim até o fim da vida!
Um dia, essa história- que um dia foi bela- irá se apagar, como tudo na vida-inclusive as estrelas-; mas vai levar um bom tempo. Enquanto isso, melhor juntar uma boa grana para o botox, para muitas tintas para esconder os brancos das melenas e, óbvio, para o milagreiro cirurgião plástico, até que venha (caia do céu) a delícia de um novo amor.
Uma coisa é certa. Agora é pra nunca mais! O problema é que não se consegue facilmente se livrar do fantasma dela/dele. Tira-se o cd do toca-cd do carro porque as músicas são a cara dela, insere-se outro no aparelho: piorou, cai na música que ela mais gosta. Muda-se para FM e o meloso Roberto Carlos pega na veia. E não é só isso: tudo lembra o ser amado que agora está na categoria de ex. Os lugares que freqüentavam, os amigos em comum e até o perfume (quando passa alguém com o mesmo aroma). Custa-se entender que o amor foi feito pra doer, pra machucar, pra judiar, para infernizar nossas mentes. Fosse eu um ditador (como todo ditador é insano) decretaria: "É proibido sentir saudade, sob pena de fuzilamento ou amputação de membro- (isto mesmo: castração!- o mesmo para as mulheres: cortar o cartão de crédito!" Freud explicaria: o cartão de crédito é o pênis feminino) conforme o grau de tristeza. Mas não tem jeito, o amor é uma demência no seu mais alto grau. Coisa pra camisa de força e pra muito Zoloft. Mas o pior dos piores é não vivê-lo, como acontece com os covardes que tem medo de se envolver. Como se alimentassem somente com salada de alface com chuchu a vida inteira. Vida mais ruminante! No nosso DNA está escrito, como uma sentença: "Nada é para sempre e o amor não tem termo de garantia!" Então quem não quiser sofrer, que não se envolva, não ame; que alugue um pasto e rumine capim até o fim da vida!
Um dia, essa história- que um dia foi bela- irá se apagar, como tudo na vida-inclusive as estrelas-; mas vai levar um bom tempo. Enquanto isso, melhor juntar uma boa grana para o botox, para muitas tintas para esconder os brancos das melenas e, óbvio, para o milagreiro cirurgião plástico, até que venha (caia do céu) a delícia de um novo amor.
Tadeu, suas palavras expressam verdade que inquietam nossos corações nos fazendo relembrar passagens de nossas vidas, mas que também acolhem nossa alma pela certeza de não estarmos sós. Através da sua sensibilidade expõe sentimentos intensos, por vezes contraditórios e nos deixa a certeza de que o tempo pode ser nosso maior aliado, que o amor que se vai deixa espaço para se viver a delícia de um novo amor.
ResponderExcluirPois é meu caro, o bom é saber que tudo tem começo, meio e fim e que cada um desses períodos pode e poderá ser maior dependendo de como nos damos e com sabedoria recebemos...
ResponderExcluirCom o passar de o tempo esse ser passional (adorável, que somos) deverá delicada e gradualmente dar lugar a algo mais tranquilo (sem desleixo). Será que é almejar demais poder se alegrar única e simplesmente em ter alguém (nem tão gostosa (o), nem tão intelectual) com quem dividir o cálice de vinho diário ou um dia de chuva? Eu chego lá!
M