quarta-feira, 7 de outubro de 2009

BOSQUE DOS BURITIS

Meu projeto para uma cidade mais feliz




Por Tadeu Nascimento



Desde a mais rudimentar caverna o ser humano quer melhorar de vida. Viver em um lugar mais aprazível. Nenhum homo sapiens quer dar ré na sua qualidade de vida. O mundo poderia ser melhor, e as cidades poderiam “ser mais felizes”. Se eu pudesse, se tivesse poderes para tanto, se eu fosse presidente do meu país, ou se fosse um congressista faria tudo para que as cidades fossem (mais) prazerosas para se viver. Leia-se projetos aprovados pelo Congresso. Até porque o Estado foi inventado justamente para fazer o cidadão feliz. Ponto. E a primeira proposta seria o projeto que proibisse as cidades (prefeitos e câmaras de vereadores) de nomearem quaisquer logradores públicos (ruas,avenidas, praças,colégios) com nomes de políticos. Isto acabaria com a injustiça de não se homenagear quem merece. Exemplos: Ulisses Guimarães, um paladino da democracia não tem o destaque que merece. Assim como Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Leonel Brizola que lutaram pela educação. Como se pretende diminuir a violência onde se premiam memórias de ditadores, sanguinários com nomes de avenidas praças, colégios? Falemos de Goiânia: Avenida Castelo Branco, Colégio Costa e Silva, Avenida Anhanguera (Bartolomeu Bueno, pai e filho, mataram e escravizaram os índios desta terra). Avenida Assis Chateaubriand, cujo homenageado foi um chantagista, um homem de caráter muito defeituoso. Todas as ruas e avenidas teriam nomes de músicas, de flores,de livros, de artistas, professores e escritores (desde que não fossem políticos). As ruas horizontais ganhariam nomes de músicas, as verticais de livros. As praças seriam agraciadas com nomes de compositores; as faculdades e colégios com nomes de professores. Os bairros teriam nomes de movimentos musicais. Seria mais ou menos assim: Rua Carinhoso, Rua Dom Casmurro, Praça Ary Barroso, Av. das Camélias, Rua El dia em que me queiras, Praça Vinícius de Moraes, Bairro das Valsas, Setor Bolero, Vila do Samba-canção, Setor da Bossa Nova, Vila da Tropicália. Não necessariamente nesta ordem. Pois trata-se apenas de uma idéia. No Parque das Laranjeiras, aqui em Goiânia, tem uma etapa cujas ruas levam nomes de passarinhos: Rua das Andorinhas, Rua Bentivi etc. (Parabéns Pedro Paulo de Souza- da Encol- pelos inestimáveis serviços prestados a Goiás e ao Brasil! Ainda vou escrever sobre sua história). Melhor Rua dos Canários do que Rua Floriano Peixoto, Rua Moreira César ( o Corta-cabeças morto em Canudos). Quase todas as cidades de Minas tem uma rua com o nome deste sanguinário. A Rua do Ouvidor no centro Rio de Janeiro, por um breve tempo, teve seu nome trocado por Rua Moreira César. A população não gostou e exigiu-e conseguiu- a volta do belo nome de Rua do Ouvidor.

Avenida Cora Coralina. O nome da nossa maior poetiza foi gravado numa placa de metal em uma avenida que nunca foi uma avenida. Foi e ainda é um grande equívoco. Uma avenida teria duas mãos de tráfego. Um absurdo. Uma rua, pior uma avenida, que não tem acostamento, com passeio de um metro de largura; sem passarela que divide as avenidas; uma avenida que no seu percurso não tem uma única árvore. Além de tortuosa e feia. Cora merecia ser homenageada com uma avenida ou teatro que fizesse jus ao seu talento. Esta “avenida” mal parece uma rua e sim um atalho. Eu trocaria então o nome desta “avenida” por Atalho do Prefeito.

No interior do Estado do Rio de Janeiro existe uma cidade bucólica chamada Conservatória Também conhecida por Concervatória com dois “c”, onde as ruas tem nomes de músicas da MPB e todos os fins de semanas grupos de pessoas fazem serenatas pelas ruas da cidade.

Voltando ao meu modesto projeto: todas as cidades com mais de 30 mil habitantes teriam um coreto (como antigamente) ou uma concha acústica. Claro que haveria uma dotação orçamentária para este objeto. Há poucos dias sugeri a um assessor do atual prefeito que a prefeitura fizesse uma concha acústica com uma fonte vertical de águas em sincronia com as notas musicais dos instrumentos da orquestra- no Lago dos Buritis, em frente ao Palácio de Justiça, à beira lago, para que nos finais de semana a Orquestra Sinfônica de Goiânia se apresentasse aos goianienses e aos visitantes, posto que aquele espaço elevaria o bom gosto e sensibilidade dos habitantes desta capital. Explicando melhor: a concha ficaria de frente para Av. Assis Chateaubriand ao lado do monumento das terras de todo planeta. Além do que é o lugar onde se transita maior número de pessoas na cidade. Campos do Jordão, uma das cidades turísticas mais prazerosas do país tem a sua concha acústica onde nos finais semanas são executadas as mais belas obras da música clássica. Basta ver no Google. com ou no youtube.com. Quem nunca viu na tv as grandes exibições de consertos regidos pelo maestro Isaac Karabichevisk no Parque Ibirapuera, na capital paulista? Em Uberlândia- MG, desde a década de 60 existe uma concha na Praça Tubal Vilela, com uma fonte colorida cujas águas sobem e descem de acordo com as notas musicais. Em Uberaba também existe uma concha acústica.

Quando da candidatura de Iris à prefeitura de Goiânia em 2004, sugeri a um dos seus interlocutores que o candidato tivesse entre seus planos de governo transformar o Lago das Rosas e o horto municipal em um Central Parque- como o Central Park de New York- com pista de patinação, com conchas acústicas, palco para representações teatrais, parque de diversões, ciclovia, pista de Cooper etc. Este Central Parque seria maior que a área do atual Lago das Rosas. Ideal seria se ocupasse o espaço do Corpo de Bombeiros, mas para isto a Av. Anhanguera teria que o seu trânsito fluísse sobre um elevado (viaduto) e este sobre o lago que por sua vez teria suas dimensões aumentadas. Seria uma obra que traria muita felicidade ao goianiense, além de valorizar os bairros vizinhos. Atrair as pessoas para as praças é um progresso humanista importante, pois precisamos de mais parques, mais praças, mais teatros, mais ciclovias, mais cultura e mais flores. Carrinhos de pipoca, de sorvete, de algodão-doce sempre serão símbolos de gente feliz.

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