quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ela, depois de ingerir a Flibanserina


O Viagra feminino: o bicho vai pegar

Por Tadeu Nascimento



Flibanserina é o nome da fera, isto é, da substância (principio ativo) que vem aí para apimentar o planeta. Ela vem para salvar as mulheres da tristeza do TDSH (Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo). Após uma década do lançamento do Viagra, está em fase final de testes a versão feminina do medicamento que revolucionou o comportamento sexual masculino tratando problemas de disfunção erétil. Já apelidada de Viagra Cor-de-Rosa o produto chega às drogarias no começo de 2011 com a promessa de virar de pernas para o ar o comportamento sexual das mulheres. Se o Viagra original aumentou a temperatura corporal dos homens, imagine agora com a parceira turbinada. Será como milho de pipoca em panela quente.

A descoberta ainda carece de aprimoramento. Mas daqui alguns anos o bicho vai pegar! Desenvolvida pela indústria farmacêutica Boehringer Ingelheim a nova pílula aumenta a libido agindo diretamente no cérebro. Não vai dar para quem quer. A empresa detentora da patente, a Boehringer, está com a expectativa de faturar muito mais que as cifras obtidas com a comercialização do Viagra e similares, ou seja, a Flibanserina (que deverá receber um nome comercial adequadamente sugestivo) deverá render aos cofres da empresa mais de 2 bilhões de dólares por ano!

Enquanto isso fico a imaginar algumas conseqüências quando esta tal de Flibanserina sentar praça na jurisprudência. O cidadão na peleja para levar a presa ao seu abatedouro esbarra na negativa da fêmea que se escorrega quem nem enguia. Ele espera então a durona ir banheiro e derrama duas doses (dilui as pílulas) da Fliban no seu copo. Meia hora depois a imbatível (preste a ser abatida) se manifesta: “Tô com um calor! Que vontade de tomar um banho! Você mora aqui por perto? No seu apê tem banheira, ‘morzinho’? Paga a conta, está me dando uma zueira!” E o mais interessante: e se a distinta, por natureza, tiver a quentura de um Vesúvio e que só estava se fazendo de difícil? E se ela ingeriu uma pílula no banheiro? Aí, meu caro, ninguém segura: vai voar caco de paralama, de pára-choque, de rebimbeta da parafuzeta e até de retrovisor.

A coisa é séria, leitor. O laboratório deverá alertar para as reações adversas. Exemplo: que é extremamente perigoso o uso da Fliban por mulher feia, senão eu não sei o que vai acontecer! Às hipertensas, não consumir com bebidas alcoólicas, principalmente uísque, sob o risco de se implodirem. Hiper dosagem pode causar infarto. Não nas mulheres, mas nos seus homens na hora H. As doidas, só com acompanhamento do médico psiquiatra e ainda com camisas de força. Sapatão então, nem pensar: vão arrancar as mulheres dos homens! E os gays? Os gays que vão baixar em outra freguesia ou esperar a invenção do Viagra arco-iris!

É sabido que os rapazes, nas boites, estão turbinando suas libidos tomando energéticos com Viagra. Dizem que até as mulheres estão tomando. E agora com este aditivo cor-de-rosa? A rapaziada terá que ingerir doses para elefante para fazer frente às leonças que estarão à caça. Mas também surgirá a lenda do efeito inverso nos homens e com isso, os machões estarão preocupados em não afinar a voz e beberão somente suas próprias bebidas e se portarão como cães de guarda a vigiar seu copos.

Situações nos lares. O marido para esposa que está assanhada: “Que isto mulher, tomou Fliban?” A esposa que encontrou um comprimido de Viagra no bolso do marido: “Por acaso, com quem você está usando Viagra? Resposta do marido: Claro que é com você, Bemzim! Depois que você passou a usar este tal de Fliban, só tomando o ‘Azulim’!”

Pelo andar da seriema, já devem estar escolhendo o nome para batizar esta substância. Como no caso dos estimulantes masculino Viagra, Cialis e Levitra eu lanço aqui a campanha para escolher o nome para este produto que vem para dar cor à vida de muitas mulheres. Sugestões: Mileva (à loucura), Supita (que eu preciso), Malagueta (para temperar), Stupim (pra explodir) e Nitro (alusão a nitroglicerina). Porque o importante é ser feliz.

Só de pensar que na Idade Média o prazer era coisa do capeta no corpo das mulheres, causa-me vergonha de que um dia fomos tão ignorantes.

Um comentário:

  1. achei muito interessante o seu texto bem escrito e muito esclarecedor. será que essa maravilha ja está a venda?
    se souber onde tem posta pra nós.

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