sábado, 9 de maio de 2009

MULHERES MADURAS, MULHERES GLAMOUROSAS
Por Tadeu Nascimento

Foi-se o tempo em que elas chegavam no apogeu aos 30 anos, como dizia Honorè de Balzac. Nos dias de hoje, vê-se facilmente mulheres com 40, 50, 60, fazerem com que homens elegantes, de todas as idades, virem os pescoços, quando elas passam. Interessa-me escrever sobre elas, simplesmente pelo fato de elas não perderem o viço, a alegria de viver e que inconscientes, transmitem aos homens a certeza que a vida pulsa e que urge sermos felizes, pois o único mandamento divino é o amor. De fato, o tempo não pára e quem estacionou morreu e não sabe. É a beleza da vida. A vida é um sopro, por isso não interessa a idade cronológica dessas mulheres. Interessam, sim, os seus encantos. E o importante é que maduraram. Seus reservatórios de amor estão ávidos a derramar e a receber e a derramar, num ciclo vicioso. Tais qualidades, só pertencem a quem se deu pra vida. Pra quem, apesar dos revezes vividos, amam a vida. Mesmo carregando uma coleção de perdas. E, quase sempre, pelo fato de terem doado a própria existência em prol de filhos, de maridos, de ex-maridos, de amores outros. No geral, estas virtudes andam, por estas razões, de braços dados com quem madurou. Mulheres maduras não são as que carregam rugas da idade, mas sim, aquelas que, apesar do tempo, não possuem rugas na alma. Madurar é encantar.
Há alguns anos, o destino resolveu presentear o jornalista e compositor musical Nelson Motta com um romance com a belíssima Constanza Pascolatto, vários anos mais velha do que ele. Ela, com mechas prateadas, corte de cabelos de extremo bom gosto e com a singela mania de se vestir de preto, apesar de mutilada dos dois seios, por força de um câncer impiedoso. Pascolatto está mais viçosa e encantadora que Nelsinho. Mas os deuses do amor decretaram o fim desta história: a dignidade de não fazer sofrer ainda mais o parceiro, visto que a doença, com o tempo, só poderia se agravar. Pena.
A dublê de escritora, a bela atriz Maitê Proença, 50 anos, ainda mostra, nos seus novos filmes, sua silueta nua nas telas de cinema e deve repetir mais um contrato, o com a revista “Playboy”. Maitê, poderia ter-se rendido aos malogros da vida. Qualquer um teria pirado, ou se tornado caco, diante de tanta dor: seu pai, o procurador Carlos Eduardo Gallo, matou a facadas sua mãe, a professora de filosofia Margot Proença. Maitê tinha 12 anos. Por mais espantoso, ela testemunhou a favor do pai na Justiça. Acabou absolvido, alegando legítima defesa da honra. O pai flagrou a mãe com seu professor de francês, na sua própria casa, com seu próprio pijama. Treze anos depois, se mataria com um tiro no peito. Seu irmão mais velho, por desgosto, morreu vítima de alcoolismo.
Na semana que se passou, li, neste diário, a notícia do romance da bela ministra do STF, Ellen Gracie- de quem discordo, às vezes, das suas decisões- com o jornalista Roberto D’Ávila do programa Conexão D’Ávila, da antiga Rede Manchete e depois da Band. D’Ávila é ex-deputado constituinte, homem elegante, um gentleman. É o Chico Buarque do jornalismo. A ministra com seus 62 anos transpira beleza e sensualidade e principalmente classe. É a deusa da Justiça encarnada. Uma lady. Causou-me, pois, grata surpresa. A ministra, acredito, não poderia escolher melhor consorte. E o entrevistador deve estar esfuziante e causando invejas em qualquer homem de bom gosto. Felicidades.
Pois é, minha senhora, eu poderia escrever aqui uma lista enorme, só com nomes de mulheres iluminadas que o tempo não ofuscou. As estrelas brilham mais quando o céu está mais escuro. Portanto, não se deixar se abater com os sofrimentos da vida é o segredo. Ninguém gosta de derrotados. Ás vezes é necessário incorporar Fênix e renascer das cinzas. E é sabido que a vida só sorri para quem sorri pra ela. Questão de gratidão.
As mulheres glamourosas, é bom que se diga, cuidam-se. Enfrentam com firmeza os regimes espartanos, se sujeitam, quando preciso, a bisturis afiados e horas a fio nos salões de beleza. Tem bocas e unhas pintadas com suavidade. Nada vulgar. Tudo para alcançar a alegria de ser desejada e invejada. Com classe.
Quantas destas espécies cruzam com a gente, no Flamboyant, no aeroporto, nas agências bancarias, nos clubes, nos corredores do fórum, no Supermercado Pão de Açúcar, no Bar do Celso?
Se a senhora não concordar com minha tese, não fique ressentida comigo. Estas linhas são apenas uma crônica.

Tadeu Nascimento é servidor público e advogado

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